Cʜᴀᴘᴛᴇʀ 3

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15/05/2021 – Sábado.
22h32min.

Sina Deinert Point of View

Eu estava deitada na minha cama, com um livro em mãos. Estava lendo "Um Amor Para Recordar" e estava na metade do livro. Achava histórias de romance boas mas ao mesmo tempo impossíveis. Eu sei que nunca viverei uma, mas não deixo de sonhar. Eu tenho meus 25 anos e nunca me relacionei com ninguém – segundo meu pai e meu irmão.

É confuso, até.

Eu não me lembro de muita coisa.

Pelo que eu sei, sofri um acidente grave de carro há um ano e meio. Eu estava correndo e perdi o controle, consequência: bati meu carro, ele entrou em chamas, meu cérebro acabou sendo atingindo e eu perdi a memória.

A única coisa que eu lembro é de acordar na cama de um hospital, com vários médicos em volta, um homem se aproximar dizendo que era meu pai e me explicando tudo que havia acontecido. Eu não me lembro de mais nada sobre antes...

Isso é algo complicado na minha vida, eu odeio falar sobre isso. Ás vezes eu tenho uns sonhos aleatórios, mas parecem tão reais, que me custam acreditar que são apenas sonhos... É difícil.

Minha vida é monótona, e tudo isso graças ao acidente. Meu pai não me deixa sair, não me deixa fazer amigos, não me deixa trabalhar. Ele, no máximo, me deixa correr com um carro antigo.

— Filha, eu e seu irmão estamos saindo, vamos jantar fora, com alguns empresários. Algo de trabalho. Fica bem, viu?

— Tá bom, pai. — Ele sorriu e saiu.

De verdade, eu custei acreditar que esse homem era meu pai, não temos nada em comum, digo em aparência e personalidade. Mas, eu acabei acreditando, já que ele tinha todas as provas, e me trata bem, como uma filha mesmo. Meu irmão que vive implicando comigo, mas isso é normal entre irmãos, um lindo amor fraterno, eu diria.

Eu continuei lendo meu livro, já tinha comido algo, então estava sem fome. Assim que estava terminando eu sentia meus olhos lacrimejarem, cada parágrafo eu bocejava, e muitas das vezes eu precisava reler, já que não estava prestando mais a atenção. Resolvi ir dormir e amanhã terminaria o livro. Deixei-o sobre a mesinha de cabeceira e me deitei, dormindo logo.

_Flashback on_

— Sina, você brigou com ele de novo? — Um homem moreno, alto, com os olhos marrons, perguntou, enquanto bufava.

— Ele é um idiota!

— Ele? Você que está com ciúme bobo!

— Ele deu motivos!

— Ele faz tudo por você, Sina. Aquele homem é apaixonado por você, deve estar sofrendo.

— Minha culpa que não é né? — A loira debochou.

— Você é teimosa! — A mulher fez uma careta enquanto deitava na cama. — O pior de tudo isso, é que eu sei que vocês vão se resolver, e aparecer amanhã cheio de grude. — Revirou os olhos. — Pelo menos isso.

— Não vamos. Eu vou dar um gelo nele, pelo menos por uma semana.

No outro dia...

— Te amo. — O homem falou, enquanto beijava a boca de Sina.

— Eu também te amo. — Respondeu-a, retribuindo o beijo.

Eles estavam na sala, esperando os amigos chegar, o que não demorou.

— Vou dar um gelo nele, pelo menos por uma semana, disse ela. — O mesmo homem do dia anterior debochou, ganhando um dedo do meio da loira, fazendo todos ali rir.

— Cala a boca!

— Você é rendida! Vocês dois, aliás.

— Eu nem vou comentar sobre isso. — O moreno de olhos verdes falou sentando no sofá conosco.

— Eu quero voltar a correr logo. — O homem ao lado de Sina resmungou.

— Falta apenas um mês, relaxa.

— Calma, baby, vai dar tudo certo. — Sina falou, enquanto deixava um selinho nos lábios dele.

_Flashback off_

Acordei piscando algumas vezes, olhei ao redor vendo que já era dia. Suspirei, mais um sonho sem sentido, que eu custo a acreditar que seja apenas um sonho.

Levantei e fui ao banheiro, fiz minha higiene matinal e desci, encontrando meu pai e meu irmão na cozinha tomando café.

— Bom dia. — Falei sentando com eles.

— Bom dia. — Responderam juntos.

Comecei a comer, enquanto minha mente estava naquele sonho. Fui tirada dessa transe com a voz de meu pai.

— O que tanto pensa?

— Em um sonho que eu tive, nada demais. Ei pai, posso correr com o carro aqui por perto?

— Melhor não.

— Ah, por favor. Eu preciso sair um pouco.

— Tá bom Sina. Uma hora, não mais que isso. — Assenti levantando. — E não corra muito.

— Pode deixar. — Peguei a chave do carro saindo de casa.

"Não corra muito", como se fosse possível, né. Com aquele carro velho uma bicicleta vai mais rápido.

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Duas Vidas, Um Destino - BeaunertOnde histórias criam vida. Descubra agora