Suspicious Love [Hiatus]

XVIII - Don't be cruel to a heart that's true

Jasper Hale.

A volta dos Cullens ocorreu da forma mais estranha possível, e ainda assim grandemente agradável.

Primeiro, meu irmão se foi. Eu sabia que ele voltaria. Sabia disso por seus olhos sedentos e confusos, e pela raiva que sentiu quando se deu conta do que estava acontecendo entre mim e Bella. Soube disso no momento em que o único sentimento que emanava dele era o desejo por vingança, e aquele sentimento eu conhecia muito bem.

Eu já não o queria mais por perto. Depois da noite anterior, mal sabia se podia evitar de matá-lo caso o visse. Naquele momento, ainda era o que eu queria fazer.

E então, eles vieram. Enquanto eu corria desesperado entre as árvores com Bella em meus braços em direção a antiga mansão, senti o cheiro de cada um deles passando em seus carros pela estrada, e quando alcancei a casa, todos estavam chegando.

A primeira pessoa que vi foi Esme. Antes mesmo da porta do carro se fechar, ela já estava na nossa frente, nos abraçando de forma desajeitada, evitando acordar Bella. Os sentimentos de Esme eram escancarados, quase gritavam de onde ela estava, e eu não precisava olhar em seu rosto com semblante choroso para decifrá-los. Sentia culpa. Não uma culpa comum, mas uma culpa agonizante, capaz de fazer qualquer um se compadecer.

— Está tudo bem, mãe. — Falei enquanto ela me apertava, e a ouvi soluçando. Raras vezes eu a chamava daquela forma.

Com aquilo, aquela dor que havia em meu peito se dissipou um pouco.

Esme se afastou, apenas para que eu visse Rosalie passando na minha frente, com o olhar raivoso e bufando um "olá, conquistador, está satisfeito agora?". A ignorei.

Logo atrás dela, estava meu irmão. Emmett continha um sorriso malicioso, e eu sabia que ele estava apenas esperando a hora certa para fazer alguma piada de mal gosto. Sorri fraco para ele, sabia que entre nós estava tudo bem.

E então, meu pai.

Carlisle saiu do carro, já com um kit médico em mãos. Corremos para dentro da casa e então subi até meu quarto, colocando Bella na cama. Mal me lembrei que aquele quarto não era só meu, mas sabia que resolveria isso com Alice depois.

Fiquei em silêncio o tempo todo, observando enquanto Carlisle media a pressão de Bella, e então auscultava seu coração.

— Como ela está? Ela vai ficar bem? — Perguntei quando senti a mínima mudança de temperamento que ele esboçou.

Carlisle assentiu, tocando as mãos de Bella.

— Nada que analgésicos não resolvam, e ela vai precisar colocar gelo nessas mãos. — Ele sinalizou para que eu olhasse, e só então eu vi as bolhas de sangue formadas em suas palmas pequenas.

Bufei, mas de certa forma me senti aliviado. Minhas mãos eram o gelo que ela precisava.

— Obrigado, Carlisle.

— Eu devia isso a você, meu filho. — Ele sorria enquanto guardava todo material médico em uma maleta.

— Senti falta de vocês. — Confessei, cruzando o quarto até frente a frente com ele, e então lhe ofereci minha mão.

Carlisle a apertou, e então puxou, me rendendo a um abraço.

Senti meus olhos arderem enquanto abraçava meu pai.

— Agora, tem uma outra coisa para você resolver lá embaixo. — Carlisle falou, me afastando. — Quero lembrar a você que Alice teve toda compaixão do mundo com a sua situação, e pedir que tenha a mesma compaixão com ela.