Capítulo 12 - De novo, mais um primeiro dia de aula

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Wendy raramente comemora o início de um novo ano letivo. Tal fato não pode ser dito do início deste em específico.

Durante esse período do resto das suas férias, ela não teve mais aquele mesmo recorrente sonho estranho com a floresta enevoada e o barulho misterioso, algo que era bom.

No início do ano, já recebeu pelo correio a bolsa com todos os materiais, livros e outras coisas que precisaria para iniciar o seu primeiro ano no ensino médio.

Em conjunto, recebeu também o uniforme, o conjunto todo. Enquanto que o modelo masculino consistia em uma camisa de botão, com o logotipo do colégio, uma gravata azul marinho, com uma calça jeans com um tom escurecido, acompanhado de um casado preto para o inverno; o feminino era um conjunto de uma blusa branca com um blazer negro, uma gravata borboleta azul marinho e uma saia de coloração igual que chegava até o joelho.

Tinha feito tudo o que queria nesse tempo: foi a praia, a um karaokê, foi a um evento de videogames e conseguiu assistir a um filme de super-herói que queria tanto ver.

— Ah — disse se sentindo realizada. — Esse filme foi horrível.

— Concordo — respondeu Daniel.

Conseguiu se divertir bastante durante todo esse tempo. Mas ela sabia que, como tudo chegava ao fim, as suas férias também se aproximavam do seu inevitável final.

Como não queria ter nenhum atraso ou confusão logo no primeira dia, tomou a decisão de dormir cedo. Ficou jogando um pouco no seu videogame, subiu as escadas e entrou no seu quarto, que ficava no segundo andar. Pôs o seu pijama, desligou as luzes, fez a sua oração e se pôs a dormir.

Ficou um tempo se remexendo na cama, puxando e empurrando os lençóis, a procura de alguma posição ou estado em que o sono viesse com mais facilidade. Em poucos minutos, sentiu o sono pesando em seus olhos, fechando-os lentamente.

Quando os abriu, viu um chão coberto de terra e grama.

Ao se levantar, viu que se encontrava na mesma floresta enevoada. As árvores eram tão grandes quanto se lembrava e mal conseguia ver algo com menos de três metros. Diferente dos seus outros sonhos de recentemente, ela estava agora com a sua aparência de 8 anos.

— Droga — reclamou ela ríspida, bufando com o nariz e com uma expressão cansada.

No entanto, esse sonho era diferente em comparação aos outros que tinha. Conseguia ouvir sons de gritos e de explosões, surgindo e ecoando pela floresta por todos os lados, em uma intensidade tão grande quanto de um raio atingindo o chão.

— Ok, essa é nova.

Quando forçou a vista, conseguiu notar que havia agora sangue espalhado pelo chão. Só conseguia ter uma visão clara dos que estavam próximos ao seu derredor. Mas suspeitava que a extensão desse sangue estava muito além daquela névoa que a bloqueava.

Estranhava a tudo aquilo, nunca antes acontecera isso, nem ao menos algo semelhante. Quando abaixou a vista novamente, notou que brotavam no chão manchas avermelhadas e enfileiradas de um modo irregular.

Um rastro de sangue, cujo tom intenso de cor se destacava dos demais rastros jorrados aleatoriamente no chão e que conseguia ser avistada até através daquela densa névoa, dirigindo-se até onde sons das explosões mais fortes ocorriam, como um grande tapete vermelho bizarro, a guiando por aquele misterioso campo de guerra.

Não tinha outra escolha, teve que seguir esse rastro. Não sabia porque, mas sentia que era o que tinha que fazer.

Espremendo-se por entre as árvores, conseguia ouvir que o som dos raios acompanhava as explosões. Parecia que o próprio clima estava em guerra.

Tribos da Luz: O Retorno InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora