Nosso Recomeço

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• Manuela🧚‍♀️•

Encarei os cadernos e livros na minha frente e fechei todos os colocando no chão em seguida, não queria nem estar estudando, não tenho cabeça pra isso, mas o meu pai não deixou eu largar a faculdade justamente por eu estar quase acabando.

Minhas notas caíram muito, mas eu estou tentando melhor e estou conseguindo, ultimamente tô me jogando de cabeça nisso. Foi a única coisa que eu encontrei pra me distrair.

Fiquei deitada na cama pensando em diversas coisas e resolvi ir ver o Igor, já tinha ido lá no hospital hoje de manhã, mas foi bem rápido, e ficar perto dele me acalma tanto. Só ele me traz a paz que eu preciso.

Zl: E aí minha gatinha. - Falou assim que eu passei por ele e me puxou pra um abraço. - Tá indo lá ver o Igor? - Concordei com a cabeça. - Te deixo lá no hospital, pode ser? - Assenti com a cabeça e nós fomos saindo.

Subi com ele pro quarto, quando entrei o Vh estava lá conversando com o médico, passei álcool nas mãos e me aproximei da cama do Igor. Passei a mão no rosto dele e segurei a mão dele em seguida.

Manuela: Com ele tá hoje? - Olhei pro médico.

- Como eu estava dizendo aqui pro Diego. Ele vem tendo um avanço, a infecção já foi tratada e a pneumonia também, e graças a ele que está reagindo bem aos tratamentos. O quadro dele está bem melhor do que antes, um avanço bem grande. - Falou nos olhando e eu sorri.

Todos saíram da sala e eu fiquei sozinha com o Igor, me sentei na cadeira bem ao lado dele e deitei minha cabeça no peito dele ainda segurando a mão dele.

Manuela: Viu? Você tá melhorando, não vejo a hora de te ver acordado de novo, me fazendo rir das suas palhaçadas. Volta logo pra gente. Nós estamos com saudades. - Sorri.

Saudades das piadinhas que ele vivia fazendo em momentos desnecessários. Dos beijos, abraços, de ouvir ele falando que me ama. Saudades dele.

Manuela: Eu vou me formar, daqui alguns meses, você disse tanto que queria me ver formando. - Falei tentando não chorar. - E ah! Eu tô cuidando bem do nosso filho. - Falei me referindo ao Revoada. - Ele também tá sentindo muito a sua falta, mas eu juro que eu tô cuidando bem dele.

E o que eu mais faço é isso, conversar com ele me acalma, mesmo sabendo que ele não vai me responder de volta, mas acalma.

Manuela: Daqui dois meses a gente faz dois anos de namoro. Não tenho cabeça pra isso, só de pensar que você não vai tá do meu lado comemorando do nosso melhor jeito. Tô tentando seguir por nós dois, mas tá tão difícil. Sei que se você estivesse aqui do meu lado, agora tu ia tá me xingando a beça só de eu pensar em desistir. E é por você que eu tô seguindo em frente. Te amo pra caralho. - Sorri.

Perdi as horas de quanto tempo eu fiquei ali com ele, quando eu sai meu pai já não estava mais lá, a Bia veio pra ficar com o Igor e eu ainda conversei um pouco com ela.

E depois de tanto tempo sem nem pisar aqui eu resolvi vir na casa dele. Já fazia meses que eu não vinha aqui, não tinha coragem por achar que ia me fazer mal.

E foi só eu pisar aqui dentro pra desabar no choro, tudo o que estava preso dentro de mim, o que eu não chorei o dia todo eu chorei aqui. Me deitei na cama e abracei o travesseiro dele.

Já não tinha mais o cheiro dele ali, mas às vezes eu sentia o cheiro dele no ar. Não sei explicar como, mas às vezes me vinham lembranças exatas do cheiro bom dele.

Peguei no sono ali mesmo, de tanto chorar. De manhã acordei com os olhos inchados. Tomei um banho só pra tentar me livrar do cansaço e vesti uma blusa do Igor. Me deitei no sofá e fiquei marolando ali.

Essa noite eu tinha sonhando com ele. Nós estávamos no mirante, ele me falava animado de vários assuntos e depois de um tempo ele disse que tinha que ir, que ele me encontrava depois, e quando ele sumiu das minhas vistas, no sonho, eu acordei com a luz do sol no meu rosto por conta da cortina aberta que eu deixei.

Não entendi bem, mas foi bom, me fez sentir que ele mais perto.

Peguei meu celular e vi que tinham três ligações do Vh ali, todas às quatro da manhã, meu celular sempre fica no silêncio então por esse mesmo motivo eu não ouvi.

Retornei de volta na hora sentindo meu coração acelerar, a última vez que ele me ligou de madrugada foi pra avisar que ele tinha piorado.

E assim que ele atendeu eu senti meu coração bater forte, estava com medo do que ele podia dizer. Medo do que teria acontecido dessa vez.

Vh: Tem como tu vim aqui no hospital agora? É urgente! - Falou assim que eu atendi e eu respirei fundo.

Manuela: Tem! - Falei rápido. - Tô na casa do Igor. Vou me arrumar aqui e não demoro.