Inevitável

Diecisiete

Rodrigo voltou para os Estados Unidos. Os dias que passamos juntos nós conseguimos nos curtir bastante. Na véspera dele ir embora, saímos para jantar e fomos flagrados por alguns paparazzis. Rodrigo me convenceu a posarmos para algumas fotos, para que todos tivessem a certeza que seguíamos como casal feliz, mesmo quando ele estivesse longe. Sem a pressão de ter que fazer aquele relacionamento dar certo, eu conseguia curtir mais estar na companhia dele.

Desde o nosso combinado eu não havia saído com ninguém, e acho que ele também não, já que não comentou nada a respeito. Possuía minhas dúvidas de que ele realmente me contaria caso ficasse com alguém, assim como eu também não estava muito certa se contaria quando acontecesse algo. Minha tentativa de ser leve e deixar as coisas acontecerem estava dando certo nesse ponto.

Os dias que se seguiram foram muito corridos, mal estava tendo tempo de comer. O prêmio que eu havia recebido trouxe muita visibilidade, então foram muitas entrevistas, muitas reuniões e analises de contrato. A temporada de shows estava pausada, todos os anos nessa mesma época eu fazia uma pausa nos shows para conseguir me dedicar a outros projetos. Por trás da fama existe muita burocracia, acreditem!

Com toda essa loucura no trabalho, pude tirar um pouco o Christopher da cabeça. Como não o seguia mais nas redes sociais não estava vendo nada do que ele postava, e não estava tendo tempo de entrar no perfil dele "sem querer", para dar aquela olhadinha básica. Nem o Twitter eu estava acessando, os fãs já reclamavam minha ausência. Devido a tanta correria a semana voou, mas consegui deixar tudo em ordem, para assim conseguir ter um final de semana sossegado e deixar um ritmo de trabalho mais tranquilo para próxima semana.

Véspera de final de semana e com tudo já mais tranquilo, tudo o que eu queria era ter um sábado revigorante. Fazia alguns dias que estava querendo marcar um encontro com a Anahí, mas acabei sendo engolida pela correria da semana. Aproveitaria aquela sexta sossegada e telefonaria a convidando para fazer algo no sábado.

Pela manhã tive uma sessão de fotos para uma revista, que finalizou próximo da hora do almoço. Depois dela, estava finalmente livre para descansar. Aproveitei para ligar para a Anahí. É sempre muito bom conversar com ela, nem sei porque não nos falamos com mais frequência. A convidei para nos vermos no sábado e ela como sempre, muito animada, aceitou sem pensar duas vezes. Combinamos de nos encontrar em um lounge que funcionava como bar até determinada hora e depois virava uma espécie de balada.

Seria minha primeira saída para me divertir depois que havia entrado nessa de relacionamento aberto. Na verdade, seria a minha primeira saída para me divertir em muito tempo. Esses últimos meses andava tão imersa no meu trabalha que me sobrava pouco tempo, era tudo tão tumultuado que quando conseguia folgar a minha única vontade era dormir. Minha mãe dizia que eu tinha que pisar um pouco no freio do trabalho, pois uma hora eu iria sentir. Apesar de todo o cansaço eu sabia que estava vivendo um ótimo momento profissional, e não poderia deixar que ele passasse sem eu aproveitar.

"Oie! Amanhã é provável que a gente não consiga se falar. Você terá reunião durante o dia e a noite vou sair." Enviei essa mensagem para o Rodrigo. Conversávamos por telefone quase todos os dias. Normalmente eram conversas rápida ou trocas de mensagens, assuntos triviais ou coisas do dia a dia, nada muito profundo.

"Boa noite, gata. Alguma reunião de trabalho amanhã à noite?" – provavelmente estaria com o celular em mãos, já que me respondeu de forma tão rápida.

"Graças a Deus não. Rsrs. Dessa vez vou pra me divertir mesmo, estou precisando. Vou com a Anahí, aproveitar para colocar o papo em dia."