Capítulo 39

66 3 2
                                        


— Você gostou do bolo, Maria? — Bebeth perguntou enquanto levávamos os pratos da festa para a cozinha.

— Eu estou me segurando para não comer uma quarta fatia, isso responde a sua pergunta? — Rimos, Vitor e Madá estavam próximos de nós enquanto os outros organizavam sei lá o que lá no jardim e na área da churrasqueira, não entendi a necessidade de guardar as outras coisas além dos pratos agora, mas tudo bem, quem estava organizando a festa eram eles.

— Que bom que você gostou!

— Eu amei! Tudo! — Exclamei — É que...Eu ainda estou surpresa com tudo isso, por isso não consegui colocar em palavras o que eu estou sentindo.

— Mas você não precisa — Madá respondeu e Vitor e Bebeth concordaram — O que importa é que você esteja feliz. — Novamente com os olhos rasos de lágrimas(eu já havia desistido de preservar a minha maquiagem), balancei a cabeça em negação.

— Eu sinto que eu sou outra pessoa, que eu nasci de novo, não só por eu estar aqui, por tudo o que aconteceu e por eu ter mudado até um pouco do meu estilo — Disse gesticulando me referindo a forma como eu estava — Mas...Com exceção das festinhas, quase sempre escondidas que a Madá fazia pra mim, essa é a primeira vez na minha vida que eu estou comemorando o meu aniversário, com todas as pessoas que são especiais pra mim, a primeira vez que eu estou tendo uma festa de verdade, com as minhas comidas preferidas, ao lado das pessoas que eu mais amo e...Estou de verdade, completamente, finalmente celebrando a minha vida — A essa altura nós quatro já estávamos emocionados — e...TUDO aqui tem um significado tão imenso, até mesmo o fato de eu poder comer tudo o que eu gosto sem culpa e comer pra comemorar, não porque eu estou triste ou frustrada e preciso comer pra preencher algum vazio, alguma carência, então...De verdade, quero que vocês saibam, que eu sou muitíssimo grata por cada mínimo detalhe dessa festa, desse dia, por cada momento em que vocês estão do meu lado e...É isso, eu nem sei o que dizer — Dei de ombros e rimos entre as lágrimas — Eu amo muito vocês! — Disse em um soluço e nos abraçamos.

— A gente também te ama muito! — Bebeth respondeu ainda no abraço.

— Para, pirralha! Eu ainda não me acostumei com você falando isso! — Retruquei e rimos, nos afastando.

— Amamos sim! — Ela continuou — Amamos você! Amamos o meu irmãozinho! — Disse me abraçando de lado e acariciando a minha barriga.

— Bebeth, eu não aguento mais chorar hoje, deu! — Disse secando as lágrimas que estavam voltando e fazendo todos rirem, eu estava muito emocionada sim, mas com certeza os hormônios da gravidez estavam contribuindo para todas essas lágrimas descontroladas.

— Vem cá, vamos lavar o seu rosto. — Vitor me estendeu a mão.

— Vamos lá em cima, aí eu já mostro a casa pra vocês.

— Ótimo! — Vitor respondeu com um entusiasmo um tanto além do esperado, tanto que ele percebeu e se justificou — Eu tô animado porque a gente tem uma surpresa pra elas, né? — Vitor me perguntou.

— Ah, é verdade, por isso que até é bom elas irem antes dos outros. — Respondi, mas ainda não estava convencida com a sua justificativa, até porque Vitor parecia ter uma certa urgência em vermos logo a parte de baixo da casa, mas não tinha muitas coisas mesmo, era mais a lavanderia, a despensa e um quartinho pequeno(Que Vitor não quis abrir dizendo que estavam uma bagunça e realmente estavam devido a mudança), três quartos de hóspedes básicos e o pequeno "Hall" que havia lá na entrada. Os quartos principais: O nosso, do bebê, de Madá e Bebeth e o escritório de Vitor/biblioteca ficavam na parte de cima, quando subimos Vitor pareceu mais tranquilo, ué, ele não estava ansioso?

Me esperaOnde histórias criam vida. Descubra agora