Me espera

Capítulo 37

Nota da autora: Eu adicionei um link externo, mas ele CONTÉM SPOILER, então só cliquem nele quando chegar ao final do capítulo

— 10 milhões de dólares pelo seu pensamento. — Vitor me "acordou" ao mesmo tempo em que me fez rir.

— Uau, tô valendo, ein aha aha aha — Rimos com seu jeito típico — Você nem tem mais tudo isso, um pouco te roubaram, outro a gente colocou no carrinho da Cíntia, o resto você deu pro filho da bandidona lá... — Debochei, contando em meus dedos, enquanto Vitor "estacionava" a lancha em um ponto que coincidentemente ou não ficava entre o hotel e a nossa casa.

— Ah, então o problema é a Mônica, entendi.

— Não é não, só comentei, quem começou com esse papo aí de dólares foi você, aí eu lembrei.

— Aham, tá...Cê tá é com ciúme da "bandidona", isso sim.

— Que ciúme, o que? Eu tenho é pena dela.

— Ué, por que? Ela tá lá pagando pelos crimes que cometeu. — Deu de ombros, como se ele não tivesse passado por aquele mesmo lugar.

— Não é por isso.

— Ah, é porque ela tá longe do menino.

— Também — Vitor franziu o cenho — Eu tenho pena porque ela deve ter se arrependido tanto, mas tanto...De não ter dado um filho pra você — Vitor riu envergonhado e até aliviado, ele deve ter achado que eu ia falar algo mais sério — É sério, Vitor! Imagina...Ela veio com aquele papinho de "Ai ele vai ser o melhor pai do mundo", como se ela soubesse mais de você do que eu, meu amor, ele não vai ser o melhor pai do mundo, ele já é! — Vitor riu mais ainda, como se estivesse incrédulo ao ouvir tudo aquilo, assim era ele, não media palavras para me elogiar, mas quando era elogiado não sabia onde se esconder de tanta vergonha — E ele é pai, desse bebê aqui, meu amor — Coloquei minhas mãos sobre a minha barriga — Você bobeou, você perdeu e eu tive a sorte imensamente grande de ser a mãe do filho de Vitor Aguiar, com licença.

— Ai ai — Vitor suspirou, "voltando a si" depois de tanto rir — Era isso que você queria dizer quando abraçou ela pela segunda vez?

— Ah...Eu estava frágil, tinha acabado de passar por um momento difícil. — Desconversei, mas talvez fosse verdade.

— Tá bom, vamos falar sério...Como você está se sentindo em relação a isso agora? — Pegou minha mão e sentamos próximo a borda, onde eu estava anteriormente.

— Ah, não dá pra esquecer tão rápido, você sabe.

— Eu sei muito bem...Essas visitas não são fáceis mesmo, mas você está arrependida por ter ido? — Balancei a cabeça em negação, firme — Eu sabia — Vitor esboçou um meio sorriso — Você se arrependeria se não tivesse ido, ia ficar pensando como teria sido, a gestação iria avançar, aí você não poderia ir mesmo.

— Você tem razão, doeu, mas eu precisava, obrigada por insistir! — Sorri.

— Ah, que isso, não foi nada! — Vitor deu de ombros — O mérito foi todo seu, você se saiu muito bem — Vitor esboçou um sorriso mais intenso e eu retribuí.

— Sim, doeu, mas eu me sinto até mais leve, parece que saiu um peso de cima de mim.

— Que bom! Fico muito feliz!...E eu falo isso porque eu queria MUITO que aquele desgraçado do Timóteo tivesse aqui, só pra eu mostrar pra ele tudo que esse idiota aqui — Apontou para si mesmo — Que ele tanto julgava, que ele tanto menosprezava conquistou sem ele — Se levantou, como se pudesse se expressar melhor dessa forma — Queria que ele visse a parceira maravilhosa que eu tenho ao meu lado, o molequinho mais lindo que nós vamos ter...e olha isso — Apontou em direção ao hotel e a casa — Um hotel e uma mansão, onde eu vou viver com a minha esposa incrível, com a minha família, onde eu vou criar o meu filho e ser o pai mais foda que possa existir — Disse com sua voz embargada — Onde eu vou ser o pai que aquele frouxo, porque ele sim foi um frouxo, não foi capaz de ser...Pensa no pai mais incrível que você já viu. — Sentou novamente ao meu lado.