Era o diretor Hans Blummen, que sorria para Wendy, confusa.
Sério que ele precisou ficar fazendo drama pra isso? Pensou Martha, com um sorriso de canto. Meio que tava na cara.
— Lamento por ter feito você passar por tudo isso, menina — falou Hans, coçando a cabeça e despejando o tecido no chão. — Principalmente a parte do torneio, onde até mesmo os outros questionavam a dificuldade desse teste. Mas eu sabia que você seria capaz de passar por isso e que se tornaria digna a se juntar a nós.
— Espera. Isso tudo foi um teste? Como assim "digna"? E tem outros? — as perguntas de Wendy surgiam mais e mais a cada segundo que passava, ao ponto de temer pela sua sanidade.
— Tem, e somos quatro — falou uma voz que vinha de cima da sala.
Quando Wendy voltou a sua atenção para o dono da voz, viu que ele e outro garoto estavam em cima de uma plataforma grudada na parede, que também dispunham de alguns computadores. Os dois desceram pela escada.
— Ah é. Eu havia me esquecido de vocês dois aí — falou Hans, que ergueu a mão, apresentando os dois garotos que pousavam no chão. — Wendy, eu gostaria de te apresentar os outros dois membros da equipe: Demétrius e Benjamin. E é claro que você já conhecia San e Martha.
Martha acenou do outro lado da sala, enquanto tentava tirar a tímida San do seu lugar. Do modo que fazia, era óbvio que aquilo era feito com uma certa frequência, ao ponto dela tirar um pirulito do bolso, entregar para San e até fazer um cafuné rápido na cabeça dela quando conseguiu tirá-la do seu canto.
— Pronto, pronto — parecia até que ela era um tipo de babá, apesar de ter a mesma idade que San.
— Sabe que eu não gosto quando você me trata assim — apesar de falar isso, aceitou ambos o pirulito e o cafuné, um pouco a contragosto.
— Oi, eu sou o Demétrius — falou um dos jovens, untuoso, ao se aproximar de Wendy.
— Ei — Wendy apontou para ele. — Você é o monitor da sala.
— É isso aí — nem parecia que ele era aquele monitor sério de hoje de manhã. Toda a tensão em sua feição parecia ter se esvaído. Ele era negro, tinha um cabelo escuro curto e arrepiado. Ainda trajava o uniforme do colégio, só que havia removido a gravata.
— E eu sou o famoso Benjamin, mas você pode me chamar de Ben. Todos me chamam assim — falou se aproximando de Wendy, dando um soco amigável de apresentação no ombro dela, porém só ele que demonstrou alguma dor. — Ai!
Pela personalidade, ele era bem carismático. Um pouco mais alto que Demétrius, tinha um cabelo loiro e liso, penteado para a frente. Já não estava mais com o seu uniforme, que aparecia jogado no sofá no canto da sala. Usava uma blusa de regata branca com traços vermelhos e pretos, com um short largo azul ciano. Com os braços despidos de tecido, Wendy conseguia vislumbrar pequenos montinhos de pele surgindo pela sua superfície. Parecia que gostava de malhar.
— Bom, prazer. Eu sou...
— Wendy Tordenvaer Fernandes — interrompeu Demétrius. — Nós sabemos.
— Espera, eram vocês que me observavam durante a aula? — perguntou Wendy, um pouco ríspida.
— Fomos — respondeu Ben, de um jeito de quem pedia desculpas —, e também durante a sua corrida no fim do ano passado. Mas foram só nessas duas vezes, eu prometo. Não estamos te perseguindo e espionando nem nada do tipo.
— Menos mal, mas... O que isso tudo tem a ver comigo? O que é que vocês fazem aqui nessa base subterrânea? Por favor, não me digam que é uma dessas coisas clichês de "impedir invasão alienígena".
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Tribos da Luz: O Retorno Inesperado
FantasyWendy Tordenvaer, 14 anos, nunca foi a pessoa mais passível a socializar. Sejam por suas habilidades ou personalidade, era uma realidade distante. Mas algo mudou. Um chamado? Uma curiosidade? Um ataque? Ela se viu subitamente jogada numa jornada em...