15

21.3K 1.3K 273
                                    

Pedro •

Passei a noite toda zoando tentando esquecer essas fita. Tô no erro em vários bagulho e um deles é em relação a minha mãe.

Papo reto mesmo, o que ela falou pra mim lá no quarto, sobre se cansar de mim mexeu comigo de uma forma ruizona, me senti um vacilão do caralho ali e ao mesmo tempo também me machucou pra caralho ouvir aquilo dela.

Vou me fazer de inocente também não tô errando demais com ela. E o que o meu pai falou só confirmou isso mais ainda.

Queria nem voltar pra casa o clima aqui hoje vai ser horrível, geral de cara virada pra mim, às vezes prefiro passar o dia todo na rua.

Entrei em casa na calada, deixei até minha moto na rua e fui no maior silêncio, ia subir direto pro meu quarto mas vi a minha mãe deitada no sofá com maior cara de choro. Ela estava com os olhos fechados mas dava pra ver as lágrimas no rosto dela.

Dei as costas pra subir mas a consciência pesou e eu fui até ela e me abaixei do seu lado.

Ph: Mãe, me desculpa, não só por ontem mas por todas as vezes que eu te deixei assim. - Falei vendo ela abrir os olhos.

Ela caiu no choro, colocou a mão no rosto e chorou feito criança quando cai. Tô me sentindo vacilão pra caralho. Eu nunca tinha visto ela assim e saber que agora é por mim me deixa malzão.

Me sentei no sofá e puxei a cabeça dela pro meu peito. Passei a mão no cabelo dela e beijei sua testa.

Ph: Tô vacilando tanto contigo esses dias, e o foda é que eu nunca reparei em como eu sempre te deixava mal. Me perdoa mesmo, papo reto, tu sempre foi incrível pra mim, sempre fez o possível e o impossível por mim e eu não soube reconhecer isso.

Ela não falou nada só continuo chorando nos meus braços. Fiquei fazendo carinho no cabelo dela e fui percebendo que com um tempo depois ela foi se acalmando.

Ph: Você é incrível, uma mulher foda do caralho, tô ligado que eu não sou o filho ideal pra você, até porque eu te decepciono pra caralho, mas eu te amo demais.

Nicolly: Você sempre foi um filho incrível pra mim, e eu te amo tanto, que não vai ser esses detalhes que vão me fazer te amar menos. Eu só falei tudo aquilo porque bem lá no fundo eu queria que você sentisse mesmo que bem pouco, a dor que eu estava sentindo de ver o meu filho se afundando nas drogas.

Ph: Eu vou parar de usar pô, meu pai já não jogou tudo fora?

Nicolly: Você tá usando isso a quanto tempo Pedro? - Passei a mão no rosto. - Seja sincero!

Ph: Deve ter uns cinco meses já, ou mais.

Nicolly: Você tem que procurar ajuda, meu filho, você não larga isso de uma hora pra outra, olha há quanto tempo você usa isso.

Ph: Eu uso às vezes mãe, tem essa não, eu consigo largar isso sozinho.

Nicolly: Isso é o que todo mundo diz Pedro, não é assim de uma hora pra outra. A primeira coisa que você tem que fazer é assumir para si mesmo que você tem um vício nisso.

Ph: Eu não tenho dependência nisso não pô, uso só por diversão. Mas eu te prometo que eu vou largar isso tudo, tá bom?

Nicolly: Você tem que fazer isso por você, antes que algo de ruim aconteça com você, me dói só de pensar em algo do tipo acontecendo com você. Larga isso logo, por favor...

Ph: Eu vou largar. - Limpei o rosto molhado dela. - E também vou parar de te dar trabalho. - Ela riu. - Vou procurar alguém especializado nisso, tu prometo que eu não vou usar mais!

Nicolly: Se você quiser eu vou contigo te acompanho. - Concordei.

Nicolly: E para de me chamar de Nicolly senão eu vou virar a mão na sua cara. - Dei risada negando.

Ph: Tô bem grandinho pra você me bater, cê não acha não? - Falei rindo.

Nicolly: Dúvida de mim Pedro Henrique, dúvida! - Falou rindo.

Ph: Aí cê me tirou em parceira. Caraí. - Ela deu mó risada. - Mas me desculpa mesmo, papo reto. - Apertei ela no meu abraço. - Eu te amo pra caralho.

Nicolly: E eu também te amo muito. Projeto do vagabundo do Zl. - Bati de leve na testa dela.

Ela se deitou no sofá e eu deitei minha cabeça na barriga dela sentindo ela fazer carinho no meu cabelo. Mó saudades de dormir com ela assim.

Papo reto amo pra caralho ela, me orgulho demais da mulher foda que ela é, do tanto de bagulho que ela já passou e às vezes ainda passa mas mesmo assim sempre sorrindo

Nicolly: Pedro? - Murmurei esperando ela continuar. - Sai do meio daqueles meninos, eles não são uma boa companhia pra você e eu sinto isso.

Ph: Já faz um tempo que eu não tô vendo eles, fica suave. - Ela balançou a cabeça.

Nosso RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora