Capítulo 22

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MANUELA


Acordei sendo chacoalhada de um jeito nem um pouco delicado.

— Vai, dona Manuela, pode acordar que você tem muita coisa para explicar.

Uma Monique muito determinada em me acordar continuava com seu jeito gentil de me fazer despertar.

— Quando você chegou? — Consegui perguntar, ainda confusa em encontrá-la no meu quarto. Ela não tinha saído ontem e dormira fora?

— Acabei de chegar. Eu vi uma coisa na internet e precisei voltar para casa porque queria te perguntar pessoalmente.

— Você voltou para casa para me mostrar algo que viu na internet? — repeti, confusa, enquanto me ajeitava na cama e me encostava na cabeceira. — É um meme?

— Me diz você se é meme... — ela estendeu o seu celular, quase o colando na minha cara.

Demorei a conseguir focar a minha visão. Esfreguei meus olhos, torcendo para que esse gesto tão simples conseguisse levar o meu sono embora.

Pisquei meus olhos e a realidade começou a tornar-se mais nítida. Mas não tanto quanto a reportagem que estava à minha frente e agora conseguia vê-la com exatidão.

Felipe Baseggio foi visto esta noite acompanhado de uma bela mulher. Será que o herdeiro da BG Comunicações tem um novo affair?

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Affair? Era assim que esse portal de notícias resumia o que achavam que era?

Se bem que eles não estavam tão enganados assim...

— Amiga, desde quando você e esse deus grego estão juntos?

Agora seria a parte complicada da história. Ou uma das, porque ainda tinha que ligar para o meu pai. Eu só podia torcer para que ele não tivesse visto nenhuma notícia na internet ainda, embora eu soubesse que ele não era muito chegado em tecnologia. Para minha sorte.

Eu acho.

— E como o Léo está? — perguntei sobre o paquera da minha amiga, tentando mudar o foco da conversa.

— Manu, não adianta fazer isso. Eu te conheço muito bem para não cair nessa.

Ninguém podia me acusar de que não tentei.

— É uma história longa, Moni.

— Eu tenho todo o tempo do mundo — sentenciou, sentando-se na cama ao meu lado.

— Mas eu não tenho. Preciso trabalhar — levantei-me e como a boa fugitiva que era, saí do quarto em direção ao banheiro para tomar um banho.

— Você pode fugir agora, mas quando voltar me deve várias respostas.

Não respondi à sua provocação porque realmente não era necessário. Aquilo não seria uma opção. Eu estava intimada a contar tudo para ela.

Por mais que sair pela tangente não fosse a melhor coisa, foi bom porque acabei ganhando tempo para conseguir organizar melhor a história para que ela soubesse.

Nem eu estava com os pensamentos organizados ainda.

Monique não insistiu naquela interrogação depois que saí do banheiro, mas eu sentia seu olhar em mim sempre que passava perto dela.

Aluga-se uma noiva para o meu chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora