Nosso Recomeço

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• Manuela🧚‍♀️•

Manuela: Um ano já né vida? Um ano que eu não tenho você perto de mim, me chamando de Manuzinha. - Sorri em meio às lágrimas. - Dando um sorriso enorme quando me via, saudades da sua risada, da sua voz. Volta pra mim, por favor. Tá doendo tanto te ver assim. - Segurei a mão dele.

Ele está ligado em vários aparelhos, graças a isso tudo que ele ainda tá vivo.

Além do tiro no ombro, quando ele me abraçou no carro pra tentar me proteger dos outros tiros, ele levou dois tiros nas costas. Sem contar todos os outros ferimentos.

Era pra ter sido fatal, mas ele é forte e até hoje vem aguentando tudo isso.

Ele passou por quatro cirurgias, e em todas ele teve complicação, ele precisou de doação de sangue, teve parada cardíaca e outras diversas coisas.

Desde então ele não respondeu mais, à um ano e quase um mês o Igor estar sobrevivendo por aparelhos.

Teve uma vez que ele chegou a mexer a mão, foi com a Beatriz, tinha dois meses que ele estava internado, os médicos chegaram a ver, mas não passou disso. Depois disso ele nunca mais respondeu.

E o caso dele que era pra estar melhorando só piorou de uns tempos pra cá, ele pegou uma infecção hospitalar e além disso há uns dias atrás e ainda, estão fazendo o tratamento certinho nele, devido a pneumonia que ele pegou.

E ele já está bem melhor, não está cem por cento, mas ele já está bem melhor.

Manuela: Não tem um dia que eu duvide de você, sabia? Eu sei que você consegue, sei que mesmo com todos os médicos desacreditando você vai sair dessa, você vai acordar, eu acredito em você. - Sorri olhando pro rosto dele.

Esperanças só a gente da família tem mesmo, todos os médicos já falaram que o caso dele é irreversível, que o Igor não volta mais.

Com sete meses de internação os médicos falaram que tinham que desligar os aparelhos, e é claro que ninguém deixou.

Eu tenho muita esperança que ele ainda vai sair dessa.

Ele aguentou quatro cirurgias, passou por tudo isso, e mesmo assim resistiu, ele é forte e eu tenho certeza que ele vai sair dessa.

Manuela: Você disse que nunca ia me largar sozinha, que sempre ia estar aqui comigo em todos os momentos da minha vida. - Fiz carinho na mão dele. - Reage vida, você consegue, eu sei que sim. Preciso tanto você aqui comigo, a sua família, a gente precisa.

Dói ver ele assim, dói ver que ao invés dele estar melhorando o caso dele só piora.

Mas mesmo assim eu acredito muito, tenho certeza que ele vai ficar bem.

Manuela: Te amo tanto. - Beijei o rosto dele.

Limpei o rosto dele por conta das minhas lágrimas que caíram ali e respirei fundo.

A porta foi aberta e por ela passou a Luciana e a Beatriz. Fiquei um tempinho ali com mas também não queria atrapalhar o momento delas.

A Luciana mal sai de casa agora, já faz um tempo que ela entrou em depressão, emagreceu demais e mal levantava da cama. As forças que ela tem pra se levantar é só pra ver o Igor mesmo. E me dói tanto ver ela assim.

Eu tento ajudar no que posso mas nem eu tô bem, desde o dia do acidente eu mal me levanto da cama. Como que eu vou tentar motivar ela sendo que eu penso em desistir todos os dias.

Passei a mão no meu cabelo e sai do hospital. Não queria voltar pra casa, todo canto me lembra ele, em todo lugar eu tenho uma lembrança com ele. Eu me vejo nele, preciso dele por perto.

Liguei pro Wallace e o mesmo disse que estava em casa, ele me chamou para ir para lá e eu fui vendo que a Tainara estava lá quando eu cheguei.

Té: Entra aí pô. - Deu espaço pra eu passar.

Manuela: Não quero atrapalhar vocês dois, eu volto outro dia.

Té: Ih, não te falei que a hora que você me ligasse eu ia tá aqui pra conversar contigo, entra caraí. - Segurou minha me puxando pra dentro.

Tainara: E aí gatinha. - Se aproximou e beijou minha cabeça e eu sorri.

Manuela: Não quero atrapalhar vocês dois, sério mesmo. Eu volto outro dia Wallace.

Tainara: Tem essa não, eu vou lá pro quarto ajeitar minhas coisas e já já eu tenho que ir embora, se preocupa não.

Ela foi indo pro quarto e o meu padrinho me chamou pra sentar, ele se sentou ao meu lado e eu deitei minha cabeça no ombro dele sentindo ele me abraça.

Ele quem sempre me dava colo quando meu pai ou minha mãe brigava comigo, ele quem sempre me fazia parar de chorar quando eu caia, geralmente por conta das brincadeiras com ele, e pra minha mãe na xingar ele sempre me fazia parar de chorar rápido. Saudades de ouvir os conselhos dele.

Té: Sabe que eu tenho certeza que ele vai ficar bem. - Falou quebrando o silêncio. - O Igor já passou por tantos bagulho, já levei ele tantas vezes em hospital porque ele sempre vivia se machucando por aí. - Riu. - Ele é forte, pô, olha tudo o que ele vem passando e mesmo assim tá aguentando firme, ele vai ficar bem. Eu tenho fé que ele vai sair dessa.

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"Ahh se o Igor morrer eu paro de ler"
"Se o Igor morrer eu faço isso, isso e aquilo..."
Ah zé, na moral, como diz o Rico né: Calada vence! 😐