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Manuela🧚‍♀️•


Igor: Aí, tô saindo daqui de casa agora, já já tô aí. Quero te ver no portão toda gatona me esperando. - Riu. - Beijo. Te amo infinitamente...

Fechei meus olhos ouvindo o último áudio que ele havia me mandando e chorei mais uma vez.

O meu papel de parede ainda era a nossa foto lá no mirante, o contato dele ainda estava salvo do mesmo jeitinho. "Meu amor" o número já não era mais dele, mas as conversas ainda estavam todas ali.

Assim como tudo dele ainda continua no mesmo lugar, as roupas dele ainda estão no meu armário, as escova de dentes dele ainda esta no meu banheiro, os perfumes, as nossas fotos ainda estão no mesmo lugar.

As vezes eu sinto que ele vai passar pela porta do meu quarto me chamando de Manuzinha, vai se jogar em cima de mim e me encher de beijos dizendo o quanto ele me ama.

Mas aí eu lembro que não, e isso dói.

Eu sinto que depois daquele dia toda a minha felicidade se foi. Eu apenas existo. Sem alegria nenhuma, eu só existo.

As lembranças daquele dia não saem da minha cabeça, eu só queria ter o poder de voltar no passado e não ter saído com ele do quarto, de poder abraçar ele e falar pra gente não sair dali. Eu perdi o meu rumo naquele mesmo dia.

Um ano se passou e não tem um dia se quer que eu me pergunto: por quê?

Ele deu a vida dele pra me proteger.

E eu que queria estar no lugar dele, não é justo isso.

Ph: Ou. - Apareceu na porta do quarto. - Bora lá pra baixo. Vem comer alguma coisa, você vai passar mal. - Se abaixou na minha frente.

Manuela: Tô bem assim. - Limpei as lágrimas do meu rosto.

Ph: Pô Manuela... Por favor. - Neguei. - Eu vou fazer alguma coisa pra você então, fico aqui contigo.

Manuela: Tô sem fome, obrigada, eu só quero ficar sozinha.

Ph: Não vou insistir porque eu sei que é chatão. Mas qualquer coisa grita, tá bom? - Concordei com a cabeça. - Te amo. - Beijou minha testa.

Passei a mão na correntinha que o Igor me deu e encarei ela por alguns segundos. Lembro dele falando que era pra eu sempre me lembrar dele quando usasse ela. E não tem um minuto que eu não me lembro dele.

Manuela: Eu sinto tanta saudades sua. - Minha voz saiu falha. - Ainda dói muito.

Me levantei da cama devagar e fui tomar banho, me encostei na parede gelada e deixei minhas lágrimas rolarem enquanto a água quente caia nas minhas costas. Fiquei um bom tempo ali e assim que acabei me arrumei rápido e desci. Precisava andar por aí, distrai um pouco a mente.

Passei pela sala e o Maria Luiza estava ali com o Heitor e a Tainara, falei bem rápido com elas e fui me saindo.

Té: E aí minha gatona. - Beijou minha testa e me abraçou apertado.

Minha vontade foi de chorar nos braços dele. Igual eu sempre fazia quando era criança, ouvindo ele falar pra mim que tudo ia ficar bem.

Té: Como você tá hoje? - Passou a mão no meu cabelo.

Manuela: Do mesmo jeito de sempre. - Falei baixo.

Té: Quer conversar um pouco?

Manuela: Quando eu voltar, se você ainda estiver aqui, pode ser? - Ele concordou. - Quero andar por aí, me distrair um pouco. Acho que eu vou lá na casa do Igor.

Té: Tá bom, mas liga qualquer coisa jaé? Pode ser em qualquer horário. Tô aqui contigo. - Concordei. - Falou aí.

Me soltei dele e fui saindo, preferi ir caminhando. Via a felicidades das pessoas na rua e só lembrei que desde aquele dia eu nunca mais senti isso, nunca mais soube o que é isso.

Me isolei de tudo e de todos.

Só precisava dele do meu lado, aqui comigo.

Resolvi então ir ver ele.

Conversar, ter ele perto de mim; mesmo sabendo que ele não iria me responder de volta. Só quero senti ele...

Nosso RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora