Ocho

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[ salto no tempo]

Dois anos se passaram desde aquela reunião. Eu já não morava mais na casa dos meus pais, havia alugado um apartamento e seguia morando sozinha. Era muito bom ter meu próprio espaço, meus próprios horários e minha completa privacidade. Morar sozinha era fundamental nessa fase que estava vivendo. Meus horários eram estranhos, meus lapsos criativos aconteciam em muitas madrugadas. Trocava muitas noites de sono por letras de canções, por rascunhos de poemas. Toda essa criatividade me rendeu um CD. Era maravilhoso contar a minha vida em forma de música... Tá certo que minhas músicas eram basicamente todas sobre desilusões amorosas, mas o que posso eu fazer se tenho mesmo o dedo podre para homens.

Durante esse tempo que passou, algo estranho aconteceu. Quando o RBD acabou a certeza que tínhamos é que as pessoas esqueceriam a banda, nosso medo era inclusive que acabassem esquecendo da gente também. Mas não, dois anos haviam se passado e o RBD seguia vivo no coração de cada fã. Eles continuavam nos pedindo um reencontro, mantinham uma fé sem igual em cada um de nós. Era emocionante pensar que eles continuavam ali nos apoiando, nos amando e agora nos abraçando em nossas carreiras individuais.

Como já era o esperado, depois daquela reunião, nós seis praticamente perdemos o contato. Vez ou outros nos mencionávamos nas redes sociais, mas apenas para fazermos um agrado aos fãs, a quem devemos tanto. Sobre cada um, sabia apenas o que saia nas notícias ou o que algum amigo em comum comentava, nada pessoal demais. Anahí havia lançado um disco incrível, uma produção linda. As vezes via alguma foto dela (ou melhor, da Carmen) em alguma festa e batia uma saudade forte de todos os momentos que havíamos vivido juntas. Por vezes senti vontade de pegar o telefone e ligar para ela, mas ainda sentia uma pontada de ressentimento por ela não ter guardado completamente o segredo que havia confidenciado a ela, ou então eu usasse isso como desculpa para justificar o fato de não ligar para ela com medo de que ela guardasse mágoa por eu ter cogitado que ela poderia ter vazado a informação do dia da boate.

Chris também seguiu cantando e parecia estar se saindo muito bem. Maite estava mais linda do que nunca, brilhando nas novelas. Poncho não queria mais saber de cantar, ele nunca gostou muito, mas se entregava de corpo e alma a cada personagem que vivia. E Christopher... dele gostaria de não ter notícias, mas a verdade é que tenho até o CD. Fiquei surpresa quando soube que ele seguiria a carreira de cantor, sempre imaginei que não seria tanto a praia dele, que ele, assim como Poncho, fosse preferir a atuação.

Por mais que muitas vezes eu tente não ter informações sobre o dito cujo, falho miseravelmente. Os fãs continuam nos ligando sempre um ao outro... E eu que achava que as Vondys eram só uma fase da novela, lindo engano. Tudo que Christopher faz as fãs me marcam. Inclusive sei que aquele namoro dele (da época que ficamos) durou pouquíssimo tempo, mas eles parecem que continuam sendo amigos nas redes sociais. Não que eu acompanhe a vida dele..., é como eu disse, estão sempre me marcando nas coisas.

Sobre a minha vida pessoal, eu tenho andado muito entregue ao CD que lancei e aos shows que tenho feito. Durante esse tempo saí com alguns caras, mas nada que durasse mais que uma ou duas noites, apenas diversão. Sempre tudo muito bem escondido da mídia. Agora que estou começando a me envolver de forma mais profunda com alguém, mas não tenho muita certeza se vai pra frente. Já estamos juntos há alguns poucos meses. Ele me dá indícios que quer algo mais sério, que deseja que o nosso relacionamento se torne público, tenho enrolado enquanto descubro o que fazer. Gosto de estar com ele, mas parece que falta algo... Parece que falta sentimento, que o que temos é algo mais físico. Para ganhar tempo, explico-lhe que meus fãs são um pouco complicados quando se trata da minha vida amorosa, ele diz que será paciente com os fãs... Detesto quando arrumam soluções para as minhas desculpas.

Naquele ano os boatos do lançamento de um possível documentários sobre o RBD estavam fortíssimos. Pedro garantia que iria lançar ainda aquele ano. Eu apenas estranhava já que não sabia nada a respeito. Nas redes sociais os fãs estavam pirando e novamente nossos nomes voltaram aos assuntos mais comentados do momento.

Surpresa maior foi quando meu assessor entrou em contato falando que Pedro gostaria que nos reuníssemos para conversar sobre alguns projetos. Meu coração acelerou com a possibilidade de estarmos os seis juntos novamente, mesmo que só para uma conversa. Era um misto de medo e saudade. Decidi que iria de coração aberto, deixaria as mazelas do passado lá no passado, estava disposta a recomeçar.


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Capítulo curtinho só para introduzir o salto no tempo, o próximo será maior.

Estão gostando da história? Estamos quase chegando ao momento "presente" dos personagens. Tenham um pouco mais de paciência, essa hora ainda vai chegar, hahah.


Comentem e votem nessa história, acreditem, faz toda a diferença!


Ah, quero dedicar esse capítulo a algumas leitoras (que não sei se são as únicas rsrs) mas me incentivam demais com seus comentários:

@lillykristy , @julianneLopes4, @blancadmes , Inclusive deem uma olhada, pois algumas também escrevem e as histórias são muito boas!


AVISO: Quero reforçar que tudo é uma ficção, apenas me inspiro em alguns fatos. Sendo assim, a ordem cronológica é diferente na história. Me inspiro em alguns acontecimentos (e/ou pessoas) e muitas vezes coloco de forma semelhante (ou diferente) dentro desse enredo, então não se apeguem a vida real. Vivam apenas a forma que está sendo apresentado aqui nesse universo.

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora