Veinticinco

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Encontrei Christopher de olhos fechados, recostado na poltrona. Ele balançava os pés e a cabeça com o ritmo da música. Demorei meus olhos nele por um instante: Estava tão gato, tão charmoso, meu Deus que homem sexy! Acho que só percebeu minha presença quando sentei no lugar que estava antes e peguei a minha taça para terminar de beber o vinho que estava nela.

- Ela está bem? – me olhou.

- Está! – tomei um gole e deixei que o vinho molhasse meus lábios – Acho que dormiu assim que deitou.

Percebi seus olhos vidrados em meus lábios, naquele momento tive certeza de que ele ainda me desejava. Tentou disfarçar olhando para outra direção.

- Que bom! Acho que o remédio que ela tomou será suficiente pra não passar mal.

- Não está mais bebendo? – finalizei o líquido que estava em minha taça e lancei um olhar para a garrafa de cerveja vazia sobre a mesa.

- Já acabei. – Sua voz era fria, mas seu olhar o entregava.

Levantei e andei devagar em direção a adega. Eu não estava vendo, mas sentia que ele estava observando cada movimento que eu fazia.

- Adoro essa música! – falei enquanto me abaixava para escolher na adega uma garrafa do mesmo vinho que eu estava tomando.

Com a garrafa em mãos fui até onde ele estava sentando, me abaixei ficando na altura de seus olhos e próxima a ele.

- Abre pra mim? – mordi meu lábio de forma leve – Não sei onde fica o saca rolha.

Tudo bem, eu havia mentido. Tinha visto que ele deixou o saca rolha no balcão da cozinha, quando abriu o outro vinho para a gente. Percebi que a sua respiração havia ficado mais pesada. Sem falar nada, ele pegou a garrafa que estava na minha mão e seguiu até a bancada da cozinha para abri-la.

Peguei minha taça e me aproximei dele, encostando minha mão em suas costas. Com a outra mão estendi a taça, parando com o corpo do seu lado, ficamos levemente de frente. 

- Aqui a minha taça – entreguei para ele, que começou a despejar o líquido.

O ritmo de sua respiração estava ficando mais veloz, seus olhos estavam mais escuros e ele estava perdendo cada vez mais a batalha interna de não me olhar. Ele fez menção de se afastar e voltar para a poltrona.

- Espera! – Segurei sua mão por um tempo maior que o necessário, impedindo que ele se afastasse.

Ao sentir sua pele na minha, uma eletricidade subiu por minhas costas até minha nuca. Ele me olhava esperando que eu falasse o que queria. Fui até a geladeira e peguei outra long neck. Bati a boca da garrafa na pia tirando a tampinha. Aproximei dele, dessa vez consegui que ele mantivesse seus olhos em mim. Mantive meus olhos nos seus. Levei a garrafa a boca e tomei um pouco do líquido amargo, encarando-o.

- Toma – ofereci a garrafa – Detesto beber sozinha!

Voltei a segurar a minha taça. Fiz questão de me manter ali, parada, bem ao lado dele. Ajeitei meu corpo, ficando agora realmente de frente para o mesmo. Christopher também não fez mais menção de se afastar. Levei a taça até meus lábios de forma devagar e beberiquei um pouco do vinho. Abaixei a taça e vi que seus olhos estavam novamente presos em meus lábios. Passei a língua por eles, limpando qualquer vestígio de vinho que tivesse ficando para trás.

Christopher perdeu o compasso da respiração e soltou o ar, como se antes estivesse prendendo o ar em seus pulmões. Sorri provocativa com essa reação. Ele deu uma longa golada em sua cerveja e me olhou nos olhos.

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