IX - Only fools rush in

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Forks, Washington

20 de dezembro de 2005

O dia de aula ao lado de Jasper havia sido tão comentado pelos colegas quanto no dia anterior. Jessica parecia brilhar, tamanha a felicidade em poder falar que saiu conosco e alongar a história até se tornar sobre ela.

Jasper e eu estávamos em seu carro, a caminho de casa.

Eu já havia bagunçado seu porta CDs em busca de músicas que conhecesse, e me surpreendi ao ver que a maioria das bandas que ele gostava eram as minhas preferidas.

No rádio estava tocando "time after time", de Cindy Lauper, e eu estava cantarolando baixinho enquanto devolvia os outros discos aos seus encartes.

E então a música terminou.

Em meio aos discos, vi a capa de um álbum de Guns n'Roses, e não pude deixar de rir com o variado gosto de Jasper para música.

— Não acredito que gosta dessa banda! — Exclamei, e Jasper riu baixinho.

— São clássicos. — Deu de ombro.

Tirei o CD da Cindy Lauper, o guardei e então coloquei o do Guns, e a música começou a ecoar pelo carro.

Ainda na primeira música, junto com o som do cantor que assobiava "Patience", Jasper começou a assobiar junto, quase que em ato falho.

Não sabia se era ele que estava criando aquilo, manipulando o clima para me fazer sentir tão à vontade quanto estava, mas não pude evitar assobiar junto.

Sobressaindo a voz do vocalista, Jasper cantarolou toda a música, e era como se a voz de Axl Rose fosse apenas uma desajeitada lembrança quando comparada a Jasper, cuja voz propositalmente rouca assemelhava-se a um coro de anjos.

Perguntei-me se existe algo em que vampiros não fossem mil vezes melhor do que humanos, seja quem fosse.

Não percebi quando Jasper estacionou bem na frente da minha casa, e só fui me dar conta quando a música finalmente terminou.

— Exibido. — Reclamei de cara feia, mas quando olhei para ver a reação de Jasper, ele não estava me olhando.

Olhava para a porta de minha casa, o nariz franzido como se cheirasse um prato de comida estragada.

Senti os pelos do meu braço se arrepiando, temendo que sua falta de respostas indicasse a presença de Victoria.

— Jasper, o que está acontecendo? — Perguntei, e ele não pareceu ouvir.

O encostei no braço, sacudindo.

Era como sacudir um enorme saco de cimento.

Subitamente, Jasper voltou a si. Me olhou de cima a baixo e então perguntou:

— Não sabia que a lenda que Carlisle havia falado ainda era real. Você sabia?

Me senti confusa.

— Do que está falando?

Jasper abriu a porta do carro, desceu e então abaixou as trancas. Eu estava presa dentro do carro.

Observei pelo vidro fumê quando ele chegou até a porta da minha casa e farejou. Ele pegou um objeto no chão, mas ainda assim entrou. Foram alguns minutos esperando, até que Jasper saiu — Não convencionalmente, e sim pela janela do meu quarto — E então voltou até o carro e abriu a minha porta.

— Sua casa está fedendo cachorro. — Ele revirou os olhos, ofendido. — Seu amigo lobo te deixou uma lembrancinha.

Ele me entregou uma sacola com um pote dentro, e dentro havia várias fatias de filé de peixe.

Suspicious Love [Hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora