Encontrei Christopher de olhos fechados, recostado na poltrona. Ele balançava os pés e a cabeça com o ritmo da música. Demorei meus olhos nele por um instante: Estava tão gato, tão charmoso, meu Deus que homem sexy! Acho que só percebeu minha presença quando sentei no lugar que estava antes e peguei a minha taça para terminar de beber o vinho que estava nela.
- Ela está bem? – me olhou.
- Está! – tomei um gole e deixei que o vinho molhasse meus lábios – Acho que dormiu assim que deitou.
Percebi seus olhos vidrados em meus lábios, naquele momento tive certeza de que ele ainda me desejava. Tentou disfarçar olhando para outra direção.
- Que bom! Acho que o remédio que ela tomou será suficiente pra não passar mal.
- Não está mais bebendo? – finalizei o líquido que estava em minha taça e lancei um olhar para a garrafa de cerveja vazia sobre a mesa.
- Já acabei. – Sua voz era fria, mas seu olhar o entregava.
Levantei e andei devagar em direção a adega. Eu não estava vendo, mas sentia que ele estava observando cada movimento que eu fazia.
- Adoro essa música! – falei enquanto me abaixava para escolher na adega uma garrafa do mesmo vinho que eu estava tomando.
Com a garrafa em mãos fui até onde ele estava sentando, me abaixei ficando na altura de seus olhos e próxima a ele.
- Abre pra mim? – mordi meu lábio de forma leve – Não sei onde fica o saca rolha.
Tudo bem, eu havia mentido. Tinha visto que ele deixou o saca rolha no balcão da cozinha, quando abriu o outro vinho para a gente. Percebi que a sua respiração havia ficado mais pesada. Sem falar nada, ele pegou a garrafa que estava na minha mão e seguiu até a bancada da cozinha para abri-la.
Peguei minha taça e me aproximei dele, encostando minha mão em suas costas. Com a outra mão estendi a taça, parando com o corpo do seu lado, ficamos levemente de frente.
- Aqui a minha taça – entreguei para ele, que começou a despejar o líquido.
O ritmo de sua respiração estava ficando mais veloz, seus olhos estavam mais escuros e ele estava perdendo cada vez mais a batalha interna de não me olhar. Ele fez menção de se afastar e voltar para a poltrona.
- Espera! – Segurei sua mão por um tempo maior que o necessário, impedindo que ele se afastasse.
Ao sentir sua pele na minha, uma eletricidade subiu por minhas costas até minha nuca. Ele me olhava esperando que eu falasse o que queria. Fui até a geladeira e peguei outra long neck. Bati a boca da garrafa na pia tirando a tampinha. Aproximei dele, dessa vez consegui que ele mantivesse seus olhos em mim. Mantive meus olhos nos seus. Levei a garrafa a boca e tomei um pouco do líquido amargo, encarando-o.
- Toma – ofereci a garrafa – Detesto beber sozinha!
Voltei a segurar a minha taça. Fiz questão de me manter ali, parada, bem ao lado dele. Ajeitei meu corpo, ficando agora realmente de frente para o mesmo. Christopher também não fez mais menção de se afastar. Levei a taça até meus lábios de forma devagar e beberiquei um pouco do vinho. Abaixei a taça e vi que seus olhos estavam novamente presos em meus lábios. Passei a língua por eles, limpando qualquer vestígio de vinho que tivesse ficando para trás.
Christopher perdeu o compasso da respiração e soltou o ar, como se antes estivesse prendendo o ar em seus pulmões. Sorri provocativa com essa reação. Ele deu uma longa golada em sua cerveja e me olhou nos olhos.
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Inevitável
Romance[VONDY] Na teoria tudo acabaria ali, naquele último show, naquele último adeus! Os seis subiriam pela última vez juntos ao palco em Madri, era um misto de emoção o que cada um sentia naquele momento. Aquele show era muito mais para eles do que para...