Veinte

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Era a primeira vez que ouvia aquilo de forma tão direta. Toda vez que isso passava pela minha cabeça, eu tratava de pensar em outra coisa e espantar esses pensamentos. Me senti pressionada, não por ela, principalmente por mim. Talvez fosse bom colocar pra fora tudo o que estava sentindo, mas ainda não me sentia pronta. Respirei fundo.

- Não importa. Ele tá com ela, Any. – Tomei um pouco da minha bebida, desviando meus olhos. Ainda não queria verbalizar, na tentativa de não deixar real.

- Porque você também está comprometida... – Começou a rir se lembrando de algo – aquele dia havia uma tensão sexual enorme entre vocês. Fora que vocês não davam o braço a torcer, parecia que estavam competindo entre si.

Dei uma risada aliviada por ela não insistir na minha confissão.

- Amiga, não sei de onde você tira essas coisas.

- Dul, a Natália estava quase voando no seu pescoço de tanto ciúme.

- Ela é ridícula. Detesto o fato de o Christopher estar com ela – falei sem pensar muito e percebi que ela me olhou de forma divertida – Para! Não me olha assim. Não quer dizer que tenho sentimentos. Nem ligaria se ele estivesse com outra, o problema é ela. Que mulherzinha baixa, você viu só aquele dia ela falando sobre sex shop e a noitada deles. Nós nem somos intimas para compartilharmos essas coisas – fiz uma careta.

- Me engana que eu gosto. Você detestaria qualquer uma que estivesse com ele. – Riu – Mas tem razão, ela é baixíssima. Estava com tanto ciúme de vocês que se jogava descaradamente pra cima dele.

- Falando nisso... foi embora do coquetel com eles? – perguntei como quem não quer nada, jurando que iria colar.

- Amiga, eu estava de carro. – Gargalhou – Mas se te consola, acho que a noite deles não deve ter sido muito boa. Depois que você saiu com o Rodrigo, ele ficou super emburrado. Desculpa falar, mas parecia que tinha ficado com ódio de você, pela forma que ele te olhou indo embora. Vocês precisam se resolver, é cada hora um com raiva.

Dei de ombros acreditando que ele não teria razão alguma para ficar com raiva de mim, essa razão era toda minha.

- Falando sobre o Rodrigo, me conta – ela continuou – Vocês esticaram a noite mesmo? E ele ficou de boa com todo aquele climão?

Dei um gole grande em meu copo. Senti que meu rosto havia corado, tampei o rosto com as mãos.

- AI MEU DEUS! – ela me olhou – o que aconteceu? – estava rindo

- Que vergonhaaaa! – comecei a rir – Não sei nem como te contar isso... Então, não me julga. – Balancei a cabeça de forma negativa e bebi novamente buscando coragem:

- Saí do coquetel puta com o Christopher, imaginando tudo o que a lambisgóia havia falando, mas ao mesmo tempo lembrava dele falando que sentia falta do meu corpo e aquilo havia feito subir um fogo em mim – baixei o tom de voz e pude ouvir sua risadinha – Resumindo, transei com o Rodrigo, imaginando ser o Christopher. Inclusive conduzi para que acontecesse da mesma forma que aconteceu entre a gente em Madri – Levei a mão no rosto enquanto ouvia as risadas vindo da loira – Amiga, não ri. Passei o dia seguinte me sentindo super culpada.

- Definitivamente você e o Ucker precisam conversar – ela ria de forma descontrolada, acho que a bebida já estava subindo – Amiga, nem gasta energia com a culpa. Aposto que ele bem que gostou da noite de vocês. E olha só que sorte, nem tiveram problema por conta do climão no coquetel.

- Ah, bonita. Você que acha...

Contei para ela sobre o dia seguinte. Dele questionar sobre a tensão durante o coquetel, sobre o possível retorno da banda. Do fato de não se sentir confortável em eu manter contato com o Christopher, Poncho e que havia cismado até com a própria Anahí. Resumi que disse a ele que talvez tivéssemos precipitado em assumir um relacionamento, que não abriria mão de quem eu era por conta dele, que estava prestes a terminar a relação quando ele fez a proposta de relacionamento aberto.

- O QUE???? – alto – COMO ASSIM RELACIONAMENTO ABERTO???

- Fala baixoooo! – quase pulei da cadeira gesticulando para que ela abaixasse a voz – É isso mesmo que você ouviu. Decidi tentar isso de relacionamento aberto. Eu estava me sentindo pressionada com esse namoro, e como você já me disse várias vezes, eu não estava conseguindo sentir amor por ele. Achei que seria uma saída para não ter que terminar. No mínimo uma experiência divertida.

- Acontece que você é ciumenta, como isso vai funcionar? – desacreditada

- Exatamente porque não estou amando. Amiga, tentei ter maiores sentimentos por ele, mas não estava passando do físico. Às vezes o relacionamento aberto até ajuda a fazer os sentimentos aparecerem. – Dei de ombros

- Que loucura! – ria – não vou mentir, gostei dessa ideia de relacionamento aberto, só não consigo mesmo ver dando certo.

Olhei para ela, percebendo que seu semblante mudou de divertido para reflexivo.

- Agora, Dul – começou meio sem jeito – só fica atenta com isso dele ficar tão preocupado com as notícias e tão de boa em manter esse relacionamento para a mídia. A essa empolgação toda em relação ao carinho que recebe de seus fãs. Você é uma das celebridades mais famosas aqui do México... É sempre bom tá de olho.

Ouvir isso trouxe me trouxe de forma imediata, a entrevista que ele havia dado sem me falar. Preferi não comentar sobre isso com ela, ao menos não naquele momento. Preferi afastar esses pensamentos, Rodrigo era um cara muito legal, só estava se preocupando com a minha imagem, não seria justo pensar o contrário.



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Bom diiiiia amores, tudo bem?

Iniciando o dia com essa mini maratona.
Serão três capítulos, sendo esse 1/3.

Como contei pra vocês, provavelmente só conseguirei postar na terça feira. Pra tentar compensar um pouco, trouxe essa maratona.

Mas e aí, o que estão achando da história?

Depois do almoço volto com mais um capítulo.

Até lá, comentem e cliquem na estrelinha!

Até já! 💖

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora