Capítulo 9 parte 2

277 36 6
                                    

— Senhorita, acorde.

Abri os olhos devagar, sentindo minha cabeça latejar.

— Está com febre — a criada falou me mostrando o termômetro. Lá dizia 39,5 °C.

— Não me sinto bem — falei tentando sentar — minha cabeça está latejando.

Com cuidado, acomodei minhas costas no travesseiro. A dor de cabeça continuava intensa.

— Vou pegar um remédio para a senhorita — Nadja disse voando para fora de meu quarto.

Era para o cochilo ter melhorado meus sintomas, não os agravado.

Como eu iria participar do jornal se mal conseguia ficar de olhos abertos?

Suspirei cansada e permaneci imóvel até que Nadja voltasse com o remédio e um copo de água.

— Aqui — ela me estendeu o comprimido junto do copo.

Coloquei na boca e bebi um longo gole de água.

— Daqui a pouco vai começar a fazer efeito — ela prometeu — Vou preparar um banho gelado para a senhorita.

Resmunguei negando.

— Vai fazê-la se sentir melhor.

Eu sei que faria, mas só de pensar em entrar na água gelada, já sentia calafrios.

Como dito, Nadja encheu a banheira e me ajudou a tirar o vestido e entrar na água.

Trinquei os dentes conforme afundava o corpo na banheira.

A criada lavou meus cabelos enquanto eu ensaboava o corpo, e no fim me auxiliou a sair da banheira e me enrolar na toalha.

O banho realmente me fizera sentir um pouco melhor, mas a dor de cabeça e a fraqueza que eu estava sentindo continuavam presentes.

— Vem, senhorita. Vou secar seu cabelo.

Assenti, me dirigindo à penteadeira.

Com um secador e um pente, Nadja secou e escovou meus cabelos, finalizando com a chapinha. Eu quase peguei no sono sentada.

— Que horas são? — perguntei enquanto ela me fazia penteado.

— Falta uma hora para o jornal — informou depois de checar no relógio pendurado na parede atrás de nós.

Suspirei.

— Me sinto um lixo — aquela era a definição perfeita para mim no momento.

— O remédio já vai começar a fazer efeito. Logo a senhorita não estará sentindo mais nada — garantiu.

Eu duvidava de que fosse ser daquela forma, mas não tive forças para argumentar.

Nadja fez uma maquiagem um pouco mais carregada, dando mais cor do que o normal para esconder minhas bochechas pálidas. Quando me olhei no espelho, percebi que ela fizera um bom trabalho, pois mal se notava que eu estava doente.

Vesti um body verde musgo de veludo e manga longa, com uma saia de tule que quase arrastava no chão. Nos pés, pus um salto baixo preto.

— Está perfeita — a criada falou me analisando de longe.

Eu precisava estar.

— Acho que vou indo, é melhor chegar cedo.

Ela concordou e me acompanhou até a porta.

— Se puder evitar ficar de pé, faça isso — ela deu uma última sugestão — Não se esforce.

Concordei agradecendo pela preocupação, e fui em direção ao térreo, onde ficava o estúdio do jornal.

Ela não é PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora