Capítulo 13

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Nota: E veio aí o capítulo 13, justo hoje...Alguém aí também é fã da Taylor Swift? 😅 Ela é uma das minhas maiores inspirações 🥰
Boa leitura!

Vitor POV:
Acordei e Maria Pia não estava na cama, me assustei porque até então o "combinado" era que iríamos levantar juntos...Pelo menos por enquanto.
Olhei em volta e logo a avistei na cozinha, levantei e fui devagar até ela, sem tirar os olhos daquela cena tão linda, Maria Pia estava vestindo uma camiseta minha e com seu cabelo preso em um coque frouxo, enquanto fazia o café da manhã.
Maria Pia: Bom dia, dorminhoco! - Disse de um jeito fofo quando cheguei mais perto.
Vitor: Bom dia, Amor!...- A abracei por trás e dei um beijo em seu ombro, ela se virou, ainda em meus braços e demos um selinho -...Por que não me acordou?
Maria Pia: Você tava tão bonitinho dormindo e eu queria fazer o café da manhã pra você dessa vez.
Vitor: Ah sim...E você acha justo me deixar sozinho na cama? O combinado não era esse, Maria Pia! - Fingi estar irritado, mas ao invés dela acreditar, recebi uma risada e um tapinha no braço.
Maria Pia: Seu bobo...- Disse virando novamente de frente pra bancada, mas continuei com minhas mãos em sua cintura -...Eu só queria fazer um café da manhã pro meu noivo. - Riu, "Meu noivo", era a primeira vez que ela falava aquilo, como se fosse a coisa mais normal do mundo, sem nem imaginar o quanto eu fiquei emocionado ao ouvir aquelas palavras, em resposta apenas dei um beijo em sua bochecha e fui me arrumar.

Maria Pia POV:
Combinamos de nos encontrar com a engenheira e o arquiteto no hotel mesmo, havia uma "mesinha de reuniões" onde seria um dos quartos e já haviam feito a instalação elétrica.
Vitor: Eu já amo tanto esse lugar! - Disse após sairmos do carro, chegamos um pouco mais cedo, então ficamos dando mais um “passeio” pelo hotel antes de chegarmos à "sala de reuniões”.
Maria Pia: Que bom! Eu fico muito feliz por você ter gostado...Foi difícil, sabe? Não administrar a construção, mas tentar realizar o seu sonho, do jeito que você queria e merecia, eu tinha receio de você não gostar e ficar “elogiando” as minhas escolhas só pra me agradar.
Vitor: Eu nunca faria isso, você sabe...Eu sempre dei as minhas opiniões e te falei como eu imaginava tudo, desde o começo, conforme as fotos que você me mostrava, é que…- Parou no meio do corredor e tocou meu queixo com a mão que não estava entrelaçada a minha -...Eu entendo que ainda é difícil pra você aceitar que você fez um trabalho maravilhoso, né? - Abaixei a cabeça envergonhada, depois de tantos anos eu ainda não sabia como reagir às vezes quando era surpreendida por algum elogio ou um carinho vindo de Vitor, quase quatro anos se passaram desde que nos conhecemos, e ainda era difícil de acreditar que alguém pudesse me amar assim e reconhecer as qualidades que mesmo após tanto aprendizado, experiências e auto conhecimento, não percebia ou custava a aceitar que eu tinha.
Maria Pia: Para…- Segui caminhando e Vitor me acompanhou -...Você tá me elogiando demais e falta tanta coisa pra fazer aqui ainda, sem falar que você queria um resort e é bem provável que não consigamos fazer. - Vitor suspirou, pareceu pensativo e logo parou, encostando-se na sacada, olhando para o horizonte.
Vitor: Naquele lugar passam tantas coisas na nossa mente...Eu tava muito ansioso, sabe?...- Assenti -...Frequentemente eu pensava que enquanto eu estava lá, a vida aqui fora tava passando, a MINHA VIDA tava passando, eu poderia estar aqui com você, mas estava lá, eu sentia que estava perdendo tanto tempo na minha vida, então eu queria tudo! Queria mais! Queria ter um resort, queria já estar casado com você, queria ter filhos…- O interrompi.
Maria Pia: Queria? Não quer mais? - Eu não sabia se estava assustada ou com medo da resposta.
Vitor: Claro que eu quero! Se você quiser também...- Deu uma risada fraca -...Ainda quero tudo isso, mas antes eu estava MUITO ansioso, eu imaginava toda uma vida ao seu lado e só conseguia pensar nessas coisas, agora que eu cheguei aqui e vi isso tudo que construímos “juntos”...- Gesticulou as aspas -...Eu estou mais tranquilo, eu sei que é tudo no seu tempo, o que tiver que acontecer vai acontecer quando tiver que acontecer. - Assenti.
Maria Pia: Fico feliz em ouvir você falando assim…- Vitor sorriu -...Então você não tá ansioso mesmo? Em relação a nada? - Vitor riu.
Vitor: Claro que eu tô ansioso pro nosso casamento, meu amor! - Me puxou pela cintura e nos beijamos, mas logo interrompi.
Maria Pia: Vitor!...- Chamei sua atenção e olhei em volta -...Para! Se algum funcionário vê a gente se agarrando aqui? - Vitor apenas riu, então seguimos caminhando em direção a nossa “reunião”, que já estava quase na hora.

Vitor POV:
Como Maria Pia havia me dito, a engenheira e o arquiteto, Bárbara e Tiago, eram bem legais, após nos cumprimentarmos, começamos a reunião, Maria Pia estava um tanto íntima deles e eu me sentia feliz ao ver que ela não estava mais tão “fechada” para o mundo e tinha uma boa relação com as pessoas que trabalhavam aqui.
Bárbara: Vitor, a Maria Pia já me falou TUDO o que você quer!..- Rimos -...Mas é claro que estamos abertos a adicionar mais algumas coisas.
Tiago: Sim e ela também nos disse que você tá bem ansioso pra inaugurar o hotel, então nós já temos que começar a ver os móveis e tudo mais...Eu até trouxe umas ideias aqui pra vocês...- Nos entregou um catálogo -...E eu posso indicar uma amiga minha que é uma excelente decoradora.
Maria Pia: Ah que ótimo! - Exclamou animada.
Bárbara: Vitor, seja sincero...Em qual prazo você quer que fique tudo pronto? - Fiquei pensativo por alguns segundos, eu já tinha um prazo em minha mente, mas não queria ser tão direto.
Vitor: É possível terminar tudo em dois meses?
Bárbara: Sim, é possível! - Sorriu.
Tiago: Possível para um hotel...Maria Pia comentou comigo a sua ideia de fazer um resort, para isso precisaríamos de uma estrutura maior e bem mais tempo para organizarmos e para vocês contratarem os profissionais necessários.
Vitor: Olha eu gostaria muito de um resort, porque eu acho que seria legal e seria ótimo pra esse local…- Bárbara e Tiago assentiram -...Mas...Depois que eu cheguei aqui e vi tudo, ao vivo e em cores...- Rimos -...Eu nem pensei mais nisso...Eu estou adorando cada detalhe e ansioso pra inaugurarmos um hotel! - Disse empolgado, Bárbara e Tiago sorriram.
Maria Pia: É isso aí! Vamos fazer o melhor hotel...Que poderemos fazer! Porque eu não conheço todos da região, então não posso dizer que é o melhor da região. - Disse fazendo todos rirem.
Maria Pia POV:
Às vezes eu estava tão feliz que me sentia um pouco boba, mas ao olhar pra Vitor e ver o quanto ele estava feliz, fazia tudo ter sentido, finalmente estávamos felizes, construindo algo nosso, para o nosso bem, sem prejudicar e nem dever satisfações a ninguém.
...
Demos um "passeio" por toda a construção novamente enquanto Bárbara e Tiago nos explicavam o que havia sido feito e o que ainda faltava fazer, quase como eu havia mostrado a Vitor no dia anterior, mas eles obviamente falaram de uma forma mais profissional.

Após a reunião, fomos passear um pouco pela cidade e paramos para almoçar em um restaurante.
Maria Pia: Você entende bastante de obras, ein. - Comentei enquanto esperávamos o nosso pedido.
Vitor: Ah, não sou um profissional, entendo um pouco...Já trabalhei em tanta coisa nessa vida que você nem imagina...- Deu uma risada fraca -...Eu precisava estudar e cuidar da minha mãe doente, sozinho, então eu tive que dar um jeito...Paguei o aluguel, cursos pré vestibular, cursos de inglês, espanhol, francês, faculdade, auto escola, tudo do meu bolso...Por isso odeio gente fresca e arrogante, nunca roubei uma bala nesses anos todos, o Timóteo que não tem ideia do que eu passei que acabou de alguma forma me "incentivando" a roubar o Hotel...Mas eu tenho consciência de que a culpa não é totalmente dele, eu reconheço o meu erro…- Assenti -...Mas você sabe que eu não me arrependo, talvez se tivesse roubado de alguém inocente, mas daqueles falsos moralistas…- Balançou a cabeça em sinal de negação -...E olha onde estamos agora, eu só me arrependi nos momentos em que sentia saudade de você, mas graças a esse roubo nós nos conhecemos, então…- Deu de ombros e rimos.
Maria Pia: É...E de alguma forma você mereceu ficar com a sua parte do dinheiro e investir aqui, depois de tudo que você passou, como você acabou de me contar, eu não posso dizer que entendo, porque infelizmente eu cresci em uma bolha, mas...Eu imagino, e eu tenho muito orgulho de você!

À tarde, ficamos em casa, no nosso sofá, sentindo a leve brisa que vinha da praia, e escolhendo os móveis no catálogo que Tiago havia nos dado. Obviamente não tínhamos escolhido todos, ainda não tínhamos certeza de tudo que iríamos precisar, então entrei em contato com a decoradora que Tiago havia nos indicado, apenas para “trocar uma ideia” mesmo, já que ela só iria começar a trabalhar conosco assim que a obra ficasse pronta.

Maria Pia: Já no primeiro dia conseguimos resolver várias coisas a respeito do hotel, acho que vamos conseguir inaugurar no prazo que você queria, ein! - Disse animada me sentando no sofá com uma bacia de pipocas, enquanto Vitor escolhia um filme para assistirmos. Já era final de tarde, quase noite.
Vitor: Sim, agora temos outra coisa para organizar, o nosso casamento! - Desviou os olhos da tv, olhando pra mim, com um leve sorriso em seu rosto, porém animado.
Maria Pia: É verdade, nem sei por onde começar. - Coloquei uma pipoca na boca, enquanto olhava para o vazio, logo Vitor selecionou uma comédia nacional para assistirmos e se aproximou de mim.
Vitor: Ah, você é organizada, pode fazer uma lista das coisas que precisamos, decoração, comida, música, e pode escrever o que você mais gosta, as cores e tal.
Maria Pia: Hum, pode ser...Até que meu noivo tem umas ideias bem interessantes ein, escolhi bem. - Rimos e seguimos assistindo ao filme.

Vitor: Você quer casar na praia ou no hotel mesmo? - Sim, ele perguntou do nada, no meio do filme, como se tivesse adivinhado que eu estava pensando nisso nesse exato momento...Poderia parecer que eu estava mais ansiosa com o hotel do que com o casamento, mas o hotel é algo que estivemos construindo nos últimos dois anos e para o casamento eu realmente não estava preparada, não havia caído a ficha que haveria um dia, um momento, uma festa somente para celebrar o nosso amor, a nossa união, diante de pessoas tão especiais para nós.
Maria Pia: Ah...A praia é linda, mas eu acho que no hotel seria melhor, mais cômodo.
Vitor: Também acho. - Disse pensativo, sem nem ver o meu sorriso reagindo a aquele gesto, ele realmente estava muito interessado no que eu gostaria de fazer no nosso “grande dia”, isso de alguma forma me encorajou a começar a me organizar, então peguei o notebook que estava na mesinha de centro e comecei a fazer algumas pesquisas e salvar o que eu achava mais interessante.

Vitor POV:
Maria Pia parecia mais preocupada em construirmos o hotel do que com nosso casamento, mas eu sabia da onde isso vinha, não era desinteresse, era um “bloqueio”, mal costume, hoje o hotel era um sonho nosso, mas começou como um sonho meu, então inicialmente ela queria fazer isso por mim, e pra ela estava tudo bem, porque ela viveu assim, sempre fazendo tudo para os outros, se entregando totalmente aos desejos dos outros, as necessidades dos outros, pensando sempre nos outros primeiro, depois, ou quase nunca, pensava em si, eu sabia que a sua mente estava demorando a processar que teríamos um dia só nosso, apenas sobre o nosso amor e mais nada, um dia em que ela seria a estrela, o centro das atenções, da forma mais linda e positiva possível.

Maria Pia POV:
Surpreendentemente, quanto mais eu pesquisava, mais empolgada eu ficava com aquele planejamento, eu nunca havia tido o “direito” de ter uma festa minha, do jeito que eu queria, meus pais até fizeram algumas festas pra mim, mas sempre era do jeito que eles queriam, com quem eles queriam, com as músicas que eles queriam, com as comidas que eles gostavam mais, e agora eu tinha a liberdade de ter uma festa pra mim, do meu jeito e o melhor de tudo, para celebrar o meu amor com alguém que amava mais do que tudo, alguém que me ama há muito tempo, independentemente de todos os meus erros e defeitos, alguém que me ama do jeito que eu sou.
Após minha “pesquisa”, conversei um pouco com a Bebeth, ela estava empolgada e feliz por mim e pelo Vitor e bem ansiosa para nos vermos, contei a ela sobre as minhas ideias para o casamento e ela animada, ofereceu sua ajuda, “Não seja orgulhosa, Maria Pilha, agora eu faço parte da sua vida!” disse ela e eu agradeci mentalmente por não estar em videochamada, senão ela iria ver meus olhos rasos de lágrimas ao ler somente aquela frase, eu estava com a cabeça sobre o ombro de Vitor, então ele acabou percebendo quando eu sequei uma lágrima antes que ela caísse, preocupado, ele me perguntou o que havia acontecido, então mostrei a ele a mensagem, ele sorriu e deu um beijo em minha testa...Ainda era difícil de acreditar que eu estava cercada por tanto amor.

Abri os olhos devagar, devido a luz forte do sol que já entrava pela casa, eu estava...Na cama? A última lembrança que eu tenho é de adormecer no ombro de Vitor enquanto assistíamos um filme.
Vitor estava me abraçando por trás, então virei me devagar, sorri ao olhar seu rosto, dormindo tão tranquilo, mas não resisti e o acariciei, ouvindo em resposta um resmungo, tão fofo, segurei uma risada, eu era tão apaixonada por esse homem que às vezes parecia um menininho, me levantei um pouco e beijei suas bochechas, em seguida sua boca, Vitor sorriu e abriu os olhos devagar.
Maria Pia: Bom dia! - Disse baixinho.
Vitor: Bom dia, amor!...Que maravilha acordar assim! - Rimos.
Maria Pia: Ein, como eu vim parar aqui se eu dormi no sofá?
Vitor: Ué, eu te trouxe pra cá, no colo. - Disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Maria Pia: Own, é sério? - Perguntei surpresa.
Vitor: Sim, eu já havia feito isso outras vezes…- Em resposta apenas o olhei confusa -...Lembra lá no cafofo, no começo...Quando assistimos a um filme no sofá também?...- Assenti -...Você também dormiu no meu ombro, aí eu te levei pra minha cama no meu colo...Também tiveram outras vezes que você tomava um calmante e acabava dormindo no sofá, aí eu te levava pra cama. - Meu sorriso se desfez dando lugar a uma expressão de surpresa.
Maria Pia: Nossa…- Suspirei, olhando para um ponto qualquer -...Eu não lembrava mesmo, aqueles remédios eram tão fortes e eu estava tão cega por causa da minha obsessão pelo…- Preferi não nomear, não fazia mais sentido agora -...Vitor, você poderia me deixar no sofá, eu era uma intrusa na sua casa. - Vitor balançou a cabeça em sinal de negação enquanto colocava uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha.
Vitor: Eu nunca faria isso, aquele sofá era muito desconfortável e você nunca foi uma intrusa, eu sempre gostei de cuidar de você e sentia que você precisava mesmo de alguém que fizesse isso. - Assenti e voltei a acariciar seu rosto.
Maria Pia: Eu precisava mesmo, precisava de você!...- Dei uma risada fraca e balancei a cabeça em sinal de negação -...Eu nunca vou encontrar palavras para te agradecer por tudo e te dizer o quanto eu te amo. - Vitor sorriu.
Vitor: Não se preocupe com isso, você não precisa dizer, eu já sinto! - Sorri, então me aproximei e nos beijamos, um beijo lento, porém intenso, que nos levou a fazermos amor.

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