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• Manuela🧚‍♀️•

Odeio ter mentir pros meus pais, sério mesmo, eu me sinto péssima porque eu tenho os dois como meus melhores amigos, conto absolutamente tudo pra eles.

E mentir que o ar do meu quarto estava no frio só pra ter a desculpa de estar usando blusa de manga longa só pra esconder a marca que o Samuel deixou no meu braço foi horrível mesmo.

Eu sei que eu tenho que contar sim pra eles o que anda acontecendo, até porque o Samuel esse dias anda muito agressivo, e eu não vou negar que isso me causa um certo medo.

Mas isso é pra eu aprender a ouvir o meu pai, desde início ele me avisou sobre o Samuel, desde a primeira vez que eu trouxe ele aqui em casa o meu pai odiou ele e a tonta aqui achando que era implicância da parte do meu pai.

Samuel sempre foi meio possessivo comigo, tentava a todo custo controlar as minhas roupas mas isso eu nunca deixei. Foi um ano e meio de muitas brigas, principalmente por ciúmes. Ele sempre foi muito ciumento e isso estava me cansando teve um dia que ele clonou o meu whatsapp porque ele simplesmente cismou que eu traia ele.

O ápice de tudo isso pra mim foi quando ele quase matou um menino que eu nunca nem tinha visto na minha vida, tudo isso porque o coitado pediu uma informação pra mim. Foi horrível, juro.

Depois de tudo eu voltei no mesmo bar que tudo aconteceu e descobri que o menino era sobrinho do dono, o moço surtou comigo e eu escutei calada né, ofereci ajuda e com muito custo ele aceitou. Paguei tudo, hospital, medicamentos, ajudei ele depois que ele saiu do hospital, nunca mais voltei naquele bar até porque eu não tenho nem cara pra isso mas sei que o menino está bem.

Eu sei que eu tinha que falar pro meu pai, mas o meu medo é a reação dele. Aliás, eu nem preciso falar o que meu pai vai fazer com ele caso eu contasse.

Mas eu penso na dona Rosana, mãe dele, ela sempre foi um amor comigo e eu não queria ser a responsável por nada de mal que acontecesse com o Samuel.

É claro que se ele voltar a me procurar de novo e ser agressivo novamente eu vou ter que tomar providências até porque se eu me calar só vai piorar.

E eu não vou aceitar ele me perseguindo e me atormentado sendo que eu não tenho mais nada com ele. Eu hein.

Isso já está passando dos limites, desde o dia em que eu terminei com ele, ele ficou assim, vindo atrás de mim, regulando os meus passos e controlando tudo o que eu faço. E eu não vou fechar os meus olhos e ignorar isso. Estou dando segunda chance sim! Mas se ele vier atrás de mim novamente eu não vou ficar calada achando que ele não é capaz de fazer tal coisa comigo, quantas mulheres já se calaram e hoje não estão mais aqui entre nós!

[...]

Aproveitei que hoje o dia estava meio nublado e vestido uma jaqueta pra tampar o roxo do meu braço. Fui trabalhar assim mas assim que eu cheguei e entrei na sala tirei ela.

Estava um pouco dolorido, não que doesse muito mas se encostasse algo, doía.

Ajeitei minha postura na cadeira assim que alguém bateu na porta e joguei meu cabelo pro lado pra tampar o meu braço.

Manuela: Entra! - Falei olhando a porta se abrir e fiz careta vendo que era o Igor. - Lá vem.

Igor: E aí Manuzinha, tudo bem contigo? - Falou com deboche e se sentou na cadeia na frente da minha mesa.

Respirei fundo contando até dez pra não mandar ele tomar no cu. Eu odeio quando ele me chama assim. Que raiva!

Manuela: Se é sobre o seu carro, ele ainda não está pronto. Era só isso? Obrigada, tchau. - Sorri falso.

Igor: Que isso, nem deixou eu falar. - Se ajeitou na cadeira e eu olhei pra ele sem paciência. - Cadê o Zl?

Manuela: Tá vendo ele por aqui, vida? - Ele riu sem humor. - Pois é, eu também não.

Igor: Olha como que você trata os clientes em Manuela, eu vou na concorrência. Te garanto que lá eles não tratam a gente assim.

Manuela: Meu Deus Igor, seu carro não tá pronto, mais alguma coisa, meu bem?

Igor: Seu pai sabe desse roxo aí no seu braço? - Me olhou com um olhar de ironia e eu olhei pro meu braço vendo o meu cabelo tinha saído dali.

Manuela: Além de chato é curioso, eu hein. - Ele riu. - Me deixa trabalhar agora? - Falei vestindo minha jaqueta.

Ele me olhou com maior cara de deboche, o que me fez encarar ele de volta.

Detesto esse menino, não dá!

A porta foi aberta novamente e o meu pai entrou olhando pra gente.

Igor: Tava perguntando de tu agora Zl.

Zl: Qual foi? - Falou fazendo toque com ele.

Igor: Manuela tá tratando os clientes mal pô, feião isso aí.

Manuela: Meu Deus, menino, some daqui! - Gesticulei com as mãos vendo ele rir.

Igor: Aí, tá vendo?!

Manuela: Olha, se você não tem nada pra fazer, eu tenho. Tchau pra você. - Me levantei saindo dali.

O dom que ele tem de me tirar do sério, o jeito que ele debocha me da raiva. Não tem como não surta do lado dele, que ódio!

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Capítulo 1/3🧚‍♀️

Nosso RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora