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Nicolly🧚‍♀️•

Nicolly: Eu quero adotar ela! - Falei com o Vinicius que me olhou surpreso. - Se não tiver mais alguém da família pra ficar com ela, claro! Mas o que você acha?

Zl: Pô, por mim a gente adota ela sim, mas você sabe que pra adotar legalmente é complicado né? - Concordei. - Ainda mais que a gente tem um histórico meio complicado. Eles vão puxar tudo isso, vão saber que eu já fui preso, que eu era traficante, tudo isso aí.

Nicolly: Mas isso foi há anos atrás vida, eles iam mesmo puxar tudo isso?

Zl: Lógico, eles vão entregar uma criança na mão de qualquer um? 
Nicolly: Eu sei, mas é que eu realmente queria adotar ela, conheci ela ontem mas já criei um contato tão bonito com ela.

Zl: Então a gente vai atrás pô, vou tá contigo independente do resultado.

Nicolly: Acho que eu realmente não vou conseguir adotar ela, vou deixar isso quieto, pode não dar certo eu vou me frustrar muito por isso. - Falei desanimada.

Zl: Ih qual foi? Vai desistir assim? Ela já tem sete anos, já pode falar o que ela acha melhor pra ela, não é assim também. Você quer adotar ela? A gente vai atrás pô, vou tá contigo em cada momento, vamos adotar ela juntos, e tu só vai desistir mesmo caso alguém responsável por isso fale que não vai dar pra gente, jaé? - Concordei com a cabeça.

Nicolly: Te amo tanto. - Sorri beijando o rosto dele.

Zl: E eu te amo mais ainda pô.

Nicolly: Mas você sabe que se nós vamos ter que procurar justiça eles vão atrás do pai da Agatha, então vocês não podem cobrar ele. Não dá pra sumir com ele assim do nada.

Zl: Tô ligado nisso, e por mais que a minha vontade seja tortura aquele desgraçado da pior forma, não dá.

Balancei a cabeça me encostando no peito e vi que a Agatha desceu arrumada vestida um vestido que eu comprei de última hora pra ela. Saímos de manhã, levei ela primeiramente na delegacia especializada em casos de crianças e adolescentes, passamos por todo um processo, expliquei o motivo de eu não ter trago ela ontem e por fim conseguiram fazer o exame de corpo de delito nela. Que infelizmente comprovou os abusos sexuais vividos por ela.

Eu acompanhei ela em todo o depoimento dela, já que a mesma pediu pra eu não deixar ela sozinha com a moça que iria conversar com ela, tentaram colher o depoimento dela da forma mais natural possível e ela sempre dizendo tudo na maior inocência. O que me doía bastante ver o como ela mal tinha noção do que ele havia feito com ela. 

Foi todo um processo bem complicado pra mim e para ela, no mesmo dia em que eu levei ela encaminharam ela para uma psicóloga e logo depois para o conselho tutelar, ela não queria ir e chorou bastante por ter que ficar lá. E eu me senti pior ainda por não conseguir levar ela de volta pra minha casa.

Procurei meu advogado e no mesmo dia ele entrou com um pedido de adoção e o outro pra eu pelo menos poder ficar com ela na minha casa até tudo se resolver.

E a família dela, o único parente próximo aqui em São Paulo era o tal que se dizia o pai dela. Ela até tem uma avó paterna, mas ela mora no Ceará, entraram em contato com ela e ela disse não tem interesse em ficar com a Agatha por não ter condições de cuidar dela.

Sobre o pai, ele foi preso, não só por estupro, a ficha dele era extensa e ele estava sendo procurado por roubo a mão armada em um mercado e sobre a mãe da Agatha, ela realmente faleceu mas apurando os fatos a polícia descobriu que ela foi assassinada, e por quem?

Ela descobriu o que ele fazia a filha, discutiu e disse que ia chamar a polícia pra ele, e ele por sua versão, disse que se assustou com isso e acabou empurrando ela, que bateu a cabeça em um móvel, morreu e foi enterrada no quintal de casa. E o pior foi que a Agatha viu tudo isso.

Meu advogado entrou com os papéis fez o pedido e foi todo um processo, vieram fazer uma avaliação aqui em casa, conversaram com cada um, e no fim ele conseguiu. Ela vai ficar aqui em casa com a gente, tendo todo o acompanhamento possível, principalmente na psicóloga, até tudo da adoção se resolver. Ainda não sei se eu vou conseguir, mas estou fazendo o possível e o impossível pra conseguir adotar ela.

Agatha: Tô bonita tia Nicolly? - Falou balançando os cachos do cabelo e eu sorri.

Nicolly: Tá maravilhosa meu amor! - Puxei ela pra um abraço e ela riu.

Ela nem parece mais aquela criança que chegou aqui toda acuada. É claro que com gente estranha ela se esquiva um pouco mas com a gente aqui ela está um grude, principalmente com o Pedro, os dois estão um nojo um com o outro.

E eu nem preciso falar o quanto eu acho os dois lindos juntos. Eu nem se quer sabia esse dom que o Pedro tem com crianças.

Agatha: Tchau tia Nicolly, tenta não ficar triste viu? Eu já volto. - Dei risada.

Nicolly: A tia vai tentar viu? Mas é que é impossível não morrer de saudades sua. - Beijei o rosto dela.

Ela retribuiu de volta e foi saindo para fora, ela e o Pedro iam tomar sorvete e se eu não me engano a Malu também ia.

E falando nela, ela e o Pedro estão mais Unidos do que nunca, e é nítido o quanto o Pedro mudou, tanto com a gente tanto com a Maria. E eu fico feliz demais por isso, espero muito que ele continue seguindo nesse caminho.

Ph: Bora Agatinha? - Ela concordou com a cabeça. - Tem certeza que você não quer ir mãe?

Nicolly: Vou não meu bem, tenho que resolveu umas coisas sobre a adoção da Agatha hoje e depois eu tenho que ir lá na loja, o Vinicius não sabe fazer nada sem mim. - Ele riu. 

Ph: Então jaé então, me liga qualquer coisa tá bom? - Concordei com a cabeça. - Vou lá, te amo. - Beijou minha testa e eu sorri.

Nicolly: Também te amo muito vida.

Sorri vendo eles saírem de mão dadas em me encostei no sofá.

Sei que eu estou me apegando demais na Agatha, e isso foi uma coisa que a assistente social pediu pra eu não fazer, porque eu estou com ela provisóriamente. Mas eu já amo tanto ela.

Por mais que eu estou com ela por algumas semanas mas ela é tão especial pra mim, que eu já estou mais que apegada nela e se caso a adoção não der certo eu sei que eu vou sofrer muito com isso.

Nosso RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora