Veintisiete

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Recapitulamos mais algumas situações que haviam acontecido durante a festa e quando nos demos conta já estávamos quase no meio da tarde. O domingo estava voando e a vida fora daquele apartamento nos gritava. Só então lembramos de nossos celulares desligados, ligamos os mesmos.

Meu celular começou apitar com tantas mensagens. Havia chegado também alguns e-mails de trabalho, nada urgente. Tinha algumas mensagens do Rodrigo perguntando o motivo do meu sumiço, se eu havia sido abduzida. Decidi entrar em contato com ele quando chegasse em casa. Aparentemente Christopher e Anahí também estavam com o celular cheios de mensagens.


- Preciso ir – Anahí nos olhos, após conferir suas mensagens.

- Também preciso. Tenho que responder algumas mensagens e finalizar uma música para levar na gravadora amanhã. – Suspirei.

Christopher ofereceu para nos levar em casa, mas não aceitamos. A casa dele era no meio do caminho entre a minha casa e a casa da Anahí, seria um trabalho desnecessário, já que ela morava para um lado e eu para o outro. Antes que ele insistisse solicitamos cada uma um carro por aplicativo. Um motorista que estava ali perto rapidamente aceitou a corrida dela, já o motorista que aceitou a minha corrida estava um pouco mais distante.

Anahí me abraçou se despedindo e combinamos de nos telefonarmos durante a semana para terminarmos de lembrar sobre a nossa noite. Christopher a acompanhou até o elevador enquanto eu terminava de juntar as minhas coisas para também ir embora.

Voltei a olhar para o celular, para ver a quanto tempo de distancia o motorista estava. Suspirei desanimada ao ver que ele havia cancelado a corrida.

- Está chegando? – Christopher perguntou voltando para a sala.

- Cancelou. – Mostrei o celular e voltei a solicitar outro carro.

Senti que a tensão havia reaparecido. Bastou Anahí ir embora que o clima voltou a ficar estranho. Sentia que Christopher novamente evitava me olhar e reconstruía o abismo de gelo entre nós.

- Não estão aceitando – lamentei.

- Eu posso te levar. – Frio

Olhei para ele e voltei a olhar para o celular, rezando para que aceitassem logo aquela corrida para que eu pudesse ir embora. Será que havia acontecido alguma coisa no dia anterior pra ele tá me tratando daquela forma? No Lounge Anahí havia me falado que ele parecia ter ficado com raiva quando fui embora com o Rodrigo, mas será que ele estava me tratando tão friamente só por causa disso?

Depois da forma que ele havia cuidado da gente após toda a bebedeira, estava disposta a erguer a bandeira branca. Decidi ignorar a forma que ele estava falando comigo e fingir que estava tudo normal.

- Não precisa. Logo aceitam!

- Como sempre cabeça dura. – revirou os olhos

Sua voz era dura. Respirei fundo mantendo a calma e busquei por seus olhos.

- Christopher, vamos conversar?! Não estou entendendo a necessidade de você falar assim comigo.

- Sabe, Dulce... Quando te vi indo embora do coquetel sem ter aceitado me dar a chance de uma conversa, comecei a pensar que talvez não teria mesmo razão dessa conversa acontecer. Ontem tive a constatação final.

- O que você quer dizer? – encarei-o

- Pra deixar as coisas assim. As vezes você estava certa e as coisas são como elas são.

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora