Cabelos Brancos

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"Então até a divindade da boa sorte tem um primeiro general, agora?"

"Mas não é um primeiro general qualquer."

"Não, ele é homem!"

"Homem?"

"Sim, homem! Nem anjo, nem monge, nem familiar!"

"Ele nunca teve familiares!"

"É verdade!"

"Um homem servindo a um Deus diretamente! Não deve ser um qualquer!"

"Ter preferências assim é complicado..."

"Mas soube que ele é incrível!"

"Sim, é um humano incrível! Suas habilidades são excelentes, fiquei sabendo!"

"Quero conhecê-lo, quem sabe posso persuadi-lo a ser meu primeiro general."

"Sim, sim, eu também."

— Eu não quero sair... — Jimin se encolheu no canto da carruagem. — Estou ouvindo os burburinhos daqui, céus!... Como eu odeio conferências, eu quero ir pra casa!

— Não se preocupe, Alteza. — Um dos anjos que viera com ele lhe ofereceu a mão, tendo descido da carruagem primeiro. — Pedimos um quarto isolado para o senhor, imaginando esse tipo de cenário. Fora das conferências poderá descansar em paz.

O assunto mais falado entre os deuses na Conferência da Corte daquele ano era o tal Primeiro General da Divindade do Sake, seu preferido entre os homens, Kim Taehyung. A surpresa pela inusitada escolha de um humano para primeiro general era tamanha entre eles e suas memórias tão curtas que ninguém ligou o nome à pessoa: aquele homem sortudo do qual falavam era o mesmo infeliz motivo de difamação anos atrás, quando Jimin ficou mais mal visto do que já era na Corte por aceitar em seu templo um marginal de alma tão suja.

— JIMIN! MEU AMIGO! — O Deus Dragão o cumprimentou aos gritos, como sempre, baixando a voz apenas quando chegou sua enorme cabeça perto o suficiente. — Você já está de saco cheio ou posso perguntar sobre o tal Kim de que tanto falam?

— Ahaha, tudo bem... entendo que esteja curioso. — Jimin sorriu sem graça. Era mesmo inevitável, se até seus amigos mais próximos, sentados à mesa consigo no almoço do primeiro dia fizeram caras de interessados ao tocar no assunto. — Bem, o Taehyung é... — Mediu as palavras por um instante. — ...é meu amigo pessoal, alguém de grande confiança: o colocar a cargo da minha segurança foi algo natural.

— Oho!... — o dragão estava impressionado: sabia o quanto Jimin tratava seus subordinados como iguais, tanto anjos quanto monges, não por acaso aquela notícia do primeiro general fora uma grande surpresa. — Não é sempre que um homem cai nas graças de uma divindade a ponto de poder dividir com ela o próprio quarto... deve ser alguém de grandes virtudes.

— Co-como sabe que ele divide comigo o meu...?... — Jimin gaguejou e desconcertou visivelmente; a divindade da fortuna deu uma risada.

— Acho que ele não sabia, mas você acabou de se entregar.

— HAHAHAHAHA! — o dragão se divertiu. — Calma, calma, não fique tão vermelho, eu já tive preferências por humanos assim... vocês se lembram?

— Está falando daquela princesa? — A Deusa da Seda perguntou. — A Divindade Suprema não aprovou, né...

— O Namjoon não aprova nada, mas ele mesmo faz tudo de errado, HAHAHAHA, ELE SE ACHA DEMAIS.

— Ela é sua familiar agora, não é? — Jimin se lembrou do caso. De fato, causou bastante polêmica toda aquela história de um deus raptando uma princesa e a prendendo numa torre alta. Pelo menos, foi o que pareceu, já que o Deus Dragão era sempre exagerado e não fazia questão de se explicar.

O'Sake - VminOnde histórias criam vida. Descubra agora