Capítulo 34

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FELIPE


Eu nunca imaginei que minha vida poderia chegar no nível da felicidade que estava nos últimos dois meses.

A parceria entre a BG Comunicações e a Luquesi estava sendo muito lucrativa e conseguimos novos clientes e projetos para criar.

Eu tinha Manuela ao meu lado que era uma ótima secretária, que me auxiliava em muita coisa na empresa e, à noite, se mostrava muito apaixonada na cama.

Acabamos assumindo que estávamos realmente juntos para as pessoas que pensavam que era apenas de mentira. Todos ficaram felizes por nós, mas nenhuma alegria se comparava a da Aninha que agora sabia que não estávamos mais "brincando" e era um namoro de verdade.

A cada dia meu relacionamento com a minha irmã caçula parecia se estreitar ainda mais e eu amava conversar com ela. Até o Bola de Neve estendeu a trégua e não quis me atacar nenhuma vez durante esses dois meses que passaram.

O que faltava para ser tudo completamente perfeito era meu pai despertar do coma que ainda o embalava. Todos nós costumávamos visitá-lo no hospital com frequência.

Naquela manhã de uma segunda-feira nublada, acordei um pouco mais cedo e encontrei Ana já desperta, sentada numa poltrona que ficava no canto do meu quarto, me observando. Ela já estava completamente vestida – o que era sinal que Ivonete a ajudara – e estava me esperando acordar, literalmente. Combinamos na noite anterior que eu iria levá-la para visitar o nosso pai. E pelo jeito estava ansiosa para isso, embora não tivesse feito nenhum barulho e nem tentado me acordar.

— Bom dia, maninho. Ainda vamos ver o papai, né? — a esperança em seu rostinho poderia me desmontar facilmente. Ainda mais pelo fato de pensar que eu poderia mudar de ideia. Algo que jamais faria com uma criança, ainda mais com uma que sentia saudades de ter o pai que sempre fora presente por perto.

— Claro, meu amor — confirmei, arrancando um sorriso enorme de seus lábios.

E apesar de toda a situação que nos rodeava, assim que viu o nosso pai, o seu sorriso pareceu ficar ainda maior.

Sentei-me na cadeira que ficava ao lado da cama do meu pai e peguei a Aninha para que sentasse no meu colo, sendo uma altura boa para que ela pudesse ver o pai com mais atenção.

Sua mãozinha pousou em cima da mão do homem que estava deitado na cama à nossa frente e a minha se juntou, ficando em cima da minha irmã. Ali, éramos uma união. Éramos uma família que estava desejando voltar a tornar-se completa.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas deixando nossas mãos uma em cima da outra. Talvez, por esse motivo e por estarmos tão atentos, fomos capazes de perceber algo que seria a nossa maior esperança.

Um movimento sutil, mas que não passara despercebido, abaixo das nossas mãos. No mesmo momento, peguei a mão da Ana e levantei, confirmando que foi a mão do meu pai que se mexera.

— Maninho, o papai tá acordando? — a animação da minha irmã, da criança que mantinha a ingenuidade com a esperança, foi capaz de fazer aquela afirmação ser ainda mais emocionante.

Seus dedos ainda mexiam lentamente, como se quisesse nos dizer alguma coisa. Porém, seus olhos continuavam fechados.

Levantei-me com Aninha no colo, indo até a porta e abrindo-a. Olhei para ver se encontrava alguém pelo corredor que pudesse chamar. Por sorte, vi quando o médico que costumava tomar conta do caso do meu pai saiu de uma sala próxima. Chamei o seu nome com toda a emoção que queria sair de mim.

Aluga-se uma noiva para o meu chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora