Capítulo 28

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MANUELA


— Você tem certeza de que quer continuar? — Felipe perguntou baixinho ao meu lado, para que apenas eu ouvisse. Ainda estávamos parados na porta vendo todo o movimento daquele grande salão. — Não sabia que seria um evento tão grandioso assim... podemos cancelar, Manu. Não quero te jogar aos lobos dessa forma.

Sua preocupação me comovia e o fato dele estar disposto a jogar o melhor acordo de negócios para a BG para o alto, se importando mais com o meu bem-estar do que com o objetivo desse final de semana aquecia ainda mais o meu coração.

— Está tudo bem. — Garanti, tentando passar toda a confiança que eu nem possuía com essa afirmação.

Felipe pegou as minhas mãos nas suas, levando-as lábios mais uma vez, onde depositou um beijo terno e mais demorado do que o normal.

Muitos dos convidados vieram nos cumprimentar, mas não se demoravam muito e logo voltavam a circular. Felipe não soltou a minha mão em momento nenhum.

Uma coisa que era muito perceptível a qualquer distância, era o quanto as pessoas pareciam estar bajulando o meu chefe. Não todas, claro, mas a maioria vinha conversar com ele com um interesse gritante em seus olhos. Inclusive, algumas mulheres elevaram o patamar de interesse para outro nível, ignorando totalmente a minha presença ao seu lado para tentar seduzi-lo.

Isso era algo que não me abalava porque eu confiava muito no homem que não parava de me tocar. Quando não estava com a mão enlaçada na minha, ele me abraçava pelos ombros, colocava as mãos na minha cintura... estava sempre por perto.

Quando a conversa com um casal pareceu se entender ao futuro que meu chefe queria fazer com a sociedade, aproveitei e pedi licença para ir ao banheiro.

Demorei um pouco mais ali, me olhando no espelho daquele grande – tudo naquela casa sede da pousada parecia enorme – banheiro. Por sorte encontrava-se vazio e me dei todo o tempo que eu acreditava precisar antes de retornar ao meu posto.

Acreditando que era mais do que hora de voltar para o lado de Felipe, saí do banheiro um pouco mais relaxada e procurando pelo meu – suposto – noivo no meio de todos os convidados. Antes que eu conseguisse encontrá-lo, escutei meu nome ser chamado logo atrás de mim. Virei-me na direção da voz, deparando-me com um homem de uns trinta e poucos anos que estava vestindo um terno que parecia ser muito caro. Seus cabelos e olhos eram castanho-escuros e ele parecia me analisar de um jeito que não me agradou.

Eu era boa em fisionomia e nomes e sei que aquele homem à minha frente foi um dos que não vieram conversar com Felipe antes. A pergunta que ficava era porque ele quis me abordar assim, sozinha e do nada?

— Então você que é a noiva de grande Felipe Baseggio? — era nítido o tom de desgosto com que ele me fizera a pergunta.

— Sim, sou eu. — Empertiguei-me levantando a cabeça.

— Poxa! Que pena — fez um muxoxo. — Tenho certeza de que você iria se divertir mais com outra pessoa que fosse mais... agradável, digamos assim, como eu.

— Agradável como você? Obrigada, mas passo — respondi, altiva. Tínhamos um embuste sem noção naquela festa. — Agora se você me dá licença, eu preciso procurar o MEU NOIVO. — Enchi a boca para falar com orgulho.

Estava prestes a dar as costas para aquele babaca, mas fui impedida de sequer dar um passo na direção contrária por uma mão que segurou meu braço com força.

Aluga-se uma noiva para o meu chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora