Capítulo 50

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Não havia nada que Magnus pudesse fazer. Era a primeira vez que Alec lhe pedia um favor pessoal, como namorado. E ele não podia fazer nada. Max estava morto. E a única forma de que ele pudesse retornar, seria por meio de magia sombria. E Magnus não podia fazer isso. Ele estava ajoelhado ao lado de Alec, e enxugou as suas lágrimas, que desciam copiosamente.

- Eu não posso fazer isso - disse, com o coração entrecortado - Sinto muito. Sinto muito.

- Magnus, por favor - Alec suplicou.

- Não posso Alec, sinto muito, me desculpe, me perdoe - o feiticeiro respondeu, lutando contra o choro que também lhe subia à garganta.

Alec chorou silenciosamente, o corpo sacudido pelos soluços contínuos. Magnus passou as mãos carinhosamente pelo rasgo em seu músculo, proporcionado pelo golpe do pai, e que vertia sangue correntemente, curando-o, fechando a ferida e estancando o sangue. Izzy se aproximou dele, abraçando-o, seguido por Maryse que apertou suas mãos. Magnus se afastou para deixar que a família sofresse a dor do luto. Logo após eles se deslocaram até ao corpo de Max, chorando sobre ele.

A maioria absoluta das pessoas já tinham ido embora a essa altura. Magnus olhou para os lados, e viu, à distância, os Cullen observando a cena. Quando seus olhos encontraram os olhos de Carlisle, o patriarca da família, este se movimentou até eles.

- Feiticeiro - ele disse - Há algo que podemos fazer?

- Não sei dizer - Magnus respondeu, desviando os olhos para os Lightwood que pranteavam sobre Max. O corpo de Robert estava esquecido ao lado, embora Jace tivesse tido a decência de limpar seu sangue e arrumar suas vestes da melhor forma que pôde - Precisamos esperar pelo que eles decidirem.

Jace se aproximou, de mãos dadas com Clary. Ele tinha os olhos vermelhos e Magnus reparou que as mãos dele tremiam levemente.

- Acho que você poderia nos ajudar com o transporte dos corpos - ele disse a Carlisle, depois de dar uma rápida olhada para Magnus.

- Claro - Carlisle disse - Imagino que precisarão de uma escolta.

- Sim - Jace tornou a dizer - É uma longa viagem de volta.

- Nós podemos usar um Portal - Magnus se intrometeu, tentando ser gentil. Afinal, Jace também estava sofrendo.

Os caçadores lhe encararam como se nunca tivesse lhes ocorrido isso.

- É a ideia mais segura - Carlisle disse.

- Sim, claro - Jace foi obrigado a concordar.

Magnus respirou aliviado. Tinha pensado que a tensão entre eles impediria Jace de aceitar qualquer sugestão vinda dele. Mas, para sua surpresa, ele não tinha se oposto. Ele observou que havia um hematoma no braço do Wayland, precisamente na região do tendão próximo ao cotovelo. Ele suspirou, antes de engolir seu orgulho:

- Você está machucado?

- Ah - Jace olhou para o braço - Isso? Clary consertou.

- Ainda parece doloroso - Magnus disse.

- Sim, mas Cat logo estará de volta e pode consertar isso.

Assim que a batalha começara, Catarina tinha sido deslocada para uma frente de batalha ao sul, que também estava com fendas na proteção. Na verdade, ela tinha ficado lá para fins de observação, tendo em vista que de acordo com os cálculos de Magnus, não haveria nenhuma invasão por lá.

- Ela pode demorar - Magnus disse, e depois estendeu a mão - Se me permite.

Jace olhou para Clary, duvidoso. Ela encolheu os ombros minimamente. Ele então engoliu em seco e estendeu o braço para Magnus. Este tocou a junção dos músculos, em um movimento circular que fez o hematoma se dissolver na pele.

Servidão e Liberdade || Malec Onde histórias criam vida. Descubra agora