Cʜᴀᴘᴛᴇʀ 16

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19/10/2021 – Terça-feira.
07h30min.

Sina Deinert Point of View

Eu estava em um sono ótimo, sonhando com Josh e minha mãe – ou talvez tendo outra lembrança – quando sinto mãos em minha cintura e um carinho em meu rosto. Sorri involuntário e virei o rosto puxando o cobertor e escondendo o rosto, logo ouvi sua risada, fazendo meu coração vibrar.

— Ei amor, acorda. — Meu corpo se arrepiou ao ouvir sua voz rouca. — Precisamos levantar, você tem médico oito horas e já são sete e meia. — Tirei a coberta do rosto na hora.

— Mentira, né?

— O quê? Não.

— E você me acordou faltando trinta minutos? — Ele fez uma carinha de confusão.

— Deveria acordar mais tarde?

— Não né, Josh! Deveria me acordar mais cedo.

— Oh. — Apertei meus lábios vendo a cara de inocente que ele fazia.

— Você é casado comigo, sabia muito bem, Beauchamp. — Ele gargalhou me abraçando. — Não me venha com desculpas.

— Eu sabia mesmo, mas eu não queria te acordar antes, parecia em um soninho tão bom. — Ri do jeito fofo que ele falou.

— Me deixa ir me arrumar. — Ele negou me olhando. — Josh!

— Me dá um beijo antes.

— Me deixa escovar meu dente antes?

— Não! Somos casados há quatro anos e temos sete anos de relacionamento. — Ri. Ele vai usar esse argumento para sempre. — E você não tem mau hálito quando acorda. — Antes que eu pudesse falar algo ele selou nossos lábios. — Agora pode ir. — Saiu de cima.

Eu ri levantando e indo ao banheiro. Resolvi ir tomar um banho, já que íamos sair, só espero que dê tempo. Ontem à noite Josh me mostrou a casa, mostrou onde ficavam as coisas, me mostrou tudo. Ele perguntou se eu iria querer dormir no quarto com ele ou em outro quarto, uma pergunta bem idiota, já que somos casados. Tudo bem que eu não me lembro de muita coisa, mas continuamos casados. E outra, não seria sacrifício algum dormir com ele e acordar, inclusive é perfeito. A sorte que eu tenho é surreal.

Assim que terminei meu banho eu troquei de roupa, coloquei um conjunto de calça e jaqueta azul claro e uma blusa branca por baixo, coloquei um tênis também branco e fui arrumar meu cabelo. Depois de terminar tudo o que eu precisava, estava terminando de passar um batom quando Josh entra no banheiro.

— Já são sete e cinquenta, vamos logo. — Ele me olhou pelo reflexo do espelho e sorriu. — Você é linda.

— Obrigada. — Tombei a cabeça de leve para o lado reparando em seu look.

O homem vestia uma calça cargo preta, uma camisa de botão também preta e um tênis branco, além de um relógio e uma correntinha como acessório. Meu olhar desceu para sua mão vendo uma aliança dourada e suspirei baixo, pensando o quanto esse homem sofreu esse tempo longe de mim, tanto que nunca tirou a aliança.

— Você também é. — Senti um beijo em minha bochecha.

— Vamos? — Assenti.

Estamos na recepção, esperando o médico nos chamar. Eu sentia um nervosismo desconhecido por mim, estava com medo, não queria admitir, mas estava. Tinha medo de o doutor falar que esses flashbacks podem fazer mal, ou que eu deveria começar a tomar algum tipo de remédio para parar. Eu estava com medo em geral.

Duas Vidas, Um Destino - BeaunertOnde histórias criam vida. Descubra agora