Capítulo 11

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Nota: O meu twitter é @Kassia_Teixeira, quem quiser ser marcado lá quando eu postar um novo capítulo, deixe seu user nos comentários ou pode mandar por lá mesmo 😊

Capítulo 11:

Vitor: Aha aha aha...Tava demorando!
Maria Pia: Eu não acredito!...- Rimos. Os amigos de Vitor, quer dizer, nossos amigos, haviam criado um grupo no Whatsapp -..."5 criminosos e 1 delegada", meu Deus! - Rimos mais ainda, Sandra Helena criou o grupo e todos começaram a mandar todas as fotos e vídeos da noite anterior, vídeos do Agnaldo cantando, de todos nós dançando e cantando junto com as músicas que estavam tocando, e as fotos eram selfies nossas na mesa, na pista de dança, fotos que tiramos uns dos outros e uma das que mais amei, foi a que eu estava no colo de Vitor, nós dois estávamos abraçados, rindo e eu estava usando um véu, com uma coroa escrito "Noiva", que as meninas haviam pegado no camarim com a Rouge, esse véu se fez presente em várias fotos que tiramos na pista de dança também.
Vitor: Que legal! Adorei essas fotos! - Exclamou animado.
Maria Pia: Eu também! - Disse sorrindo, olhando para o celular, a nossa felicidade, com nossos amigos, havia sido registrada.
Vitor: Você ficou muito fofa com esse véu. - Vitor estava olhando para o celular com uma expressão apaixonada.
Maria Pia: Gostou? Vou usar esse no nosso casamento. - Rimos e mandamos no grupo as fotos e vídeos que havíamos gravado também.
...
Após o café, eu lavei a louça enquanto Vitor arrumou a cama e pegou seus pertences que ainda faltavam, seu alvo de dardos, o cartão postal que mandei de Genebra e dentro da estante da sala ele encontrou uma caixa de fotos, eu fiquei bem curiosa pra ver, mas havíamos combinado de fazermos umas comprinhas antes de almoçarmos e irmos pra Búzios.

Vitor já havia guardado todas as suas coisas e estava pronto para sair, encostado na bancada, enquanto eu ficava andando pelo cafofo, verificando se tínhamos pegado tudo, ou talvez enrolando pra sair dali.
Vitor: Amor, tá tudo pronto! Podemos ir, né? - Deu uma leve risada.
Maria Pia: É, acho que sim! - Cocei a cabeça, e me sentindo perdida, fui em sua direção, Vitor esboçou um sorriso por um segundo ao ver minha expressão, logo segurou minhas mãos, as acariciou e voltou seu olhar para o meu.
Vitor: Eu fico muito feliz em ver o quanto você gosta desse lugar, do NOSSO cafofo, e eu também gosto muito daqui, mas...Agora nós vamos criar novas lembranças, em um novo lugar, é a nossa nova vida, meu amor. - Falou daquele jeito delicado que fazia eu me sentir abraçada sem ao menos me tocar. Assenti, respirei fundo e levantei a cabeça, na intenção de evitar que as lágrimas caíssem.
Maria Pia: Ok, vamos lá...- Sorrimos, pegamos as nossas coisas e saímos. Vitor trancou a porta, colocou a chave em seu bolso, e virou-se, com uma mochila nas costas e segurando suas duas malas, imediatamente ele notou meu olhar surpreso ao vê-lo daquela forma, mas antes que ele se pronunciasse, eu o fiz -...Eu amo você! - Vitor esboçou um lindo sorriso, mas ainda assim pareceu um pouco perdido.
Vitor: Eu também amo você!...- Se aproximou, tocou meu rosto e demos um selinho -...Você tá muito sentimental, ein, Maria Pilha aha aha aha...- Debochou enquanto chamava o elevador -...O que é isso? Hormônios alterados? - Virei os olhos, tentando não rir das suas bobices. Logo entramos no elevador.
Maria Pia: Só estou...Nostálgica, vi você assim com as suas malas e lembrei da outra vez que te vi assim, foi quando você disse pela primeira vez que me amava. - O sorriso de Vitor se desfez, dando lugar a uma expressão de surpresa.

Vitor POV:
Eu não imaginava que ela tinha guardado até essas memórias, tantas vezes eu me esforcei tanto para que ela entendesse o quanto eu a amava e ela só conseguia pensar no Eric...Hoje ela não perdia uma oportunidade de dizer que me ama, de fazer com que eu tenha essa certeza, mas só o fato dela ter guardado esse detalhe em sua mente, já foi uma das maiores provas de seu amor que eu pude sentir. Não tive palavras para responder, então me aproximei dela, que estava encostada na parede de frente pra mim, levei minha mão ao seu pescoço e a beijei, intensamente, até que o elevador abriu.
Maria Pia: Vitor! - Exclamou envergonhada e ofegante.
Vitor: Dessa vez fui eu que fiquei sem palavras. - Rimos, nos afastamos e saímos do elevador.
...
Maria Pia POV:
Vitor: A diferença é que agora, eu finalmente estou realizando o sonho de viver com a mulher da minha vida. - Disse ao fechar o porta malas, logo me puxou pela cintura e me beijou com a mesma intensidade de antes, como se estivesse continuando o que havia começado no elevador.
Maria Pia: Você é doido! - Exclamei ofegante, ainda de olhos fechados.
Vitor: Vem! Vamos fugir! - Pegou minha mão, me levando até a porta do passageiro, logo a abriu para mim.
Maria Pia: Repito! Você é doido!...- Falei assim que ele entrou no carro, o fazendo rir -...Nem fale nisso! Graças a Deus estamos saindo daqui tranquilos, sem precisarmos nos esconder de ninguém.
Vitor: Ah, foi só uma brincadeirinha. - Disse dando partida no carro e saindo do estacionamento.
Maria Pia: Tantas vezes eu pensei que, se eu pudesse voltar atrás, eu fugiria com você sem pensar nem meia vez, mas...Eu não trocaria por nada essa paz que tô sentindo agora. - Parados no sinal vermelho, Vitor me olhou, sorriu, acariciou meu rosto e me deu um selinho.
Vitor: Eu também não!
...
No supermercado, Vitor empurrava o carrinho enquanto eu ia comprando "o que eu quisesse" segundo ele, e isso até fazia sentido, porque eu sabia do que precisávamos no nosso "Cafofo de Búzios", ri ao pensar nisso, a casinha que aluguei em Búzios era pequena, lembrava um pouco o cafofo, mas nosso cafofo "original" nunca seria substituído, sempre teria um lugar no nosso coração.
Maria Pia: Acho que é isso. - Falei olhando para o carrinho com várias coisas, haviam ótimos supermercados em Búzios, mas eu sabia que assim que chegássemos lá, não iríamos querer sair do Resort.
Vitor ficava feliz ao ver que eu tinha uma alimentação saudável e as vezes me permitia comer algumas guloseimas, ele acompanhou todo o meu processo de compulsão alimentar e quando foi preso, pediu para que eu procurasse uma terapeuta e uma nutricionista e fizesse exames pra saber se estava tudo bem, ele sempre me dizia o quanto isso era sério e que sentia medo de que o fato de estarmos distantes acabasse causando em mim alguma crise, ele sempre cuidou de mim, independente da distância.
...
Na fila do caixa, senti Vitor me observar com um leve sorrisinho em seu rosto.
Maria Pia: Ei, o que foi?
Vitor: Nada não, só tava pensando, no quanto sonhei até em fazer essas coisas tão simples do dia a dia ao seu lado.
Maria Pia: Ah, eu também! - Encostei a cabeça em seu ombro e Vitor deu um beijo em minha testa.
...
Ao sairmos do supermercado, fomos comprar um celular novo pra Vitor porque o dele obviamente já estava velho, em seguida fomos almoçar. Vitor não questionou onde iríamos e também não falou nada, então entendi que ele iria fazer uma surpresa.
Eu estava reconhecendo o caminho, mas não imaginava que ele iria me levar ali.
Vitor: Chegamos! - Disse, estacionando em frente ao restaurante que eu "apresentei" a ele, que ficava próximo a empresa.
Maria Pia: Eu não acredito! - Ri.
Vitor: O que foi? Não é mais o seu restaurante preferido?
Maria Pia: É, eu acho...Nunca mais vim aqui desde que saí da empresa.
Vitor: Podemos ir em outro lugar se você quiser.
Maria Pia: Não, vamos almoçar aqui. - Sorrimos e levei a mão até a maçaneta para abrir a porta, mas Vitor me interrompeu.
Vitor: Espera! - Tocou delicadamente o meu braço, logo saiu do carro, eu ainda não havia me acostumado com ele abrindo a porta pra mim. Entramos no restaurante com as nossas mãos entrelaçadas, naquele restaurante que muitas vezes entramos até separados e fingíamos ser apenas colegas de trabalho, era a primeira vez que eu iria ter um almoço em um local público genuinamente romântico e recíproco, nas "saidinhas" do Vitor sempre ficávamos só no cafofo, "curtindo" um ao outro e quando eu tive "encontros" assim com outras pessoas, era realmente para assuntos de trabalho ou eu que acabava me iludindo achando que iria ter algo a mais.
Vitor: Amor, tá tudo bem? - Perguntou, me "acordando" dos meus pensamentos. Estávamos parados em frente a nossa mesa preferida, Vitor estava com uma mão sobre o encosto da cadeira e a outra acariciando meu braço.
Maria Pia: Ah, tá tudo ótimo!...- Esbocei um leve sorriso e me afastei para que Vitor pudesse puxar a cadeira para eu sentar. Sorri em agradecimento e ele sentou na cadeira à minha frente -...Senta aqui...- Indiquei a cadeira ao meu lado e sorrindo, Vitor imediatamente atendeu ao meu pedido, eu queria e agora eu podia ter ele mais pertinho de mim. Enquanto eu lia o cardápio, senti o olhar de Vitor sobre mim, ele me observava com seu queixo sobre a mão e o cotovelo sobre a mesa -...Você tá curioso, né? aha aha aha...- Imitei sua risada, o que o fez rir -...Quer saber?...- Fechei o cardápio e coloquei ao meu lado sobre a mesa -...Você escolhe! - Fiquei na mesma posição em que ele estava, então ele abriu seu cardápio, o observando atentamente, logo chamou o garçom, não disse nada, apenas indicou no cardápio qual prato ele queria, ele pediu o mesmo para nós dois, apenas questionou qual bebida eu queria, dizendo que dessa vez era ele que não iria beber porque ia dirigir, então optamos por um suco.
Enquanto esperávamos pelos nossos pratos, alguns funcionários da empresa chegaram lá, e assim como os funcionários do hotel, a maioria nos cumprimentou com gentileza, Ingrid chegou um pouco depois, e pareceu surpresa ao nos ver, mas de uma forma positiva.
Ingrid: Dona Maria Pia, Vitor, que bom ver vocês!
Maria Pia: Ah, Ingrid, sem essas formalidades! É bom ver você também! Como você está? E a empresa? - Perguntei simpática.
Ingrid: Tudo ótimo! Fui promovida a assessora do Senhor Eric.
Maria Pia: Que bom Ingrid! Você merece!
Ingrid: Obrigada! E vocês, como estão?
Vitor: Tudo bem! Estamos indo pra Búzios ainda hoje, iremos abrir um resort lá, esperamos a sua visita!
Ingrid: Que legal! Eu vou sim!...- Sorriu, logo olhou pra uma mesa onde havia duas moças que trabalhavam no RH da empresa -...Com licença. - Assentimos e ela saiu, dei uma risadinha e Vitor me olhou confuso.
Vitor: O que foi? Você não estava fingindo, né?
Maria Pia: Não! Não, Vitor, eu gostei mesmo de ver ela, a Ingrid é legal, ela só era um pouquinho intrometida às vezes, mas hoje eu reconheço que eu também não era a melhor colega de trabalho.
Vitor: É, não era mesmo...- Debochou e eu pisei em seu pé -...Ai! - Exclamou, tentando não chamar muito atenção -...Maria Pia, "meu amor"...- Disse irônico -...Eu vou te denunciar por agressão!
Maria Pia: É só você pensar antes de falar, que você não apanha. - Disse tranquila, bebendo um gole d'água em seguida.
Vitor: Mas então, por que você riu?
Maria Pia: Nós éramos bem fofoqueiros quando trabalhávamos na empresa, mas...Aquelas ali conseguem ser mais.
Vitor: Ok, isso me deixou com medo...- Disse como se estivesse em choque, me fazendo rir -...Mas como você sabe disso já que não se misturava muito?
Maria Pia: Porque elas não sabem disfarçar tão bem quanto nós, sempre que eu as via elas estavam falando de alguém.
Vitor: Se você quiser ir pra outro lugar...- O interrompi.
Maria Pia: Não, tudo bem! Eu até estou gostando de "visitar o passado"...- Rimos da minha forma de falar. Logo o prato chegou, era um prato com massa e camarão, aparentemente delicioso -...Massa? Camarões?...- Ri e Vitor me acompanhou -...Você também está com uma excelente memória, ein.
Vitor: Sim e eu nunca passei mal com os camarões daqui, então...É seguro! Bom apetite! - Rimos, dei um tapinha em seu braço e começamos a comer.
...
Maria Pia: Estava maravilhoso! Excelente escolha, amor! - Vitor sorriu, não tanto pelo meu elogio, mas porque ele sempre reagia de uma forma muito fofa quando eu o chamava de "Amor", ou quando dizia que o amava, hoje entendo perfeitamente o quanto doeu pra ele esperar tanto tempo pra ouvir isso.
Vitor: E a sobremesa? Deixo você escolher.
Maria Pia: Adivinha. - Esbocei um sorrisinho malicioso.
Vitor: Profiteroles? - Assenti sorrindo, imediatamente Vitor segurou meu rosto entre suas mãos e demos um selinho. Após comermos a sobremesa e tirarmos algumas fotos, fomos a caminho do nosso novo lar.
...
Estávamos saindo do Rio de Janeiro, eu observava o que agora era uma de minhas cenas preferidas: Vitor dirigindo. Tão lindo! Ele ficava tão concentrado, mas ao mesmo tempo parecia tão livre...E ele realmente estava livre, nós estávamos livres.
Maria Pia: Eu nem acredito que eu estou fazendo esse caminho com você aqui do meu lado. - Levei minha mãe até a sua nuca, acariciando seus cabelos, sim, estava se tornando viciante fazer isso e Vitor sorriu.
Vitor: Eu também nem acredito...- Acariciou minha perna -...Porque eu estou feliz e porque eu ficava muito preocupado com você fazendo essa viagem sozinha toda semana.
Maria Pia: É, era apenas eu, o rádio e a saudade que eu sentia de você.
Vitor: Que poético! aha aha aha...- Rimos -...Agora eu vou estar tanto ao seu lado que você vai enjoar de mim.
Maria Pia: Acho difícil.
Vitor: Se tratando de você...
Maria Pia: Quer apanhar de novo, Malagueta?
Vitor: Não! Parei! - Rimos. A viagem foi maravilhosa, eu me sentia tão livre, em cada pequeno detalhe eu permitia me sentir mais à vontade e mais gentil comigo mesma, eu raramente era passageira de alguém...Sempre dirigia sozinha ou "carregava" alguém pra algum lugar, mas agora, eu tinha alguém que me levasse, ou melhor, me acompanhasse, então tirei as sandálias, coloquei meus pés sobre o banco e fui a "DJ", encontramos uma rádio com músicas bem conhecidas e ficamos cantando junto, sim, rádio, parecia um tanto "ultrapassado" para o ano em que estamos, mas pra nós tudo era novidade, cantamos e rimos quando desafinamos ou erramos alguma letra, entre uma música e outra, conversamos sobre artistas que gostávamos, nunca havíamos falado sobre isso, apesar de eu dar uma olhada nos vários cds que ele tinha no cafofo, na intenção de conhecê-lo melhor, mas nesse momento acabei descobrindo mais e fiquei feliz ao ver que tínhamos gostos semelhantes.

Vitor POV:
Eu não queria parecer emocionado ou meloso demais, mas eu estava amando cada segundo ao lado de Maria Pia, eu não conseguia parar de sorrir e isso intensificou mais ainda a ansiedade para nos casarmos. Na minha vida eu não tive nenhum exemplo de um casamento, mas acreditava que já estávamos no caminho, nos entendendo, nos conhecendo e compartilhando momentos, ideias, sonhos e cuidando um do outro, sei que não seriam apenas alegrias, mas depois de tudo, eu me sentia preparado para qualquer desafio.

Maria Pia POV:
Ao chegarmos em Búzios, senti um friozinho na barriga, como será que Vitor iria reagir quando chegássemos no resort?
Como ele não conhecia o caminho, fui dando as coordenadas, e logo chegamos no local, ainda não haviam muitos funcionários ali, apenas um segurança e o pessoal que estava finalizando a obra, Vitor estacionou logo na entrada e eu não consegui tirar os olhos dele, estava muito ansiosa pra ver sua reação. Não sei se ele saiu do carro devagar ou eu que o visualizei assim, porém não conseguia decifrar o que ele estava sentindo, ele estava inexpressivo.
Após sair do carro, ele parou de frente para a entrada do local, ele olhava em volta devagar enquanto o vento bagunçava seus cabelos que estavam poucos centímetros mais longos que o normal. Parei ao seu lado e segurei a sua mão, sua reação foi como se eu tivesse o acordado de seus pensamentos. Então ele olhou pra mim e sorriu.
Maria Pia: Seja bem-vindo, meu amor!...- Dei um beijo em seu braço e Vitor beijou minha testa, minha sandália era baixa, até porque não fazia tanto sentido usar meus saltos aqui, então eu consequentemente estava mais baixa do que ele -...Vem conhecer o SEU hotel, Vitor Aguiar! - O puxei pela mão, ele ainda estava um tanto "chocado".
Vitor: NOSSO! - Disse enquanto caminhávamos de mãos dadas em direção a entrada.

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