Capítulo 20

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-Então, o que você achou do filme? - perguntou Watson, quando os dois saíram do cinema.

-Legal. - respondeu, dando de ombros.

-Legal? Sherlock, Matrix é um clássico! - disse, indignado.

-Eu não disse que é ruim. Só é um pouco previsível. E chato.

-Talvez você que seja chato... - sussurrou, mas alto o suficiente para que o outro escutasse.

-Ei! - disse Sherlock, o empurrando.

John riu e bagunçou os cachos do moreno.

-Só estou brincando, querido.

Sherlock sorriu e os dois voltaram a caminhar lado a lado. Depois que Watson concordara que os dois estavam em um encontro, o filme começou e os dois assistiram em silêncio. Holmes tentou se concentrar na história, mas a proximidade do outro o desconcentrou durante toda a sessão. Além disso, Sherlock achou adorável como o hóspede reagia a cada cena, mesmo que ele já sabia o que iria acontecer a seguir.

-E agora? - perguntou o loiro, despertando o outro de seus pensamentos.

-Não sei, alguma ideia?

-Eu sugeri o cinema, sua vez de escolher.

Sherlock olhou ao redor, pensativo. Não queria ir para casa. Não queria que aquele encontro acabasse. De repente, seus olhos viram uma pequena loja na esquina e uma ideia percorreu sua mente.

-Vem! - disse animado, puxando John pela mão.

Seu hóspede apenas o seguiu, sorrindo ao ver o outro praticamente saltitando na rua. Os dois pararam em frente a uma loja de instrumentos musicais.

-Por que estamos aqui? - perguntou John, confuso.

-Você prometeu um dia tocar para mim, lembra? - respondeu, sorrindo.

Watson obviamente se lembrava. Ele se lembrava de cada palavra trocada com o mais novo desde que chegara em sua casa. Mas ficou surpreso ao ver que Sherlock realmente levou a promessa a sério.

-Pensei que você só tinha dito aquilo para ser educado. Não sabia que realmente estava interessado em me ouvir tocar.

-Não, eu estou interessado! Na música, não em você. Não que eu não esteja interessado em você. Quer dizer, não que eu esteja, mas.. - gaguejou Sherlock, nervoso.

John riu. Ele achava que o moreno ficava muito bonito quando corava daquela maneira.

-Vamos entrar. - disse, abrindo a porta.

Sherlock assentiu e os dois entraram na loja. O atendente nem se deu o trabalho de se levantar, apenas continuou sentando atrás do balcão folhando uma revista.

-Podemos dar uma olhada nos violões? - perguntou John.

O atendente apenas assentiu com a cabeça, sem tirar os olhos da revista.

-Posso tocar para testar o instrumento? - perguntou outra vez.

Mais uma vez, o atendente apenas assentiu, então os dois foram para o fundo da loja, onde estavam os violões. Watson escolheu um, e se ajeitou, tenso.

-Eu não toco há anos. - avisou.

-Não tem problema.

-Vai ser ruim. - advertiu.

-Céus, só toque logo! - disse, rindo.

John concordou e começou a tocar. Ele errou duas vezes logo no início da música e riu, nervoso. Sherlock sorriu de volta, e foi um sorriso tão encorajador que Watson tentou mais uma vez, dessa vez sem errar. Enquanto tocava, o loiro balançava o corpo ao ritmo da música. Holmes se encostou na parede da loja e ficou assistindo o outro tocar, fazendo uma limpeza em seu palácio mental para garantir que tivesse espaço suficiente para nunca esquecer da visão e do som daquele momento. Watson terminou a música e o moreno bateu palmas. John riu, com o rosto corado, e agradeceu.

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