Capítulo 26

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Três semanas se passaram.

Meu irmão tentou entrar em contato comigo, mas me recusei a vê-lo e atender suas ligações. Eu não estava pronta para encará-lo, talvez nunca estivesse.

Eu ainda morava no chalé, mas disse pra Jun que queria começar a procurar por um apartamento. Ele concordou em me ajudar e, sempre que tinha um tempo livre, me acompanhava nas visitas.

Minha popularidade cresceu horrores depois que nosso relacionamento foi confirmado. Cheguei a atingir um milhão de seguidores nas redes sociais. Nossos rostos apareciam estampados nas revistas sempre que alguém conseguia nos fotografar juntos, com manchetes até bem fofinhas sobre estarmos apaixonados.

Eu estava inegavelmente apaixonada por ele, e não tinha como esconder isso.

Jun foi meu porto seguro desde que cheguei no chalé e tudo aquilo aconteceu. Ele me ajudou, me defendeu e me protegeu. Ele era, literalmente, o meu príncipe encantado.

Também mantive contato diário com Isabela, que me contou que conversou com Mattia. Eles chegaram à conclusão que queriam tentar alguma coisa, mas sem apressar. Ela teve que voltar para Nova Paz para ver a família e resolver seus assuntos pessoais, mas disse que tinha planos de se mudar para Soto. Eu torcia muito por eles dois, de verdade. Meus dois melhores amigos mereciam ser felizes.

Arabel veio me visitar algumas vezes no chalé, mas a última foi uma despedida. Ela disse que estava indo para um intercâmbio e que ficaria um ano no país que, para ser sincera, eu não lembrava mais o nome. Nós fizemos a noite das garotas, eu, Izzy e Arabel. Foi um dia bem divertido, e na manhã seguinte a acompanhamos até o aeroporto.

Tudo estava andando nos conformes, e eu não poderia estar mais feliz por isso. Eu até mesmo tinha me inscrito na Universidade e começaria meus estudos em dois meses.

Naquele dia, fui dar uma olhada em mais alguns apartamentos, sozinha. Jun teve um assunto de emergência para resolver e não pôde me encontrar.

Dae-jung, o funcionário da imobiliária que estava me levando nas visitas, me esperava na frente de um prédio bem no centro de Soto.

A fachada da construção era linda, com grandes janelas de vidro e um jardim colorido.

— Bom dia, senhor Lee — falei me aproximando do homem de meia-idade.

Ele estava escorado no muro, e se empertigou quando ouviu minha voz.

— Lady Neva! — veio na minha direção balançando um molho de chaves — A senhorita vai adorar esse apartamento. Tenho o pressentimento de que encontramos seu novo lar.

Sorri para ele.

— Vamos vê-lo então.

Concordando com a cabeça, ele foi até a cabine do segurança e mostrou seu cartão de identificação da imobiliária. Quando nosso acesso estava liberado, segui o senhor Lee para dentro do prédio.

A portaria era muito bonita, com chão de mármore branco e sofás em perfeito estado num canto com televisão. O porteiro ficava do outro lado, em sua mesa da mesma cor que o chão.

Senhor Lee cumprimentou o homem e então fomos em direção aos elevadores.

Eram três ao todo, mas todos levavam para os mesmos lugares. Dentro de um deles, Dae-jung digitou a senha antes de clicar no botão com o número vinte e três.

— Quantos andares tem esse prédio? — eu quis saber.

— Vinte e cinco.

— É bastante alto.

Ela não é PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora