Visita do Deus Supremo

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— Minhas congratulações, Jimin. — O Deus Supremo cumprimentou, assim que foi recebido no salão principal do templo do Deus do Sake. — É ótimo que o caso tenha se resolvido e que tenha recuperado sua força de outrora.

— Uhm, tudo graças ao Taehyung. — Jimin concordou, sorrindo de canto para o espírito da raposa, sentado ao seu lado. Ele lhe sorriu de volta. — Namjoon, eu gostaria de pedir para que o favorecesse por isso.

— É justo. — Namjoon sorriu, percebendo Jungkook revirar os olhos ao seu lado. — Como Deus Supremo não posso negligenciar o favor concedido por um espírito tão forte a um dos meus tão amados deuses; no entanto, Taehyung... — Voltou-se a ele. — ...mesmo eu ainda estou surpreso, já que é a primeira vez que um demônio aceita um contrato como este.

— Você tem muitos contratos com demônios. — Taehyung respondeu, calmo. — Por que estaria surpreso?

— Olha como fala. — Jungkook alertou, pondo a mão no punho da espada, mas Namjoon pôs a mão sobre a dele, o acalmando.

— Bem, bem, foi uma observação inteligente, mas eu sou eu, hahaha. — Ele riu com gosto. — Não é como se qualquer espírito tivesse outra opção a não ser aceitar meus contratos, mas o caso com Jimin foi bem diferente: realmente sui generis.

— É porque o Jimin é o Jimin. — O demônio respondeu, tão calmo quanto antes, fazendo Namjoon rir mais uma vez e Jungkook trincar os dentes.

— Né, Namjoon. — Já Jimin ficou todo vermelho, então mudou de assunto rapidamente. — De qualquer forma meu caso teve de te mover, peço desculpas por isso.

— Ah, não se desculpe, eu vim de muito bom grado, até porque precisamos tratar de alguns assuntos: por exemplo, sobre o seu retorno à Corte.

— Retorno..?

— Uhm. Como recuperou seus poderes, pode voltar aos céus e deixar este corpo... Claro, seu familiar ficaria aqui para cuidar dos assuntos terrenos.

— Am, sobre isso... — Jimin viu com o canto dos olhos Taehyung apertar as vestes por baixo da mesa: seu canino afiado machucando o lábio de baixo. Respirou fundo. — Eu prefiro ficar, Namjoon.

— Prefere ficar?

— É... não quero cair no erro de me acomodar, sabe? Além do mais, eu vim aqui com o propósito de restabelecer meu culto, e por sorte encontrei logo um aliado. — Pegou na mão do familiar, apertando de leve. — Então vou ficar por aqui...o tempo que precisar.

— Se é a sua decisão, ela será respeitada. — Namjoon fez uma reverência com a cabeça. — Só não posso garantir como reagirão os outros deuses: creio que terá um problema ou outro com eles.

— Ah, tudo bem, tudo bem. — Jimin coçou a nuca, sorrindo. — Eu meio que já estou acostumado a lidar.

— A propósito. — Namjoon pegou uma carta de dentro das vestes claras. — Sei que não vai voltar, mas espero que compareça à Conferência da Corte. — Entregou-lhe o convite. — Até porque o assunto principal sem dúvida será você.

— Claro, estarei lá. — Jimin fez uma reverência, agradecido. — Eu...vou poder levar o Taehyung comigo?

— Hm... — Namjoon murmurou, pensante, achando graça da cara de desespero que Jungkook fez pra ele. — E quando um deus foi proibido de levar seus servos à Conferência da Corte? Estou errado, meu Primeiro General, Jeon Jungkook?

— Nunca, Alteza! — Ele respondeu prontamente, baixando a cabeça.

— Ótimo! Ah...Jimin, uma última coisa...

— Divindade da Beleza, Jin, um Deus aprendiz de ascensão recente... — Jimin leu o pergaminho que Namjoon deixou com ele antes de sair. — Estão pedindo pra que ele passe uma temporada aprendendo sobre o ofício divino comigo.

— Não aceite. — Taehyung o abraçou por trás, deitando a testa no seu ombro.

— Acha que não devo aceitar? — Jimin sorriu, sentindo a ponta da orelha da raposa tremer na sua bochecha. — Por quê?

— Porque quero toda sua atenção pra mim.

— Ah ha... — Jimin riu sem jeito, terminando de analisar o documento. "Ele é bem direto ao ponto, né..." — Am... Taehyung... acho que... vou ter que aceitar. — Disse, vendo a assinatura no canto inferior esquerdo da folha. — Esse deus aprendiz está sendo recomendado pela deusa da seda... é uma velha amiga minha.

Taehyung ia se preparando pra contestar, quando ouviram passos no pátio do templo.

— Fique aqui. — Ele pediu, apertando os ombros do mais baixo antes de ir até a porta a passos largos. Sentiu a energia fantasmagórica de longe: já esperava que alguns espíritos começassem a perambular por ali assim que tirasse sua presença daquela colina. Parou na porta por um instante, escutando os passos findando e uma respiração pesada do outro lado; abriu a porta de uma vez.

— Uff... que susto, eu já ia bate- Uah!!!! Lo-lorde das Nove Caudas do Desastre! — O fantasma que viera na sua forma humana deu dois passos apressados e desequilibrados pra trás. — Si-sinto muito, sinto muito! Eu devo ter errado de templo! Não queria incomodar, eu juro! — Escondeu o rosto nos braços, cobertos de faixas brancas por baixo da túnica alva. — É o templo da divindade do sake, deve estar em outro morro aqui perto, eu errei, eu errei, me desculpe.

— Ah... é você... — Taehyung soltou um suspiro, atravessando a porta e cruzando os braços à frente do peito. — Você não errou de templo, Hoseok. O que quer aqui?

— Eh? — Ele baixou os braços, olhando-o com as sobrancelhas franzidas por baixo da franja ruiva, confuso. — EH??!?? E-espera, espera, espera, então é verdade?! Vo-você, digo, milorde, realmente, fez...?!...

— Quem é nosso convidado, Taehyung? — Jimin apareceu atrás da raposa pra ver o que estava acontecendo. — Ah, olá! — Se dirigiu ao fantasma, que olhou pra ele. — Veio visitar o templo? Seja muito bem-vindo.

— Deus do Sake. — Hoseok ajeitou a postura, arrumando rapidamente os cabelos nas pontas dos dedos antes de fazer uma reverência. — Vim a mando do meu mestre, a divindade da fortuna, sou seu familiar, o...

— Fantasma do Sorriso, não é? — Jimin andou até ele, sob o olhar constante de Taehyung. — Já ouvi falar desse famoso familiar do meu amigo. — Pegou nas suas mãos, para que ele levantasse o torso. — Então dispenso as formalidades: pode me chamar de Jimin, que eu também te chamarei pelo nome.

— Hoseok, senhor... Digo, Jimin. — Hoseok sorriu, e Jimin também: o Deus do Sake era exatamente como ele imaginava que fosse, com aparência e modos gentis e doces, além do sorriso, que pensava não poder competir com o seu por ser de uma divindade, apesar de Jimin estar pensando o contrário; ainda assim, se tinha uma coisa que não imaginava e na qual não podia acreditar era na figura alta e imponente parada ao lado deles, movendo calmamente suas nove caudas enormes. — Ah, aqui, a carta do meu mestre. — Tirou o envelope da manga da túnica e lhe deu. — Ele me disse que você tinha feito um demônio seu familiar. — Comentou, enquanto Jimin abria a carta. — Eu não acreditei na hora, mas agora... — Olhou de soslaio pra Taehyung. — ...eu acredito menos ainda.

— Parece que as notícias voam ainda mais rápido. — Jimin sorriu, ainda lendo a carta. — Ah, entre, Hoseok, Taehyung vai te levar pra dentro.

— Hunf. — Taehyung girou num calcanhar, movendo sua cortina de cabelos brancos pra trás dos ombros. — Que bando de fofoqueiros.

"O Taehyung parece um pouco ressentido quando se trata de deuses", pensou, fechando a carta do Deus da Fortuna. "Bem, vamos ter bastante companhia a partir de agora, quem sabe isso alivie um pouco seu temperamento."

O'Sake - VminOnde histórias criam vida. Descubra agora