Inevitável

Treinta y uno

Por volta das oito horas acordei com o despertador do celular do Christopher tocando. Não queria acreditar que já estava na hora de acordarmos, mal havíamos dormido. Senti um peso sobre minha cintura, logo percebi que eram os braços dele que a envolviam.

- Bom dia! – ele me olhou sorrindo, depois de desligar o despertador – Dormiu bem? – beijou meus cabelos e me acariciou a cabeça.

- Bom dia! – retribui o sorriso e rolei meu corpo, ficando deitada de frente para ele – Muito bem. – Selei nossos lábios e deitei a cabeça em seu peito. – Mas estou morta. Acho que não dormimos nem três horas...

Ouvi o som gostoso de sua risada, pude sentir que ele me olhava

- Estive pensando... Acho que vou cancelar toda a minha agenda hoje pra gente poder ficar assim bem juntinho – apertou meu corpo no seu em um abraço.

- Bem que eu queria – dei uma risada – Mas tenho uma reunião na gravadora e não consigo adiar.

Droga de segunda feira.

- Humm – murmurou puxando meu corpo para cima do seu – Então você volta a noite? – passou a mão por minhas costas - Ainda não estreamos essa cama. Aliás, só estreamos o sofá e o chuveiro, faltam ainda vários cantinhos desse apartamento – tinha um sorriso provocante nos lábios

- Que safado! – dei um tapinha em seu braço e deixei uma gargalhada escapar – Mas acho que agora é a sua vez de conhecer o meu apartamento. Você podia ir pra lá hoje a noite...

Deixei um beijo carinhoso em seus lábios e antes que nos aprofundássemos nele o interfone começou a soar.

- Não se mova em nem um centímetro. Quero você exatamente assim quando eu voltar. – Ele disse de forma divertida ao se levantar da cama e deixar o quarto para atender o interfone.

Eu parecia uma boba alegre enquanto sorria. Continuei deitada na cama, pensando na madrugada maravilhosa que havíamos tido. Meu coração acelerava só de pensar nele. Como era possível ter todo aquele sentimento dentro de mim?

Olhei Christopher voltando apressado para o quarto.

- Quem era? – perguntei sorrindo, só então percebi sua expressão séria.

- Natália tá aqui...

Pulei da cama não querendo acreditar que fosse verdade. Estava tudo perfeito demais, ela tinha que aparecer...

- Não acredito, Ucker! – falei brava caminhando apressada para a sala, para pegar minhas roupas que estavam jogadas pelo chão – Não acredito que ela tá aqui!!!

Ele passou a mão por ser cabelo e veio andando atrás de mim.

- Christopher, ela me odeia. Se descobrir que estou aqui vai destruir minha carreira. Vai acabar com a gente...

- Ei... Ei. Calma! – Ele disse se aproximando e segurando meu braço, para que eu parasse de recolher as roupas pelo chão e o olhasse – Não vou deixá-la subir, Dul. Fica tranquila! Só preciso pensar em uma forma de despachá-la.

Suspirei chateada com a situação, tentando me acalmar.

- O que você disse para o porteiro?

- Falei que havia acabado de sair do banho e que estava todo molhado. Pedi para que não a deixasse subir e já desceria. Precisei ganhar tempo para pensar no que fazer – aproximou-se de mim e acariciou meu rosto – Vou precisar descer até ela, Dul. Prometo ser rápido. Vai ser a única forma de evitar que ela suba.