Capítulo 4

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Era o dia da festa do pijama, e Nadja estava insistindo em arrumar meu cabelo.

— Só algumas tranças — tentou me convencer.

— Nem pensar. É uma festa do pijama, desde quando eu durmo de tranças?

— O príncipe vai estar lá, você tem que estar apresentável.

Revirei os olhos. Eu não queria estar apresentável, queria passar despercebida. Anika podia ficar com toda a atenção se quisesse, eu não me importava.

— Sem discussões. — continuei a negar com veemência — Vou assim e pronto.

A criada me olhou indignada, mas aceitou com certa frustração.

— Muito bem, então vá logo antes que se atrase.

Ela estava certa, era quase hora da festa começar.

Me olhei no espelho uma última vez.

Meu pijama consistia em um short de seda verde-água um pouco curto demais para o meu gosto, e uma camiseta de botões com decote em V. Era confortável e sofisticado ao mesmo tempo, a combinação perfeita. Já nos pés, calçava pantufas no formato de coelhos, as orelhas compridas balançavam quando eu caminhava.

— Bem, estou indo — me despedi de Nadja e saí do quarto, descendo até a sala das selecionadas. Aquele seria o único dia em que homens seriam permitidos lá dentro, às ordens da rainha.

Chegando lá, percebi que fui a última das selecionadas a aparecer. Alguns olhares se voltaram para mim quando entrei, e eu as encarei de volta.

Todas, sem exceção, vestiam camisolas dos mais variados tecidos, de alcinha ou com robes por cima. Elas realmente estavam lá para chamar a atenção.

Desviando o olhar, percebi que Jun estava mais ao fundo da sala onde uma mesa foi posta com bebidas e comida. Ao seu lado, estava Mattia e Lady Cronx. O príncipe vestia uma camiseta branca lisa e uma calça de flanela, já seu secretário estava inteiramente de preto. Lady Cronx vestia uma camisola assim como as selecionadas, seu corpo era magnífico.

Se Mattia estava lá, aquilo significava que ele não era apenas secretário de Jun, mas amigo também.

Me aproximei da única pessoa que eu tinha coragem de puxar conversa.

— Ah. Olá, Lady Neva — Isabela disse quando me viu chegar perto dela.

A garota usava uma camisola de alcinha na cor bordô, era bem bonita e destacava seu tom de pele.

— Boa noite, Lady Santiago — a cumprimentei.

Isabela sorriu balançando a mão.

— Não precisa de formalidades comigo. Pode me chamar de Izzy — me corrigiu.

— Izzy?

— É meu apelido. Apenas meus amigos me chamam assim — ela continuou a sorrir.

Então éramos amigas?

— Certo — retribui o sorriso um pouco sem graça — Então me chame de Neva, não tenho um apelido.

Ela pareceu achar graça do que eu disse.

— Vou encontrar um então, só me dê tempo.

— Como quiser.

Sorrimos uma para a outra.

— Lady Neva, não a vi chegar.

Fechei os olhos desejando que aquilo fosse engano meu, mas aquelas palavras foram bem reais.

Ela não é PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora