Suspicious Love [Hiatus]

VIII - Wise men say

Quando saímos do boliche, estava garoando.

O vento soprava e empurrava mínimas gotinhas de água contra meu rosto, bagunçando meu cabelo.

Cobri minha cabeça com a jaqueta que Jasper havia me oferecido, torcendo para que isso não fosse um problema.

Jessica e Mike se despediram, e com uma piscadela de Jessica, correram até o estacionamento onde haviam deixado seus carros. Acenei.

Ainda na chuva, procurei por Jasper, esperando uma solução para chegarmos na orla.

Ele estava bem do meu lado, os cabelos úmidos escorrendo pelo rosto.

— Acho que seria interessante... — Ele pensou em voz alta, falando tão baixo que precisei me aproximar para entender. — Acho que você deveria comer algo antes de ir para casa.

—Oh. — Pensei. Eu realmente estava com fome, e meu estômago rugia em concordância. — Não trouxe muita grana. — Deduzi, dando de ombros.

Jasper me fitou.

— Sério?

Eu concordei, e então ele riu.

— Não acho que isso vá ser um problema essa noite, Bella. — Ele pensou, os olhos passeando pelas ruas. — Me espere em baixo desse toldo. Volto em um minuto.

Antes que eu concordasse, Jasper havia sumido de minha frente.

Chequei para ver se havia alguém nos olhando, e por sorte a rua parecia deserta devido a chuva que aumentava.

Andei até o toldo e encostei minhas costas na parede, esperando.

Por curiosidade, comecei a contar.

E Jasper estava atrasado.

Já havia contado cento e quarenta e sete segundos quando ele retornou, os cabelos encharcados já haviam adquirido o tom de loiro escuro, carregando um guarda chuva em suas mãos.

Com uma gracinha, Jasper girou o guarda chuva nas mãos umas duas vezes, e jogou par que eu pegasse.

Sorri, grata.

Quando abri o guarda chuva, ele parecia duas vezes maior que eu.

— De onde tirou isso? — Perguntei, me acostumando com o peso sobre minha mão.

— Quatro ruas atrás, numa loja de conveniência.

— Você roubou? — Me exasperei.

A personalidade delinquente de Jasper estava começando a me incomodar de verdade.

— É claro que não. — Ele concluiu, ao meu lado.

Não soube dizer se era verdade ou não. Ainda assim, um riso travesso dominava seus lábios.

— Para onde vamos? — Perguntei.

Jasper não respondeu, mas me ofereceu o braço, e eu o segurei. Também pegou o guarda chuva da minha mão e segurou acima de nossas cabeças, andando novamente em direção à orla.

Não pude deixar de imaginar o quanto meus passos encharcados atrapalhavam a praticidade que o momento pedia.

Andamos em silêncio pela rua, os braços enganchados e o guarda chuva nos cobrindo.

Eu podia ouvir meus passos, meu tênis recheado de água, enquanto Jasper se movia com muito mais delicadeza ao meu lado, os pés evitando naturalmente as pequenas poças que surgiam em nosso caminho.