22

19.8K 1.2K 235
                                    

Nicolly🧚‍♀️•

É incrível o quanto o Vinicius consegue tirar a minha paz. Nunca vi alguém me irritar igual ele me irrita.

Nicolly: Zl sai de perto de mim agora! - Empurrei ele vendo ele rir.

E é isso que me irrita mais ainda, ele debocha, dar risada, se faz de sonso, abusa da paciência que eu não tenho.

Zl: Tá ligada que eu te amo né amor da minha vida? - Me abraçou por trás andando junto comigo. - Gostosa do caralho.

Mordi meu lábio inferior tentando não sorrir mas é impossível.

Ele beijou meu rosto e eu me virei de frente pra ele dando um selinho rápido nele.

Nicolly: Vai comprar alguma coisa pra eu comer lá, vida, tô morta de fome.

Zl: A pergunta é, quando você não tá com fome né Nicolly, quando? - Dei risada.

Nicolly: Vai lá Vinicin, meu lindo. - Beijei ele de novo. - Compra duas coxinhas pra mim e um açaí também. - Vou te esperar aqui.

Ele bateu o pé, ficou no maior drama pra ir mas acabou que foi porque ele faz tudo o que eu mando, além de lindo é obediente.

Meu marido mesmo.

Me sentei na calçada e escutei um barulho de choro pelo beco a dentro, parei prestando atenção e parecia muito ser um choro de criança, sei lá. Minha curiosidade falou mais alto e eu me levantei limpando minha calça e fui andando devagar no beco e atrás de um carro que estava estacionado ali eu pude ver uma menina que aparentava ter de uns seis a oito anos. Me aproximei dela devagar e ela se afastou assustada.

Nicolly: Oi meu bem. - Sorri amigável. - Não precisa ficar com medo. - Me abaixei perto dela. - Tá fazendo o que sozinha aqui em? Alguém te machucou?

Ela limpou as lágrimas do rosto com a blusa ficando em silêncio.

Nicolly: Olha, eu só quero te ajudar tá bom? Fica tranquila que eu não vou te fazer mal. - Ela me olhou. - Meu nome é Nicolly, e o seu?

- Agatha. - Falou de cabeça baixa.

Nicolly: Seu nome é lindo Agatha, igual a você. E quantos anos você tem? - Perguntei e ela sussurrou baixo que era sete. - Entendi, mas você está sozinha aqui por que? Você é muito nova para ficar aqui sozinha. Cadê a sua mãe ou seu pai? Se você quiser eu posso te levar lá neles.

Agatha: Minha mãe mora com o papai do céu. - Falou triste e eu senti um aperto enorme no peito.
Nicolly: Mas e o seu pai? Ou alguém próximo a você? Avó, tia. Você não pode ficar sozinha por aqui, é perigoso.

Agatha: Eu não quero ir pra casa! - Falou firme e de um jeito agressivo.

Nicolly: Mas a sua família deve estar preocupada com você meu amor, você é muito nova pra ficar andando sozinha por aqui.

Agatha: Eu não vou. - Falou baixo.

Olhei pra ela pensando no que fazer, não dá pra eu simplesmente virar as costas e deixar uma criança largada aqui sozinha. E o pior é que eu nunca vi ela aqui então eu não faço a mínima ideia quem seja parente dela.

Nicolly: Você quer comer alguma coisa, tá com fome? - Ela me olhou sem graça e concordou com a cabeça.

Dei a mão pra ela e fui andando com ela ali, Zl se aproximou da gente já me enchendo de perguntas e eu percebi que a Agatha se escondeu atrás de mim como se estivesse com medo dele. Me abaixei do lado dela e senti ela apertar forte a minha mão.

Nicolly: Esse é o Vinicius, ele é o meu marido, não precisava ficar com medo não, te juro que ele é legal. - Falei baixo com ela.

Zl: E ela é quem?

Nicolly: Depois que você saiu eu escutei um choro, fui olhar quem era e vi ela sentada no chão atrás de um carro. O nome dela é Agatha. A única coisa que ela me disse foi o nome dela, que a mãe faleceu e que não quer mais voltar pra casa.

Zl: Mas tu já perguntou pra ela o nome do pai ou algum parente dela? Se pá é algum conhecido meu.

Nicolly: Ela não quer falar, já tentei mas ela não diz. E eu não sei o que eu faço com ela, não posso deixar ela sozinha na rua mas também não posso levar ela pra casa, vai que alguém da família está procurando ela.

Zl: Pô, leva ela lá pra casa, tá ficando tarde, tu vai deixar ela sozinha aqui? - Neguei. - Lá você cuida e dá um banho nela, de amanhã nós resolve isso aí.

Olhei pra ela que ainda apertava a minha mão.

Nicolly: Vou te levar pra minha casa, pode ser Agatha? - Ela concordou de cabeça baixa.

E ela sempre concordava ou falava de cabeça baixa, nunca olhando nos olhos, como se ela estivesse medo, sei lá.

Nosso RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora