Capítulo 45

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- Eu não preciso deste dinheiro, Alexander.

- Eu insisto que receba - disse Alec, estendendo a mão com uma pequena bolsa de pano para Ragnor.

- Eu também insisto em não receber - Ragnor disse e continuou enfiando as roupas dentro da bolsa, que na verdade era um saco reforçado com couro.

- Vocês são todos assim tão teimosos? - Alec colocou a bolsa dentro da bagagem de Ragnor.

- Pelo que exatamente você está me pagando? - o feiticeiro perguntou, com a boca franzida.

- Você ajudou a cuidar de mim, enquanto estivemos na cabana de Magnus, você nos ajudou a retornar, você ajudou Magnus na reconstrução da barreira mágica, e - ele levantou o dedo para enunciar o mais importante - salvou a vida de Magnus duas vezes.

Ragnor crispou os lábios.

- Eu fiz isso por Magnus - respondeu - Não visando receber algo seu.

- Eu sei, e agradeço - Alec disse - Mas como não sou seu amigo meu modo de agradecer é pagando.

- Você é o teimoso aqui - Ragnor grunhiu.

Alec deu de ombros. Não se importava que lhe vissem como uma pessoa teimosa, o que de fato era.

- Quantas moedas tem aqui? - Ragnor perguntou, medindo o peso da bolsa com a mão esquerda.

- Você pode descobrir olhando.

Ragnor revirou os olhos e Alec pensou que esse gesto ficava bonito apenas em Magnus.

- Já que você insiste, aceitarei.

- Obrigado - Alec suspirou - Sou realmente agradecido por todo o cuidado que teve conos.. com Magnus, e não imagino realmente porque queira ir... Asseguro que aqui é um lugar onde você poderia viver bem,como Magnus.

- Eu não estou ligado a esta Casa como Magnus está - Ragnor disse - Meu lugar é o mundo. O dele também, mas por enquanto ele prefere ficar. Em uma situação ideal, ele iria comigo.

Alec franziu a sobrancelha.

- Magnus não está mais ligado à Casa ou a mim - argumentou - Não entendo porque diz isto. Ele não está sendo mantido prisioneiro.

- Ah - Ragnor levantou as sobrancelhas - Então você deixaria que ele fosse, caso ele quisesse?

Alec sentiu o coração se apertar, apenas com essa sugestão.

- Eu... faria tudo para convencê-lo a ficar - disse, por fim, sendo sincero - Ele disse algo sobre querer ir?

- Hmpf - Ragnor amarrou os cantos da sua bolsa improvisada - Claro que não. No momento ele quer ficar.

Alec suspirou, aliviado.

- Mas, caçador - Ragnor continuou - Não se esqueça de que Magnus sempre foi um espírito livre.

Alec permaneceu em silêncio.

- Quando eu digo que ele está ligado à Casa - Ragnor continuou - Obviamente não estou falando da Marca que o manteve como escravo aqui. A alma dele está ligada à sua. Por enquanto.

- Por enquanto? - Alec inquiriu.

- Um dia você vai morrer - Ragnor disse, sem rodeios - e Magnus viverá, por muitos e muitos anos. Centenas de anos. Em 2020 ele estará vivo. Se tudo der certo.

Alec se remexeu inquieto. A imortalidade de Magnus ainda era algo obscuro para ele. O fato de que Magnus não envelhecia, também. Um dia ele seria um senhor idoso, e Magnus continuaria assim, na flor da idade. Um dia ele morreria, e Magnus continuaria a viver, conheceria outras pessoas e teria outros amores. Ele engoliu em seco.

Servidão e Liberdade || Malec Onde histórias criam vida. Descubra agora