Dieciséis

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O dia seguinte começou cedo na minha casa, ao menos para mim. Havia acordado com a cabeça pesada e me sentindo um pouco desidratada, provavelmente efeito da bebida. Eu era bastante forte para o álcool, mas quem é que aguenta tanta tequila? Só que eu contei foram seis doses. O pior mesmo não era nem isso, e sim a ressaca moral de saber que havia transado a madrugada toda com meu namorado, mas visualizando outra pessoa. O que eu estava fazendo com a minha vida?

Meu café da manhã se resumiu a uma xícara forte de café e duas dipironas 500mg. Enquanto o bonitão dormia em minha cama, eu tomava um banho quente. Me sentia um pouco culpada por não ter desejado o Rodrigo naquela noite, ao mesmo tempo não conseguia tirar o Christopher da cabeça. Engraçado que agora só consigo pensar em se ele passou a noite com a Natália. Óbvio que sim, né? São adultos, namorados e ele ainda havia bebido... Eu gostava mesmo era de me torturar, por ficar pensando nisso. Definitivamente precisava marcar um encontro com a Anahí, só ela pra me ouvir nesse momento.

Rodrigo acordou próximo do horário do almoço. Aparentemente havia dormido muito bem, ao contrário de mim que evitei o espelho para não ser confundida com um panda.

- Bom dia, bonito – lancei um sorriso ao ver ele se aproximando da cozinha – Dormiu bem?

- Bom dia, gata – me deu um selinho e apanhou uma caneca para servir o café – Muito. Você acabou comigo ontem à noite – Sorriu malicioso – O que foi aquilo?

- Aquilo o que? – sorri sem entender

- O jeito que você estava. Nunca foi tão intenso – deu uma risadinha – não estou reclamando, até porque foi uma das melhores vezes, mas só queria entender o que te deixou daquele jeito?!

- Ah, não sei. As vezes foi mesmo a tequila – Sorri e nesse momento vi que ele havia fechado um pouco o semblante.

- Como disse o Christopher. – Ríspido.

- Relaxa, era só uma piada – forcei um sorriso – Quais seus planos para hoje? – Mudei de assunto de forma rápida.

- Como antecipei a minha vinda, tive que antecipar também a minha volta para os Estados Unidos. Hoje vou precisar resolver algumas coisas e mais tarde pensei jogar uma bola com uns amigos. – Sorriu.

- Sério? Volta quando? 

Aparentemente nosso relacionamento seria assim, mais tempo a distância do que juntos. Quando estávamos apenas nos pegando não era um problema, mas a partir do momento que você assume um relacionamento as coisas acabam ficando mais complicadas, você tende a querer a pessoa mais junto.

- Sim – deu de ombros – volto daqui quatro dias. Vamos comigo?

- Sabe que não posso, tenho agenda para cumprir – falei desanimada – Mas passa rápido, logo estaremos juntos de novo – forcei um sorriso desacreditada daquilo.

- E o que pretende fazer nesses dias longe de mim? Além de trabalhar muito é claro? – Riu

- Seguir vivendo – ri pelo nariz – De imediato quero marcar um café ou uma cerveja com a Anahí, para colocarmos a conversa em dia. Tem tempo que não paramos para conversar.

- hum – murmurou travando a boca.

- O que? – olhei séria.

- Não sei, Dulce. Ontem à noite foi tudo muito estranho na presença do Christopher. A Anahí ficava cochichando coisas para ele, as vezes olhando pra você enquanto falava. Não achei legal. Talvez seria interessante você dar uma afastada de algumas pessoas... – Sua voz saia seca

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