Capítulo 48

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Se algum dia os Lightwood tivessem subestimado a capacidade de Magnus Bane, eles teriam tido que engolir ela agora. Mas, por motivos óbvios, já fazia um tempo que Alec e Izzy tinham plena consciência do que ele era capaz e respeitavam sua Magia. Entretanto, eles ainda estavam se surpreendendo a cada dia com o poder que emanava do feiticeiro.

Izzy tinha a teoria de que ele nunca tinha mostrado sua real potência enquanto estava escravizado apenas para não ser mais explorado ainda. E que agora, livre para agir como quisesse, ele estava acessando e liberando toda sua capacidade. Ela não sabia que ainda tinha muito mais para ver. 

Naquele dia em que toda a Casa o viu em transe dentro do campo de Magia em implosão, os criados começaram a conversar entre si sobre como aquele rapaz esguio e reservado (porque ele estava tentando ser assim, para não prejudicar Alec) era mesmo um bruxo muito poderoso.

Antes disso,  quando Magnus desceu para a aldeia a fim de oferecer seus serviços, o cenário que encontrou foi um pouco diferente da primeira vez em que entrara ali. Muitas pessoas foram receosas, mas algumas das mulheres mais velhas o procuraram. Logo depois, as mulheres gestantes ficaram sabendo que ele poderia dizer como estava a saúde dos filhos que esperavam e podia prever com bastante precisão a data do parto. Elas também levaram suas crianças que estavam com tosses infindáveis e doenças na pele.

Já havia muito tempo em que o padre tinha ido embora da vila, e todos os moradores passaram a cultivar suas próprias formas de adoração a deus. As mulheres tinham voltado a plantar ervas medicinais e fazer chás e emplastros para seus doentes e os gatos voltaram a se proliferar.  

Magnus ficou contente ao perceber que bastante do que podia oferecer, em termos de cuidados com a saúde, já era um pouco conhecido das curandeiras. Ele tirou dúvidas sobre plantas, chás, infusões e banhos de assento. 

Voltou contente para a Casa, porque com as mulheres da vila sabendo usar as ervas medicinais, ele poderia se ater a serviços mais pontuais, como a segurança e proteção, além de um serviço mais sigiloso que vinha fazendo em parceria com Ragnor: rastrear as pessoas (feiticeiras ou não) que estavam sendo acusadas e condenadas de bruxaria, para tentar ajudá-las de alguma forma. 

Quando comentou sobre isso com Alexander, este tapou as orelhas e disse que ia fingir que não tinha ouvido nada. Mas quando Magnus se virou, Alec o encarou com um misto de admiração e preocupação. 

O fato é que Magnus Bane começava a gozar de certo status dentro da vila e na própria Casa. As pessoas não "gostavam" dele, mas estavam começando a se referir a ele com mais contenção e respeito. 

Por isso e por confiar inteiramente nele, Alec lhe deu permissão para fazer o que achasse necessário a respeito das hordas de demônios que se deslocavam do leste. Ele desceu para a vila, a fim de pagar o primeiro salário daquelas pessoas, mas seu pensamento ficou na Casa… precisamente em um certo feiticeiro. 

- Sir Lightwood - uma velha encurvada se aproximou dele, fazendo uma leve reverência, que a deixou mais curvada ainda - Bons dias. 

- Bons dias, senhora - ele respondeu, parando. 

- Se me dá a licença meu bom senhor, precisamos saber quando o feiticeiro vem novamente à vila. 

- Não tenho certeza, senhora - ele respondeu - Ultimamente ele está ocupado com questões de proteção e aliança com outros condados. 

Alec não fazia ideia do porque tinha explicado tanto a ela, mas a verdade é que ele gostava de deixar explícito que Magnus Bane estava trabalhando muito. 

- Compreendo senhor - a velha disse, erguendo os olhos, e Alec percebeu que um dos seus olhos era vazado - Se puder transmitir a ele a nossa mensagem de que a sálvia acabou, agradecemos. 

Servidão e Liberdade || Malec Onde histórias criam vida. Descubra agora