Capítulo 37 - A ilha flutuante

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A missão era simples: Ir pra uma ilha no céu, encontrar o que eles poderiam encontrar e voltar pra casa para jogar videogame.

Fácil. Era o que Wendy diria, olhando de baixo por aquele grande amontoado de terra e fauna, flutuando no céu, cuja sombra projetada poderia facilmente cobrir sua casa.

Teve que estreitar a visão quando um feixe de luz solar escapou por entre um vão de árvores e acertou seus rosto.

- Ok, como que a gente chega lá?

Mesmo no pico de uma das maiores montanhas de Aardeius, alcançar aquela ilha flutuante ainda parecia uma tarefa impossível.

- Espera só mais um pouquinho - com a palma da mão sobre os olhos, afim de se proteger do sol, Martha avistou um grupo de criaturas aladas sobrevoando uma montanha próxima. Com o olhar radiante, adicionou: - Ali! E ele é lindo!

Wendy e Demétrius nem precisariam ter uma visão sólida do Alado para saber que ele não era tudo aquilo que Martha falara, uma vez que a loira não era a melhor referência para identificar animais fofos.

- Tá legal - puxou seu chicote da cintura, que Wendy julgou ser sua arma de assinatura, estalando no chão quando esticado. - E agora... - com um olhar fixo e sério, ela esperou o momento certo, em que a trajetória daquele voo circular fosse atingir o ponto mais próximo deles e, quando um brilho surgiu no seu olhar, lançou seu braço dominante para frente.

A corda do chicote se contorceu como uma cobra no ar e se envolveu numa das pernas da criatura alada.

- Boa - parabenizou Wendy.

Viu uma espécie de aura verde brilhante irromper dos braços de Martha, deslizando ao longo da superfície do chicote e envolvendo todo o corpo da criatura que se debatia no ar. Aos poucos, ela foi se acalmando até ficar completamente inerte, salvo o seu bater de asas.

- Prontinho - recuando e guardando o chicote no seu cinto, Martha gesticulou para o Alado se aproximar. - Todos a borda do _Air Martha_ - abraçou e fez um carinho na fera, quando ela se apoleirou próxima deles. - A habilidade de Domar nunca me decepciona.

- É bem parecida com a técnica de Domar que os Honnous usam pra nos atacar - comentou Wendy.

- A diferença é que a da Martha só dura alguns minutos - respondeu subindo no Alado junto das duas. - Ainda não estamos fortes o bastante para chegar nesse nível.

- Mas vamos ficar - se assegurou Martha.

Com todos prontos, Martha segurou firme as penas próximas do longo pescoço da criatura laranja, indicando para levantar voo.

Uma vez no ar, Wendy só foi capaz de dizer uma coisa:

- Demais! - abaixo dela aquelas vastas florestas pareciam pequenos laguinhos cor verde vivo. A paisagem estendia-se lindamente ao horizonte, esguios rios serpenteando ao longo da flora.

Dali de cima, era como ver uma bela pintura de um artista no ápice de sua inspiração, os raios do sol dando uma aparência dourada a tal visão.

- Isso é Aardeius - comentou Martha. - A gente queria ter mostrado tudo isso na sua iniciação. Mas nessa aqui tá tudo bem também - completou com uma risadinha.

Não demoraram a alcançarem a ilha. Tiveram sorte em domar um Alado bem veloz. Talvez era um líder ou muito maduro.

Lá de cima, era como se o todo o reino de Aardeius fosse minúsculo. Seria o papel de parede perfeito. As únicas coisas acima deles eram as nuvens e o próprio céu, quase os chamando para subirem mais. Abaixo, Wendy teve o belo vislumbre dos mais variados ecossistemas e ambientes, um ao lado do outro. Ela teve até a impressão de ver um vulcão bem ao lado de uma região coberta pela neve.

Tribos da Luz: O Retorno InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora