Chega o Deus da Beleza, Jin

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O deus aprendiz chegou ao templo um mês depois que Jimin devolveu a carta de recomendação aceitando-o como pupilo temporário.

— Esse Templo ta um lixo, com todo respeito. — E essa foi a primeira coisa que ele falou, tirando os óculos escuros pra dar uma boa olhada na fachada. — Valei-me! Eu não fico aqui desse jeito nem que me paguem.

— Esse é o tal do Jin? — Hoseok murmurou no ouvido de Jimin, cobrindo a boca com o leque. — Aproveita que ele quer ir embora e expulsa esse fresco.

— Aha, tudo bem, tudo bem. — Jimin murmurou de volta. — Primeiras impressões não são as que ficam, né?

— Será que não? — Hoseok abanou seu leque, discreto, enquanto Jimin ia falar com o recém chegado.

— Eu discordo. — Jin pôs as mãos na calça do terno rosa. — Causar uma boa primeira impressão pode mudar muita coisa na vida de alguém.

— Uhm. — Jimin sorriu pra ele, cheio de ternura, como sempre. — Você realmente tem muita coisa a aprender, né?

— Hein?! — Jin ficou levemente corado e Hoseok segurou uma risada por trás do leque. — Como eu posso ter muito a aprender sobre isso? Aparência é a minha jurisdição!

— Então por que não torna meu templo um lugar bonito, Jin? — Jimin cruzou os braços por baixo das mangas da túnica, olhando o deus aprendiz no rosto. — Assim você pode ficar confortável, e provar pra mim o seu ponto.

— Claro, eu farei isso. — Jin desviou o olhar abruptamente, num gesto arrogante por fora, mas por dentro estava evitando os olhos cristalinos do deus mais velho; de alguma forma, ficou intimidado por eles. — Mas vou precisar voltar pra conseguir o que preciso.

— Voltar pra quê, se nós podemos conseguir tudo por aqui? — Hoseok se manifestou, fechando o leque. — Eu vou pra cidade fazer compras, não quer vir comigo?

— E com um templo aos pedaços desse jeito vocês têm condições?

— Aqui. — Hoseok pegou uma bolsinha de moedas de dentro da manga da túnica, jogando no ar.

— O quê? — Jin pegou no ar, abrindo-a. — Está vazia.

— Porque está nas mãos erradas. — Hoseok caminhou até ele, tomando a bolsa de volta e tirando dela uma nota de dez mil ienes.

— Hein? — Jin pegou sua mão e olhou pra dentro da bolsa. — Como você fez isso?

— Huhuhu. — Hoseok riu do quanto o deus aprendiz parecia impressionável. — É a bolsa sem fundo do Deus da Fortuna. Um novato como você não saberia usar.

— Logo eu aprendo. — Jin se recompôs, pretendendo que não estava nem um pouco surpreso com o truque. — Mas enquanto não, vou precisar te levar comigo.

— Eu vou te levar comigo, melhor dizendo: você precisa aprender com os mais velhos.

— Você é só um fantasma.

— E você ascendeu há quanto tempo?

— ...ez anos. — Jin murmurou baixinho, com os lábios juntos num biquinho.

— É o quê?

— Dez...dez anos.

— Pff!... — Hoseok nem fez esforço pra segurar o riso. — Pois eu sou familiar a bem mais tempo que você é deus, fique sabendo.

— Ei! — Os dois deram um saltinho de susto quando ouviram o familiar da divindade do sake batendo o cano da vassoura de palha no chão. — Vocês vão continuar piando ou vão sumir da minha frente antes que eu varra os dois colina abaixo?

O'Sake - VminOnde histórias criam vida. Descubra agora