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Maria Luiza •

Malu: Já tô indo viu pai. - Falei me aproximando dele e ele se levantou me abraçando.

Té: Vai voltar de novo que dia? - Dei risada.

Passei o fim de semana na casa do meu pai, sempre venho pra cá ou estou na casa da minha mãe, tento sempre ver os dois diariamente mas se eu venho um sábado na casa de um e não vou na do outro eles já começam a falar que eu gosto mais de um do que do outro. O drama de sempre.

E eu confesso que às vezes eu venho mais na casa do meu pai do que na da minha mãe, por um simples motivo chamado Ruan, o meu meio irmão, ele está com 13 anos mas pensa num menino perturbado.

Pelo amor de Deus, um menino dessa idade chato que só ele.

Tenho paciência não, até evito de ir na casa dela porque a minha vontade é de bater nele.

A minha mãe se casou, eu tinha uns dez anos na época. Ela e o Ramon, meu padrasto, estão juntos há doze anos e antes deles se casarem veio o Ruan, é meu irmão? É, mas a gente não dá certo, o menino tem quase quatorze anos e age como se tivesse dois, meu padrasto trata ele como um bebê, tenho paciência pra isso não, eu hein.

Já o meu pai esta namorando já tem um ano e poucos meses, o nome dela é Daniele, e eu também não me dou bem com ela assim com ela já deixou bem claro que não gosta de mim, mas a gente se trata bem por educação e pelo meu pai, óbvio.

Mas não dá, eu não consigo gostar dela, acho ela bem forçada e chatinha.

Mas quem tem que gostar dela é o meu pai, não eu, então eu nem falo nada.

Malu: Domingo eu venho aqui de novo. - Ele concordou.

Me despedi dele e fui saindo, fui pra faculdade e como eu já havia combinado com o Pedro ele iria vim me buscar. Fomos pra minha casa e eu passei o dia todo pensando na melhor forma de conversar com ele.

Me dói muito pensar assim, mas eu sinto que o meu relacionamento com o Pedro já não vai mais pra frente.

Eu amo muito ele, ao ponto de me sentir mal só de pensar que tudo isso entre a gente está acabando. Mas chega num ponto que não dá mais para tapar os olhos e fingir que nada daquilo é real.

Ele já não me trata mais como me tratava antes, já não manda mais mensagens como mandava antes, não me liga, não pergunta se eu tô bem. Porra, se eu não procurar, ele simplesmente me ignora por dias. Que tipo de relacionamento é esse
aonde a gente só briga?

Eu tenho os meus erros sim, é claro, mas a maioria das vezes é por picuinha dele, parece que ele procura sabe? Eu tenho muito a impressão que ele quer terminar comigo mas não sabe como falar e por isso ele está fazendo isso, me machucando pra ver se eu tomo essa atitude por ele.

E se era isso o que ele queria, ele conseguiu.

Ph: Quer me falar o que? - Se sentou na cadeira de frente pra mim e eu olhei pra ele.

Malu: Eu quero terminar com você Pedro. - Falei vendo ele me olhar surpreso.

Ph: Qual foi? Tu tem noção disso aí que cê tá falando Luiza?

Malu: Tenho Pedro, eu tenho! É só você volta nas suas atitudes passadas ou melhor repara nas suas atitudes de agora. Eu estou amando por nós dois Pedro, levando um relacionamento a diante sozinha, você mudou tanto, nem parece o Pedro Henrique que eu me envolvi lá trás. O que falava que nunca ia me abandonar, que ia se casar e construir uma família comigo. Não esse de agora que só pensa em drogas, amigos, festas, e sabe se lá se em alguma dessas eu já não fui corna né? - Ri sem humor.

Ph: Olha aí os papo sem fundamento Maria eu nunca te traí, te dou a minha palavra!

Malu: Eu não coloco minhas mãos no fogo Pedro. Você mudou muito, e não foi pouco, conseguiu machucar todos ao seu redor e eu fui uma delas. - Falei tentando não chorar.

Ph: Eu tô ligado no meu erro sim, tô tentando concertar tudo o que eu fiz, porque sei que as minhas atitudes não foram legais e uma dessas pessoas ia ser você pô. Quero tentar de novo, recomeçar, sei lá. E só não quero te perder assim.

Malu: Você já me perdeu né Pedro, há quanto tempo eu tô aqui tentando salvar o nosso relacionamento e você simplesmente fingindo que nada estava acontecendo? Porra, tá me doendo muito ter que te falar tudo isso porque eu te amo tanto. Mas é que chegou num ponto que não dá mais, tá me desgastando muito.

Ph: Aí pô, por esse motivo a gente pode começar de novo. Eu também te amo pra caralho Maria Luiza, vamo tenta de novo, papo reto, te prometo que esse é a primeira e única chance que eu te peço. - Falou olhando nos meus olhos.

Olhei pra ele pensando no que eu iria dizer. Eu jurei que iria ser mais fácil, que ele não ia nem ligar, não pensei que ele ia pedir outra chance. E ele se abaixou na minha frente segurando meu rosto.

Ph: Essa é a única chance que eu te peço, são quase dois anos pô, olha a história que a gente tem junto. A gente se ama pra caralho, isso aí é uma fase ruim que eu te garanto que vai passar porque eu vou mudar!

Malu: Mas não é só o amor que mantém uma relação Pedro. Você me machucou muito de um tempo pra cá.

Ph: Eu sei, mas eu realmente estou disposto a mudar, por mim, por nós dois, pela minha família, eu só te peço essa chance pô. Só essa!

Tentei negar, tentei esconder tudo aquilo que eu estava sentindo mas não dá, o meu amor por ele fala muito mais alto.

Malu: Te amo tanto. - Ele sorriu. - Não me machuca assim de novo por favor! - Falei segurando o rosto dele.

Ph: Te prometo! - Sorriu.

E eu espero que ele realmente esteja disposto a mudar porque eu realmente não vou mais me desgastar com um relacionamento que não vai mais pra frente. Minha saúde mental vale muito mais que isso tudo.

Nosso RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora