Trece

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Que ódio dessa ridícula. Entrei no espaço destinado ao coquetel. Já haviam algumas pessoas ali, mas ainda relativamente vazio. Estava decidida a não deixar minha felicidade ir embora por culpa daquela ordinária. Caminhei para o bar, tomaria a alegria líquida, também conhecida como Tequila, enquanto esperaria por Anahí e depois Rodrigo.


- Uma dose de tequila, por favor – disse ao barman

- É pra já – me serviu prontamente e eu virei

- Pode servir mais uma, essa foi só para ver se a qualidade estava boa – pisquei pra ele brincando e sorri. Olha aí a alegria voltando, não disse?!

Ele me serviu mais uma dose e antes que eu virasse mais essa, senti um cheiro bom de perfume invadir minhas narinas. Eu conhecia bem aquele cheiro. Antes que pudesse me virar senti um braço passar por minhas costas e uma mão se acomodar em minha cintura.

- Vai fingir que não está me vendo aqui também?

- Christopher! – me virei ficando de frente para ele e com a lateral do corpo encostada no balcão, precisava de uma base, pois minhas pernas estavam vacilantes. – Não entendi. óbvio que estou te vendo. – Tentei falar com indiferença.

- Que bom! – sorriu – Pensei que poderia fazer que não me viu, como fez quando chegou.

- Não sei do que está falando – falei firme desviando nossos olhos. Percebi que a sua mão ainda estava em minha cintura, quis tirar, mas não tive força.

- Não tem importância. – Disse gentil e deu aquele sorriso maravilhoso - Parabéns pelo prêmio. – Ele olhou para o troféu e voltou a me olhar – Você mereceu demais. Seu CD está incrível!

- Você ouviu? – senti sua outra mão passando pelo meu rosto, guardando atrás da minha orelha uma mecha do meu cabelo que havia se soltado. Percebi que minha raiva estava diminuindo, estava a ponto de ceder e querer paz...

- É claro. Acho que devo saber cada uma delas – o som de sua risada saiu tão leve que quis rir junto, me segurei.

Não podia baixar a retaguarda tão rápido assim, precisa entender qual era da dele. Lembrei da minha dose de tequila no balcão, virei.

- Pois segundo sua namorada, cada canção daquela foi graças aos relacionamentos fracassados que eu tive. – Falei ríspida. Olhei para a sua mão que estava em minha cintura e depois para ele, que entendeu o recado e recolheu a mão, no mesmo instante senti falta do seu toque e me arrependi.

- Mais duas doses de tequila. – Ele disse mostrando o número dois para o barman. Seu semblante agora estava fechado, ele respirou fundo e voltou a me olhar:

- Esquece isso... – buscou por meus olhos.

- Por que, vai defende-la? – ri com desdém, jogando a cabeça pra trás.

- Não. Estou mais interessado em saber como você tá. – Virou a sua dose – como está sua vida?

- ótima! – respondi de imediato.

- Sente minha falta? – ele buscou por meus olhos.

- Não. – de imediato também, mas vacilante.

- Não acredito. – Sorriu

- Você se acha. – senti meu tom de voz subir um pouco a medida que via o seu sorriso – você me irrita! – Bufei. Estava mesmo ficando irritada

- Pois eu sinto a sua falta – se aproximou um pouco de mim e novamente levou a mão em meu rosto, guardando a minha maldita mecha rebelde. – Você não consegue nem me olhar sem desviar os olhos

- Isso é raiva, Uckermann – virei a outra dose e o encarei – Tenho meus motivos, você sabe.

- Dul, eu não estava com a Natalia. Te juro. – Fez o número dois com os dedos para o barman – Eu não menti em nada do que te disse aquela noite. Estava bêbado, mas consigo me lembrar de cada palavra que saiu da minha boca.

Senti o ar me faltando. Minha cabeça estava dando um nó entre querer acreditar e não ter condição de ser verdade, que motivo teria para me deixar sozinha no quarto.

- Eu penso em você – virou a dose e se aproximou um pouco mais de mim, falando um pouco mais baixo, querendo ter certeza que apenas eu ouvia – Não consigo esquecer a nossa noite. Não consigo esquecer seu corpo – estava próximo demais do meu ouvido, pude sentir seu hálito quente em meu rosto.

Meu corpo começou a arder e a pedir por ele. Meu rosto se aproximou do seu quase que involuntariamente, e antes que eu fizesse alguma besteira, um lapso de sanidade me trouxe de volta.

- Então você é mesmo desse tipo? – Falei em seu ouvido e pude ver ele fechando seus olhos e trazendo seu nariz para mais perto do meu pescoço. Me arrepiei, mas mantive-me firme. Me afastei, assumindo a distância que estávamos antes.

- Do que você está falando? - Perguntou confuso.

- O tipo que gosta de fazer joguinhos. Sempre soube que você era mulherengo, Uckemann. Mas nós éramos amigos. – respirei – e saiba, não sou o tipo de mulher que trai o namorado. – Vi a raiva chegar em seus olhos.

- Mas que droga! – alterou a voz e quando percebeu alguns poucos olhares em nossa direção voltou a falar baixo – Será que é tão difícil assim pra você acreditar que estou falando a verdade? Foi você que me disse por uma mensagem que não tinha significado nada pra você, no entanto estou aqui tentando... - Virou outra dose. A essa altura o barman já estava atento a reabastecer nossas doses sem que precisássemos pedir – E acredite, eu também não sou do tipo que trai, mas meu corpo não me obedece quando estou perto de você. Eu só queria esquecer o mundo todo ao nosso redor, como na noite do nosso último show. -

- O problema, Christopher – tomei a minha dose, já me sentia um pouco alterada – É que sempre tem o dia seguinte. – sorri de forma amarga.

- Olha nos meus olhos – pediu de forma firme e eu olhei – eu nunca tive a intenção que você se sentisse usada, ou uma qualquer. Nunca. E logo que cheguei no México tentei te ligar, mas seu número já não era o mesmo – Segurou minha mão – A única coisa que te peço é a chance de conversarmos -

- Então por que? – perguntei sincera, acreditando. Minha voz saiu suave e quis falhar – Por que agiu daquela forma? – Ele olhava de forma profunda nos meus olhos.





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E aiiiiii, o que acharam desse capítulo?

Será que dessa vez a conversa vai finalmente acontecer?


Vocês pediram uma maratona, então trouxe uma mini pra vocês!!!

Serão três capítulos. 1/3.Espero que gostem, mais tarde tem outro.

Comentem e cliquem na estrelinha.

Muito obrigada a todos que estão acompanhando!


Dedicado a: @Danituita1 (que pediu a maratona), @juliannelopes4 , @lillykristy , @davylamelo , @blancadmes , @camillallara , que de alguma forma estão sempre comentando e votando, me dando animo para continuar a escrever!

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora