Nosso Recomeço

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• Nicolly🧚‍♀️•

A Agatha foi o caminho inteiro calada, às vezes concordava com a cabeça quando eu fazia alguma pergunta pra ela mas fora isso ela se calava e as perguntas que o Vinicius fazia pra ela, ela nunca respondia ficava toda acuada.

Entrei em casa vendo que o Pedro estava deitado no sofá e ele olhou curioso pra Agatha assim que viu ela. Percebi que mais uma vez ela recuou pra trás assim que viu ele e eu olhei pra ela.

Expliquei rápido pra ele o que tinha acontecido e logo em seguida subi com ela para o meu quarto. Peguei uma blusa minha pra ela vestir e deixei na cama, acompanhado ela pro banheiro logo em seguida.

Nicolly: Quer que eu te ajude a tirar a roupa? - Ela negou.

Não insisti também, liguei o chuveiro pra ela e assim que ela terminou de tirar a roupa e eu a olhei assustada.

O corpo dela estava todo marcado, algumas partes até roxas, e era visível que doía porque ela fazia expressão de dor a cada vez que passava a esponja.

Perguntei ela quem havia feito aquilo no corpo dela mas ela se calou e não disse nada, voltei para o quarto e fiquei pensando no que eu tinha visto ali. E tudo começou a fazer sentindo, o porquê que ela negou em ir pra casa.

Como que alguém faz isso com uma criança, a pessoa tem que ter muita maldade no coração.

Ela saiu logo em seguida enrolada na toalha, passei pomada nos machucados do corpo dela e a ajudei vestir a roupa com todo cuidado porque ela sempre falava que estava doendo. Peguei minha escova e creme e comecei a  pentear os cabelos cacheado dela.

Nicolly: Agatha? - Ela me olhou. - Quem fez isso com você em? - Perguntei vendo ela ficar calada. - Você pode me contar, prometo que eu não digo pra ninguém.

Agatha: Você promete mesmo? - Falou se virando pra mim.

Nicolly: Vai ser um segredo só nosso. - Levantei meu dedo mindinho e ela apertou fazendo aquele famoso juramento do dedinho, me fazendo sorrir.

Agatha: Foi o meu pai. - Falou triste e eu fechei meu sorriso no mesmo instante.

Nicolly: Mas como ele fez isso contigo? Ele te bateu?

Agatha: Também.

Nicolly: E foi só isso mesmo ou tem mais alguma coisa? Você pode me contar, não precisa ficar com medo.

Agatha: Ele disse que se eu contasse pra alguém ele iria me bater.

Nicolly: Mas ele não vai te bater meu amor, agora quem esta cuidando de você sou, ninguém vai te machucar tá bom? - Ela concordou.

No fundo eu já estava imaginando o que poderia ter acontecido com ela e e me doía muito ter que ouvir isso da boca dela.

Agatha: Ele tirou a minha roupa e ficou passando a mão em mim, dizendo que não era pra eu falar pra ninguém. E que se eu contasse ele ia me machucar.

Os meus olhos se encheram de lágrimas, tanto que eu não consegui me conter e acabei deixando algumas lágrimas rolarem, na frente dela, que me olhou sem jeito.

Agatha: Por que você tá chorando? Eu falei o que de errado?

Nicolly: Não meu amor, você não falou nada, é que caiu um cisco no olho da tia. - Limpei meu rosto. - Então foi por isso que você fugiu de casa né? - Falei tentando voltar no assunto.

Agatha: Ele também tirou a roupa dele, eu disse que estava me machucando mas ele não parou, e quando eu chorava ele me batia. Foi por isso que eu fugi e eu não quero mais voltar pra lá tia Nicolly, ele vai me machucar de novo.

Eu não sabia o que dizer, ela me olhava um pouco sem jeito e eu só chorava. Puxei ela pra um abraço e beijei sua testa sentindo ela fazer carinho nas minhas costas.

Nicolly: A tia tá aqui com você viu? Eu não vou deixar mais ninguém te machucar, tá bom? - Ela concordou. - Vamos comer alguma coisa? - Ela concordou.

Desci com ela e fui direto pra cozinha, o Zl e o Pedro me olharam sem intender nada, acho que provavelmente pelo meu rosto estar todo vermelho. Preparei um lanche pra ela e fiquei me distraindo ali. Ela estava bastante acoada com o Pedro e o Vinicius e agora eu entendia o porquê.

E eu fico só pensando o quanto ela sofreu, porque provavelmente esses abusos não eram de agora, vem de muito tempo atrás e isso me dói tanto, como pode alguém fazer mal pra uma criança. Ela só tem sete anos!

Coloquei ela pra dormir no quarto da Manuela, já que ela não voltaria hoje. Ela pediu e eu fiquei com ela até a mesma dormir.

Ph: Tá chorando por que? - Me olhou preocupado.

Nicolly: O pai dela abusava e agredia ela. O próprio pai, cara. Um homem que deveria protejer e cuidar dela. E isso tá me doendo tanto, porque ela me contou com tanta inocência, esse homem é um monstro!

Zl: Tá explicado o porquê que ela tem ficou assustada comigo e com o Pedro. - Concordei com a cabeça.

Ph: Porra é tão pesado isso aí, que tu não sabe nem o que dizer. - Falou e o Zl concordou com a cabeça

Zl: Amanhã eu vou atrás disso. Tenta tirar alguma informação com ela, o nome do pai, aonde mora, sei lá. Vou atrás desse maluco, pode ter certeza disso!

Ph: O próprio pai parça. O cara que deveria cuidar e dar amor, estuprou a própria filha.

Nicolly: A cada dia que passa eu perco mas a fé nas pessoas, o ser humano é tão cruel ao ponto de fazer isso.

Ph: Tu tem que conversar com ela, leva ela no médico, ginecologista, num psicólogo sei lá. Ela precisa de ajuda.

Zl: Papo reto, ela tá tão assustada que tá com medo da gente. A única que consegue conversar com ela é você.

Nicolly: Eu fico pensando em como esta o psicológico dela tadinha, ela só tem sete anos e passou pela coisa mais horrível que alguém pode passar.