Amor por Contrato {ITZY} Ryujin + Chaeryeong (HIATO)

Capítulo 3

Assim que levantei da cama, parei na frente do enorme espelho do meu quarto e encarei meu reflexo por alguns segundos. Estava com olheiras escuras ao redor dos olhos, pois essa noite havia sido péssima. Quase não dormi de tanta ansiedade.

Ao mesmo tempo que estava exausta, acordei feliz, pois hoje é o grande dia de conhecer minha provável futura esposa.

Meu pai ainda não sabe, pois se der tudo certo, quero fazer uma surpresa pra ele. E se tudo acontecer conforme o planejado, o casamento será amanhã.

Na real, nem a Chaeryeong sabe que eu pretendo me casar tão rápido assim, afinal ela não me deu nem a oportunidade de dizer algo, só desligou na minha cara. E eu que não me atrevi a ligar de volta. Vou aguardar o encontro de hoje e ver no que vai dar.

Fui até o banheiro lavar o rosto e passar um corretivo pra disfarçar a cara de derrota. Depois peguei uma roupa quente no armário, pois hoje o dia amanheceu frio.

Calça, meias de lã, blusa de manga comprida, um casaco que é o dobro do meu tamanho e luvas. Perfeito.

Me vesti e fiz um penteado no cabelo, coisa que eu dificilmente faço, mas hoje por algum motivo me deu vontade.

Fui até a cozinha com um sorriso no rosto e encontro meu pai bebericar uma xícara de café enquanto lê alguns papéis.

É sempre assim, ele dorme e acorda trabalhando. Vive em função da tão querida empresa dele.

— Bom dia! — disse indo pegar um pouco de café

— Bom dia, Ryujin. — deixou os papéis na mesa — Vejo que está animada hoje, alguma novidade?

— Ah, nenhuma. Preciso de algum motivo específico para estar feliz?

— Não. — deu de ombros — Espero que esteja feliz porque decidiu que é melhor pra você trabalhar comigo — sorriu

Eu apenas ri de seu comentário.

— Pai, o senhor me conhece há vinte anos. Sabe o quanto eu luto pra conseguir algo que realmente quero. No fim eu sempre venço.

Observo seu sorriso se desmanchar, dando lugar à uma expressão séria. Apesar da resposta inesperada, ele permanece em silêncio.

Tomo meu café enquanto ataco um pacote de mini pretzels de iogurte, ainda em pé e apoiada na bancada da cozinha.

Assim que termino, pego minha garrafa de água e sigo meu caminho. Antes de sair me despeço do meu pai, mas não ouço ele responder, então apenas ignorei.

Coloco as luvas, visto o casaco e calço as botas. Assim que abro a porta sinto o ar gelado da manhã de final de inverno queimar a pele do meu rosto, mas não acho ruim, pelo contrário, é bom. Me dá uma sensação de paz.

Entro no meu carro e dirijo até a faculdade, onde encontro Chan.

— E aí? Como vai a procura? Ainda dá tempo de ser a Senhora Bang, a decisão está nas suas mãos. — riu

— A procura está indo bem, por incrível que pareça. Achei uma doida interessada em casar comigo e vou encontrar com ela hoje.

— E quem é a doida?

— Nem te conto. Conhece a Lee Dance Academy?

— Não me diga que você vai casar com a dona de lá.

— Não... mas com a filha dela.

— TÁ BRINCANDO!? — colocou as mãos na cabeça em sinal de surpresa — Espera, qual delas?

— Chaeryeong.

— É, eu não tenho chance mesmo. Você não é nada boba, Shin Ryujin.

Continuamos a conversar até chegar a hora de entrar na sala.

》》》

Assim que a aula terminou e saímos da sala, Chan ainda indignado com toda essa história, não parava de me fazer perguntas. O problema é que eu não sabia o que responder, já que não sabia muito sobre a Chaeryeong.

A cada vez que ele tocava no assunto eu ficava mais tensa. Então tentei fazê-lo parar de falar sobre isso.

— O que acha de almoçarmos fora novamente? É por minha conta.

— Já estou ficando mal acostumado. Não que eu esteja reclamando, pode continuar me pagando almoço todos os dias se quiser.

Acabamos indo comer hambúrguer em um lugar próximo à faculdade.

Estávamos sentados à mesa, comendo em silêncio.

Apesar do silêncio no ambiente, meus pensamentos estavam a mil.  Me lembro da primeira vez que assisti Frozen e achei loucura a Anna aceitar se casar com alguém que acabou de conhecer, mas agora parece que a louca sou eu.

E se não der certo? Será que eu deveria mesmo aceitar a proposta do Chan e me tornar a "Senhora Bang"?

Sinceramente seria estranho, ele realmente é como um irmão pra mim. Acho que ele combina mais com a Yeji do que comigo. Apesar de que a Yeji também jamais teria algo com ele. Eles são tipo cão e gato, mas no fundo se amam.

Depois de almoçar, fomos comprar donuts de sobremesa porque comida nunca é demais.

Resolvemos ficar dentro do carro mesmo, pois lá fora estava bem frio. Eu dirigi até a entrada da Seoul Forest e estacionei. Ali ficamos comendo.

— É aqui que eu vou me encontrar com a Chaeryeong.

— Já são duas da tarde, então você vai ficar por aqui mesmo esperando, né?

— É, vou sim.

— Posso ficar? Quero conhecer ela.

— Um dia você vai, mas hoje não. Ela prefere que ninguém nos veja. O que vai ser difícil, na verdade. Imagina se alguém vê a futura dona da maior escola de dança da Coreia se encontrando com a futura dona da Shin Cosmetics. Talvez pensem que uma grande colaboração vem aí...

— Não é má ideia. Agora que a família Lee e a família Shin vão se juntar, porque não uma parceria?

— Se eu conheço bem meu pai, não duvido que isso aconteça. — revirei os olhos

Ouço meu celular tocar e vejo um número desconhecido na tela, mas atendo mesmo assim.

— Alô?

— Sou eu, Chaeryeong. Eu tinha alguns assuntos pra resolver hoje, mas terminei mais cedo do que o esperado, então já estou no parque. Se quiser vir, estarei te aguardando aqui. Lembre-se de não chamar atenção.

— Ah, c-claro. Estou a caminho.

Ela desliga.

Olho para Chan com desespero nos olhos, e ele sem entender nada, com a boca cheia de rosquinha.

— Chan, ela tá aqui.

— Puta merda, e agora?

— Agora fodeu.

Eu olho pelo vidro e alguns metros à frente, lá está ela. Usando um casaco igual ao meu, porém branco. Olhando para a tela de seu celular e andando de um lado para o outro.

— Ela tá ali, boa sorte — disse Chan mordendo outra rosquinha.

— Vai ficar aqui me esperando?

— Vou, tenho tudo que preciso pra sobreviver pelas próximas horas.

— Certo — respiro fundo — Lá vou eu...

Abro a porta do carro e saio. Assim que fecho a porta, seu olhar vai de encontro ao meu.

Deus que me ajude, é agora ou nunca.