Amor por Contrato {ITZY} Ryujin + Chaeryeong (HIATO)

Capítulo 4

Caminhei em sua direção com um sorriso leve. Quando cheguei lá, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela me estende uma máscara descartável preta.

- Pega, não quero que ninguém reconheça a gente.

Eu pego a máscara da mão dela e coloco no rosto. Ela faz o mesmo. Achei meio desnecessário, parece até que vamos cometer algum crime.

Ela vira as costas e sai andando em direção à entrada do parque e eu apenas a sigo.

Sei lá, acho que ela poderia ser um pouco mais simpática. Não sei se vamos nos dar muito bem, mas melhor conhecer ela antes de tirar conclusões precipitadas.

Caminhamos um pouco pelo parque em total silêncio, até que ela para em um banco e senta, esperando que eu faça o mesmo. Assim o fiz.

- Diga-me, porque procura alguém pra casar? Você é estrangeira? Tem alguma dificuldade financeira ou coisa assim?

- Não, nada disso. Na verdade estou fugindo de trabalhar na empresa do meu pai, não é o que eu quero. E casar é a única maneira dele me deixar em paz.

- Seu pai tem uma empresa? Qual é?

Ela não me conhece! Confesso que estou um pouco surpresa.

- Shin Cosmetics.

- Uau. Não entendo seus motivos de não querer trabalhar lá, e nem pretendo entender. Você também não precisa entender meus motivos pra querer casar, apenas concordar com algumas coisas.

- Certo.

Ela abre sua bolsa, pega uma pasta de dentro dela e me entrega.

Assim que abro, encontro alguns papéis dentro.

"Contrato de Casamento", diz o título.

Sorrio por baixo da máscara. Que legal, estou me sentindo em um dorama.

Demorei alguns minutos até ler o contrato inteiro e estava disposta a aceitar todas as condições, exceto algumas.

- Vamos mesmo morar na mesma casa que a sua família?

- Sim. Mais pra frente você entenderá o porquê. Mais alguma pergunta?

- Ah... não, mas dispenso o valor que pretende me pagar todo mês. Não é necessário. - disse me referindo à uma das condições do contrato.

- Você não tem a opção de recusar.

- Tudo bem. - dei de ombros - Só mais uma coisa, porque tão específica na duração do contrato? Oito meses e duas semanas.

- Essa é outra coisa que você vai entender com o passar do tempo. Apenas me diga se tem mais alguma objeção. Se não, pode assinar. - tirou uma caneta da bolsa e me entregou.

Não esperava que ela fosse tão rápida assim. Sei que ela não está tão interessada em me conhecer, mas o mínimo que eu esperava era algumas perguntas, mas nem isso ela se deu o trabalho de fazer.

Duas completas desconhecidas assinando um contrato e indo morar na mesma casa. O bom é que tudo isso tem a duração de apenas oito meses e duas semanas. Não sei como vai terminar, mas vai começar agora.

Assinei e entreguei os papéis e a caneta para ela. Chaeryeong faz o mesmo e assina ao lado de onde escrevi.

- Foi um prazer negociar com você, Ryujin.

- Sobre a data do casamento... - fui interrompida por ela

- Já assinamos, não temos mais nada à perder. Podemos casar amanhã mesmo.

- Ótimo!

- Arrume seus pertences, amanhã após o casamento você vai pra minha casa. Que horas é melhor pra você?

- Depois da uma da tarde eu tô livre.

- Certo, às duas da tarde nos encontramos no cartório. Não deixe ninguém mais ficar sabendo além da sua família e não leve mais ninguém além de seus pais. Qualquer dúvida me liga. - se levantou - Até amanhã.

Ela sai andando e rapidamente some da minha vista.

Como vou conviver com alguém assim? Ela é de poucas palavras, gosta de resumir a conversa e ir direto ao assunto. Não consigo ser assim, de verdade.

Ainda não caiu a ficha de que deu certo. Eu consegui alguém pra casar em menos de setenta e duas horas e ainda vou ser paga para isso. Não que eu precise, mas pensando bem, vai ser útil. Agora que serei uma mulher "casada", meu pai não vai mais me sustentar.

Saí correndo para voltar ao carro e contar as novidades ao Chan. Ao chegar lá, entrei rapidamente no veículo, o assustando.

- Quer me matar, garota? Achei que alguém ia roubar seu carro. Eu não tenho dinheiro pra te comprar outro!

- Relaxa, sou eu. - tirei a máscara e joguei em um canto qualquer - Novidades, amanhã serei uma mulher oficialmente casada.

- Que rápida. Achei que a conversa ia durar mais, mas acho que vocês se deram bem de primeira.

- Muito engraçado. Ela é insuportável!

- Que pena, Senhora Lee. Agora vai ter que aguentar.

- Logo isso tudo acaba, assinei um contrato e o casamento vai ser temporário, não vai durar muito.

- Casamento por contrato? Achei que essas coisas só aconteciam em doramas.

- De verdade, também achei. Por contrato ou não, o importante é que eu consegui o que queria. Só não te convido pro casamento porque ela não deixou.

Ele cruzou os braços e fez bico.

- É até melhor assim, se eu for lá eu expulso aquela mulher e caso com você.

- Cala a boca - dei um tapa em seu braço

Liguei o carro e levei Chan até sua casa.

Depois fui até a empresa contar as novidades para o meu pai. Estou ansiosa pela reação dele.

Assim que entrei, cumprimentei alguns funcionários e fui direto para o escritório dele.

A porta estava entreaberta, então apenas entrei. Encontro meu pai conversando com seu secretário e ao me ver, ele o dispensa.

- Que surpresa. Há muito tempo não aparecia por aqui - sorriu - alguma novidade, querida?

- Na verdade sim. Não aguentei esperar você chegar em casa, então resolvi vir aqui contar. Tenho certeza que vai ficar muito feliz com a notícia.

- Pois então me diga, estou curioso.

- Eu vou casar!

Ele me encara e posso ver a confusão estampada em seus olhos. Ele não sabia se ficava feliz ou com raiva.

- Casar com quem, minha filha? Não me diga que finalmente assumiu o Christopher.

- Nunca - ri - Você vai conhecê-la amanhã no casamento, então trate de tirar um dia de folga. Você não pode faltar no casamento da própria filha.

Ele pareceu confuso com a informação.

- Conhecê-la?

- Sim, sua futura nora. Não é incrível? Ah, a propósito, vou me mudar também. Irei morar junto com a família dela amanhã mesmo. Por isso, preciso ir para casa arrumar minhas malas. - acenei - Te vejo mais tarde, pai. Te amo!

Saí e fechei a porta.

Eu adoro a sensação de deixar meu pai sem palavras. É libertador poder fazer o que eu quiser sem me importar com o que ele vai pensar.