Inevitável

Diecinueve

O lounge que havíamos marcado de nos encontrar, ficava quase na saída da cidade. Como era mais afastado, era também menos movimentado. Motivo pelo qual a maioria dos famosos da Cidade do México davam preferência para frequentá-lo. Uma das donas era a cantora Thalía, esse era outro ponto positivo. Ela conseguia fazer um esquema de privacidade que mantinham os paparazzis afastados. Dificilmente alguma informação com provas (fotos/vídeos) vazava de lá, a não ser que por próprio descuido. Como informações sem provas não passam de fofocas, sentíamos mais seguros em curtir a noite lá dentro. Bastava ter cuidado com a saída, do lado de fora não tinha como controlar os paparazzis, que ficavam a postos tentando algum flagra.

Enquanto aguardava Anahí eu bebericava o meu copo de água com gás, gelo e limão. Rolava os olhos pelas mensagens do twitter: "Vozes da minha cabeça estão dizendo que hoje as patroas vão sair juntas (haviam me marcado e marcado a Anahí)", sorri refletindo como era possível que tivessem acesso a essas informações antes mesmo das coisas acontecerem.

"Candy, cheguei! Onde você está?" – olhei para a mensagem que havia acabado de receber e estiquei o pescoço olhando em direção a porta. Quando a vi, acenei e ela veio em minha direção com um sorriso largo no rosto.

- Amigaaaa – ela disse se aproximando

- Amiga lindaaaaaaa! – levantei, abraçando-a forte.

- Cara, mas que saudade de sairmos juntas. – Sentou na poltrona em frente à minha – Hoje vamos ter que aproveitar! – riu

- Nem me fala – voltei a me sentar – Inclusive, hoje meus pais estavam me recordando como aprontávamos quando saíamos juntas.

- MENTIRA! – rindo - Sua mãe ainda deve ter trauma das coisas que vazavam... A gente tocava mesmo o terror.

- Não sei como as pessoas ainda tinham coragem de criar rivalidade entre nós duas. – Dei um gole na minha água – Tá certo que quando brigávamos era um senhor arranca rabo, mas não durava dois dias – sorri com as lembranças.

- Época boa. Mande um abraço a seus pais, eles são muito queridos! – Olhou para meu copo – o que tá bebendo, vodka?

Dei uma risada e neguei com a cabeça

- Estou na água com gás.

- Ah, não acredito, Dulce María! – olhou incrédula – Quem é você e o que fez com a minha amiga? -perguntava em tom divertido

- Calma – ri – Só estava esperando você chegar. Mas acho que hoje vou pegar leve, não estou muito afim de beber.

- Aham... vai sim. Vai pegar leve... – falou desacreditada, fazendo sinal para o garçom que se aproximou. – Vou querer um drink de gin com frutas vermelhas.

O garçom anotou e olhou em minha direção.

- Eu vou querer Gin tônica com alecrim – percebi o sorriso vitorioso da loira em minha direção – Traz pra gente também uma tábua de queijos e uma de petiscos variados?! Pode ser? – Olhei para Anahí que confirmou com a cabeça.

- Não cheguei nem perto de acreditar que você não iria beber – fez língua, ao ver o garçom se afastar.

- Mas eu não disse que não iria, apenas disse que vou beber pouco. Chata. – Mandei língua de volta.

- Vai nada! A Carmen disse que chega mais tarde. Tem tempos que ela não aparece. – Arqueou a sobrancelha – Certeza que mais tarde a Dulce vai embora e a María também vem dar as caras. – Dei uma risada ouvindo aquilo.