Nueve

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O jantar estava marcado na casa da Anahí, a mesma ao tomar conhecimento desse possível documentário, entrou em contato com o Pedro e prontamente ofereceu a sua casa para uma reunião. Como era a primeira vez que nos encontraríamos desde aquele fatídico dia, combinamos de sermos o mais discreto possível para aproveitar a "trégua" nas fofocas que a mídia havia nos dado.

"Nossa, que frio na barriga" pensava enquanto sentia o coração disparar "espero que tudo corra bem!". Respirei fundo e toquei a campainha. A porta não demorou a se abrir:

- Dul! -Sua voz era vibrante. Me chamou pelo apelido, era um bom sinal

- ANY – falei com empolgação, esquecendo qualquer possibilidade de ressentimento, a abracei.

- Meu, que saudades! – ela me retribuía o abraço – Juro que tive muito medo de você não vir... de sei lá – respirou fundo - de ainda tá chateada comigo

- aiiii Any, pior era que meu medo era você não querer olhar na minha cara pelo que eu disse aquele dia – olhei em seus olhos – Sério, desculpa por aquilo!

- Águas passadas. Me desculpa também, sei que errei... já aprendi a deixar a língua dentro da boca – ela disse enquanto ria e me puxava para dentro de sua casa.

Havia sido a primeira a chegar. Pouco tempo depois se juntaram a nós Pedro, Chris e Mai. Todos tivemos aquele breve momento de pedidos de desculpas e abraços de saudades. Sabe aqueles amigos que você passa anos sem ver, que pode até brigar, mas quando se encontram parece que apenas algumas horas se passaram? Era exatamente essa a sensação. No final das contas, a impressão que ficou é que estávamos precisando daquele tempo para seguirmos em frente com a amizade.

Até aquele momento eu me mantinha tranquila, disfarçava as borboletas no estômago com a possibilidade de ver o Uckermann. Era um frio na barriga não saber como seria reencontrá-lo. Ainda me causava raiva pensar em estar com ele no mesmo ambiente, mas ao mesmo tempo sentia curiosidade de como seria. Meu estomago deu um nó quando o vi entrando pela porta e atravessando o saguão em nossa direção.

- Boa noite! – ele disse enquanto sorria – Quanto tempo!

- Boa noite. – dissemos quase em uníssono

- Pronto, chegou o atrasado. Agora podemos começar a reunião – disse Pedro demonstrando impaciência.

- Não! Falta o Poncho. – Contestei

- Poncho não vem. Havia adiantado a ele o assunto, pois dependia dele... E ele não ficou de acordo – suspirou – dessa forma são apenas vocês cinco. Agora vamos começar, tenho outra reunião ao sair daqui e não posso me atrasar. –

Dessa forma nos sentamos todos ao redor da mesa de jantar. Ouvíamos Pedro falar e tomávamos vinho para ajudar a digerir todas as informações. Pedro acreditava ser o momento propício para uma volta do RBD, ou o lançamento do documentário. Ele queria aproveitar que nossos nomes haviam sido os mais comentados dos últimos tempos, achava que a hora era adequada, que tínhamos que aproveitar para surfar nessa onda, pois o retorno financeiro seria grande. O problema era apenas que não possuíamos o direito sobre a marca RBD e que Poncho estava envolvido em um filme e não poderia abrir mão desse projeto, uma vez que já havia assumido o compromisso. Poncho também não estava de acordo em fazer algo sobre o RBD uma vez que não tivessem o direito sobre a marca, ele alegava que isso poderia render grandes problemas. Para Pedro, devíamos nos reunir com outro nome, mesmo que apenas nós cinco, era uma oportunidade única.

Ouvimos tudo, e a emoção inicial caiu por terra com um balde de água fria. Alegamos que para sempre seríamos RBD, e que RBD são seis. Para um reencontro são os seis ou nenhum. Tenho certeza que ele não gostou do que ouviu, sua cara não negou. Mas insistiu que pensássemos e que se chegássemos a um acordo entrássemos em contato com ele. Não esperou o jantar ser servido e se adiantou para ir embora, não poderia se atrasar para sua próxima reunião.

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