Servidão e Liberdade || Malec

Capítulo 53

- Então, a gente veio aqui para passar um tempo juntos? - Magnus deu uma voltinha na pequena sala da sua cabana, que estava incrivelmente empoeirada, e olhou para Alec com uma sobrancelha erguida e olhar de descrença.

- Sim - Alec encolheu os ombros, se sentindo um pouco envergonhado. Ele não era muito dado a sentimentalismos, e agora que tinha decidido fazer isso, estava sem saber como levar adiante. - Você não gostou?

Magnus apertou os olhos um pouquinho e depois se encaminhou para ele, com os braços abertos.

- Eu sempre gosto de um tempo com você - ele disse, enlaçando-o num abraço - Só achei diferente.

Alec devolveu o abraço, suspirando.

- Espero que seja um diferente bom - disse.

- Tenho certeza de que será - Magnus disse, sorrindo.

- E meu plano era que tudo estivesse limpo - Alec disse, chateado - Mas a localização da cabana estava escondida por algum feitiço seu e nenhum dos criados que enviei para arrumar, conseguiu encontrá-la.

Magnus sorriu.

- Que bonito da sua parte, pedir para que arrumassem! - eles ainda estavam abraçados, e Magnus levantou a cabeça para olhar para Alec - Mas você poderia ter me dito, e aí agora a gente não precisaria limpar tudo.

Alec piscou, ainda mais sem jeito.

- Me desculpe - pediu - Você não precisa fazer realmente nada, é só se sentar ali que eu vou… hm… limpar tudo.

- Alec, querido - Magnus piscou - Eu não vou deixar que você limpe tudo sozinho. Acho que se trabalharmos juntos é mais rápido.

- Eu só não quero que você se canse - Alec disse.

- Não vou me cansar - Magnus se afastou - Olhe só.

Com um movimento de mãos, a poeira flutuou acima dos móveis e do chão e saiu pela porta como uma mini tempestade de areia. Alec fechou os olhos mas um pouco da poeira entrou-lhe pelo nariz e ele tossiu, tentando não se engasgar.

- Desculpe - Magnus se aproximou, dividido entre o riso e a preocupação e bateu levemente nas costas dele até que ele parasse de tossir - Desculpe, não foi intencional.

- Tenho sérias dúvidas sobre - Alec olhou-o de soslaio, enquanto o feiticeiro ria ainda mais.

Logo, com mais algumas ações de ambos, tudo estava em ordem. O chão de madeira estava incrivelmente limpo, se considerassem o estado de antes, as teias de aranha também tinham sido eliminadas e Magnus consertou o pé do sofá que estava quebrado. Alec abriu a bolsa que tinha trazido e tirou uma manta, para cobrir o sofá e outra para se cobrirem. Assim que tudo estava pronto, eles suspiraram, juntos, olhando para o ambiente.

Estar ali, naquela cabana, suscitava muitas lembranças. Magnus olhava para elas com certo carinho e saudade. Foi ali, em contato direto com um Alec doente, que ele se deu conta de que o amava profundamente. Já Alec olhava para essas lembranças com certo receio. Apesar de ser grato por todo o cuidado que recebera de Magnus, se lembrava mais fortemente das vezes em que tinha sido ingrato e até rude.

Ele se envergonhava das suas ações e planejava mudar isso agora, nesse final de semana que tinha planejado para ambos. Sua mãe tinha voltado para Idris e Rafe ficara aos cuidados de sua ama Nina e da tia coruja Izzy. Alec estava pensando sobre isso quando Magnus cruzou o espaço até ele e entrelaçou seus dedos.

- Então, agora é a hora que a gente transa até ficar exausto?

Alec piscou, atordoado. Céus. Essa capacidade de Magnus de ser tão direto lhe dava arrepios. Bons arrepios, claro, mas ainda assim lhe deixava meio zonzo. Ele apertou a mão de Magnus. Tinha que se lembrar de ser romântico e conduzir as coisas com perfeição.