Capítulo 37

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FELIPE


Aninha passou correndo por mim, sendo seguido por seu fiel escudeiro – vulgo, Bola de Neve – e por mais algumas crianças que brincavam de pega-pega.

Hoje a minha irmãzinha caçula estava comemorando seus seis aninhos e eu só queria que o tempo fosse mais piedoso e demorasse para passar. Eu já tinha perdido tanto nesses anos que queria poder congelar os ponteiros do relógio.

Um sol forte nos presenteava naquele sábado, sendo diversão garantida para que a festa na piscina das crianças fosse ainda mais perfeita.

Mas o que era ainda mais perfeito era a mulher que caminhava sorridente na minha direção. O sol incidindo sobre ela dando um brilho angelical para os seus cabelos dourados que pareciam iluminar tudo, assim como iluminava a minha vida. Sentou-se na cadeira ao meu lado e minha mão foi de encontro à sua no mesmo momento. Era como se eu não conseguisse evitar de tocá-la e eu realmente não conseguia.

Monique comentava animadamente sobre uma festa que fora na noite anterior com Leonardo, seu namorado depois de, finalmente – como diria Manu – resolveram assumir o relacionamento.

Senhor Abílio estava sentado na sombra junto com o seu Manuel que viera a meu convite e fizera uma surpresa para a filha na noite anterior. Seria capaz de fazer qualquer coisa para ver a mesma felicidade que vi ontem no rosto da mulher que eu tanto amava.

Não era uma festa para muitos convidados, mas as crianças ali presentes poderiam valer por centenas. Mas longe de mim reclamar, era bom ver aquela casa ser preenchida pelo som de risadas.

Ainda mais depois dos últimos dias...

Duas semanas separavam o dia de hoje com todo o episódio naquele galpão, que culminou na prisão de Ramon e Ivan. Graças às confissões que Gomes me aconselhou a gravar, os dois iriam ter que enfrentar uns bons anos atrás das grades. Que era o que eles realmente mereciam.

A parceria da BG com a Luquesi fora cancelada no dia seguinte. Gomes conseguira anular, juntamente com o boletim de ocorrência em anexo, esse contrato maldito. Sabia que todos da BG éramos competentes o suficiente para conseguirmos grandes campanhas e clientes novos.

O complicado fora contar para Ana sobre sua mãe. Manuela tinha mais tato e foi a porta-voz, embora uma notícia dessa não fosse fácil de contar de qualquer maneira, deixando de lado tudo o que motivara a morte de Safira. Minha irmã ficara triste, mas mostrávamos o amor que sentíamos por ela todos os dias.

Manuela me surpreendera e lidara com tudo muito bem. Até melhor do que eu, mas desde a noite que saímos daquele lugar abandonado, Manu estava dormindo na minha casa.

Claro que ela não estava prisioneira e poderia voltar para o seu apartamento, mas nós dois decidimos juntos que precisávamos dessa aproximação.

E todos ficaram felizes com a escolha. Tanto a Aninha que ficara contente em ter a titia dela ali na mesma casa, quanto Monique que passara a levar o namorado para dormir em seu apartamento.

Não era uma decisão definitiva, mas eu estava ansioso para que se tornasse.

Entrei para verificar com Ivonete se estava tudo certo e quando estava prestes a retornar para o jardim, vi seu Manuel entrar na sala e se aproximar de mim.

— Felipe, será que podemos conversar?

Assenti em concordância enquanto o conduzia até o meu escritório, o local onde mais teríamos privacidade naquela casa com os convidados podendo passar pela sala a qualquer momento.

Aluga-se uma noiva para o meu chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora