MANUELA
Noiva?
Devia ter um ponto de interrogação enorme na minha testa naquele momento. Em néon, inclusive, e que poderia ser visto até da Lua.
— Desculpe ter aparecido sem avisar, Felipe — o senhor que eu sabia ser o CEO da agência Luquesi, uma bem-conceituada no mercado, retomou a palavra. — Mas fiquei feliz com esse impulso. Achei ótimo conhecer a sua noiva antes do nosso evento.
E lá estava novamente aquela palavra: noiva.
E de que evento eles estavam falando?
Eu me sentia completamente alheia a tudo que acontecia ao meu redor. Sentia-me como numa peça de teatro onde haviam esquecido de entregar minhas falas, deixando-me sozinha no palco sem nem saber como improvisar.
— Fico muito feliz com a sua visita, senhor Luquesi. — Olhei em direção ao meu chefe que ostentava o mesmo olhar confuso que eu. Mas ali eu enxerguei algo mais. Uma coisa que chegava muito perto de... desespero?
— Com licença, senhor Luquesi — pedi com gentileza, mesmo sabendo que poderia ser considerada intrometida por ele. Mas eu precisava desfazer essa confusão. — Eu trabalho aqui, sou a secretária e...
— Eu acho ótimo e promissor quando casais trabalham juntos — ele me interrompeu novamente, não deixando que eu concluísse a minha justificativa. — Aliás, quem é a melhor pessoa para confiar e trabalhar conosco do que com dividimos a nossa cama?
Uau! Esse cara poderia concorrer ao prêmio do ano pela frase mais escrota possível.
— Olha, senhor Luquesi, me desculpa, mas não concordo com... — Felipe tomou a voz e também parecia indignado com as últimas palavras que ouviu. Afinal, confiança era algo que vai além de tudo e não medida por essa forma.
Mas meu chefe não conseguiu aprofundar mais o seu comentário, porque o telefone em minha mesa tocou, interrompendo essa conversa constrangedora e confusa.
Quando coloquei novamente o telefone no gancho, após encerrar a ligação de um cliente querendo confirmar o horário da reunião que seria mais tarde naquele mesmo dia, foi o tempo suficiente para que os dois não estivessem mais lá.
A porta da sala do meu chefe estava fechada, evidenciando que os dois estavam lá dentro.
Eu só esperava que o senhor Baseggio conseguisse falar – mesmo com as interrupções insistentes de Ramon Luquesi – e me tirasse dessa confusão que acabei sendo inserida sem nem saber direito como.
Precisei me ausentar da minha mesa alguns minutos depois para pegar um documento com o pessoal de marketing que ficava dois andares abaixo da presidência.
Quando retornei ao andar e estava prestes a ir para a minha mesa, estaquei assim que olhei para a porta e vi o meu chefe encostado nela. Seus braços estavam cruzados e tinha uma expressão no rosto nada amigável, como se estivesse contrariado com alguma coisa.
Será que eu tinha feito algo errado? Pensei, embora não tenha me lembrado de nada realmente concreto.
Felipe era muito alto e conseguia ocupar praticamente toda a altura da porta, e ao vê-lo ali, daquele jeito, era impossível não me sentir intimidada com toda a sua pose e elegância.
—Você pode vir até minha sala, por favor. — Pediu, virando-se em seguida sem esperar pela minha resposta. O que realmente não era necessário já que ali ele era meu chefe.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aluga-se uma noiva para o meu chefe
Любовные романыUma briga afastou Felipe do pai, levando-o para longe por sete anos. Até que um telefonema muda o seu destino, trazendo-a de volta para assumir o cargo de CEO na empresa da família. Percebendo o quanto tudo mudou em sua ausência, ele conhece Manuela...