Suspicious Love [Hiatus]

XIII - Surely to the sea

Forks, Washington

25 de dezembro de 2005

Eu estava em uma campina.

Não era qualquer campina, e sim a campina de Edward. Nossa campina.

Haviam vários lírios e sempre-vivas brotando na grama alta, sobressaindo-se com tons violeta e rosa claro contra o verde.

Estávamos de mãos dadas, sua mão livre acariciando o meu rosto, e aquele seu rosto, tão bonito, me encarando de perto com um sorriso sereno, os olhos de um amarelo vivo, cor de ouro.

Era como ver um anjo bem na minha frente.

Eu sentia borboletas na minha barriga.

Edward me puxou devagar e me beijou com delicadeza, como se eu fosse quebrável e mortal, me lembrando da minha fragilidade.

Quando fiquei na ponta dos pés e avancei contra Edward, esperando beijá-lo mais, ter mais dele para mim, suas mãos se tornaram restritivas em minha cintura, cautelosas até demais. E com um semblante de quem estava decepcionado com minha ousadia, ele me afastou.

O fitei, irritada.

E então a irritação se transformou em confusão.

Não era mais Edward que me encarava, e sim Jasper.

Não estávamos mais na minha campina e de Edward. Estávamos numa floresta em meio a neve, cercado por árvores e pinheiros enormes.

Não demorei para reconhecer a campina onde ficava a casa que Jasper estava morando.

Tudo era muito branco, e contrastava com a figura na minha frente, que usava roupas escuras e tinha os cabelos dourados caindo em sua face.

Suas mãos, antes restritivas em minha cintura, tornaram-se seguras e firmes. Não me afastavam, mas me puxavam para mais perto.

Seu rosto era um misto de adoração e malícia, e seus lábios formavam um sorriso arteiro que fazia com que as covinhas de seu rosto aparecessem. Seus olhos não eram cor de ouro, mas sim âmbar, um tom mais quente e quase familiar.

Não era bonito. Era uma ofensa chamar Jasper apenas de bonito.

Na realidade, nem haviam palavras para descrever a ferocidade de sua beleza. Era instigadora e maliciosa, nada angelical.

Era como encarar um Deus, alguém cujo seu poder fazia estremecer e querer enxergar melhor para absorver todos os detalhes.

Ele tocou meu rosto com cuidado, e em um rompante o trouxe para mais perto, de forma que nossos lábios se chocassem.

De início, resisti. Não era o mesmo beijo que eu já conhecia. Não eram apenas lábios se tocando e um frio no estômago.

Era tudo.

Era meu corpo fervendo contra o dele, queimando de desejo.

Seus lábios insistiram nos meus, procurando por um espaço, e então eu não pude mais resistir. Cedi. Não apenas cedi, mas o puxei para mais perto também.

Assim que o puxei, esperei por uma restrição que não veio. Seus braços me apertaram um pouco, não o suficiente para machucar, mas para me colocar contra ele. E um grunhido escapou de seus lábios.

Senti meu corpo reagindo ao seu toque, e quando o puxei para mim, forçando meus dedos contra seu pescoço, ele havia sumido, e eu estava abraçando o ar.

Corri pela floresta, procurando por Jasper. Eu corria, corria, e corria ainda mais, e ainda assim parecia não sair do mesmo lugar. Eu me perdia em meio às raízes e as árvores cuja casca parecia idêntica.